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O Evangelho de Marcos em nossa vida

Advertências a respeito do Templo — Marcos 12:35—13:8

(Parte 19)

Da edição de agosto de 2000 dO Arauto da Ciência Cristã


À medida que seu terceiro dia de ensinamento no Templo, em Jerusalém, vai chegando ao fim, Jesus ainda encontra ouvintes receptivos entre o povo. Mas, depois de ele deixar a cidade, juntamente com os discípulos, seus ensinamentos se tornam graves, permeados de advertências sobre destruição — não apenas em relação ao Templo.

12:35–37 Enquanto Jesus ainda ensinava no Templo, perguntou: Como dizem os escribas que o Cristo é filho de Davi? Ele estava nada menos do que trazendo a público, de propósito, a questão do messiado! Seria o Messias definido simplesmente como o filho de Davi, evocando imagens de guerreiros, conquistas e sublevações políticas? Não. O próprio Davi falou, pelo Espírito Santo, e declarou: Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos debaixo dos teus pés. Jesus os estava conclamando a ponderar em profundidade, a ir além das implicações políticas. No Salmo 110, esse "Senhor" foi identificado como sacerdote da ordem de Melquisedeque. Davi reconhecera que havia uma relação entre Deus e esse "Senhor", que era Senhor até mesmo de Davi, o rei.

Jesus continuou: O mesmo Davi chama-lhe Senhor; como, pois, pode o Messias ser seu filho? Limitações, regras e expectativas humanas nunca podem definir o que é espiritualmente verdadeiro. O Messias pode, sem dúvida, ser descendente de Davi, mas ele é realmente filho de Deus, o Pai. É Deus quem autoriza, confere poder e sustenta. É por essa razão que o Messias irá realizar o trabalho de Deus, não de Davi. E a grande multidão o ouvia com prazer.

12:38–40 Continuando a ensinar, Jesus disse: Guardai-vos dos escribas, que gostam de andar com vestes talares e das saudações nas praças... ocupam as primeiras cadeiras nas sinagogas e os primeiros lugares nos banquetes. Embora não se tratasse de uma acusação contra todos os escribas, Jesus condena aqueles que não se preocupam com a religião genuína, mas só com sua própria posição social. Esse comportamento visa a impressionar os outros. Pior de tudo é que, ao fazerem isso, eles também devoram as casas das viúvas e, para o justificar, fazem longas orações. Essa opressão e falta de sinceridade sofrerão juízo muito mais severo. As pessoas não podem amar a Deus se não amarem seu próximo.

12:41–44 Tendo acabado de registrar o lamento de Jesus a respeito do tratamento dado às viúvas pelos escribas, Marcos insere uma viúva em seu relato. Junto ao local onde as pessoas colocavam suas ofertas, Jesus estava assentado... e observava... como o povo lançava ali o dinheiro. Ora, muitos ricos depositavam grandes quantias. Vindo, porém, uma viúva pobre, depositou duas pequenas moedas correspondentes a um quadrante, que eqüivaleriam hoje a alguns poucos centavos. Jesus, chamando os seus discípulos, disse-lhes: Em verdade vos digo que esta viúva pobre depositou no gazofilácio mais do que o fizeram todos os ofertantes. Porque todos eles ofertaram do que lhes sobrava; ela, porém, da sua pobreza deu tudo quanto possuía, todo o seu sustento.

Freqüentemente lembrada como exemplo de doação cristã altruísta, essa viúva, sem dúvida, tem feito com que muitos sentissem a consciência pesada. Mas será que essa história está realmente sugerindo que as pessoas devem dar tudo à Igreja? Se assim fosse, como é que elas viveriam?

Curiosamente, esse incidente ocorre logo após Jesus ter feito a advertência sobre escribas que devoram as casas de viúvas. Eles são condenados por esse procedimento. E se essa viúva tinha apenas duas moedas, ela certamente não devia ter uma casa. Talvez sua casa tivesse sido "devorada". E se Jesus condenava o fato de as casas das viúvas terem sido devoradas, por que estaria ele elogiando uma viúva que havia doado até mesmo as duas últimas moedas que lhe restavam? Talvez seu comentário seja profundamente irônico e encerre a denúncia de um sistema corrupto mantido por pessoas corruptas, que acarretava conseqüências deploráveis para os mais pobres.

Essa possibilidade torna-se ainda mais provável na falta de instruções, como: "Vai e procede tu de igual modo." Jesus também não diz à viúva que ela está próxima do reino dos céus. Diferentemente de quando ele instruiu o jovem a vender tudo o que tinha para entrar no reino dos céus, nos discursos feitos no Templo, Jesus não fala em dar ou deixar de dar. Ou seja, a partir do momento em que ele se aproximou do Templo e o analisou minuciosamente, realizando sua purificação, não acontecera nada que nos fizesse pensar que Jesus recomenda a outros o procedimento daquela mulher. Pelo contrário, ele criticou as lideranças do Templo e as práticas religiosas ali adotadas.

Então, por que afinal ele faz referência à mulher? Talvez ele comente o comportamento da viúva por perceber, na oferta altruísta de tudo o que ela tinha, uma espécie de modelo para si mesmo, que logo teria de dar tudo. E será que o fato de ela dar suas posses àqueles que a maltrataram, não revela alguma coisa sobre a natureza do próprio amor de Jesus?

13:1–8 Logo em seguida, Jesus saiu do Templo e um de seus discípulos exclamou: Mestre! Que pedras, que construções! Nessa época, o Templo já estava em construção havia cinqüenta anos e era realmente uma grande maravilha. Suas pedras eram enormes, com cerca de doze metros de comprimento. A parede do lado oriental era recoberta de chapas de ouro. O mármore brilhava à luz do sol. Era um monumento do qual todos os judeus podiam se orgulhar, um símbolo seguro da presença de Deus entre Seu povo.

Mas Jesus lhe disse: Vês estas grandes construções? Não ficará pedra sobre pedra, que não seja derribada. Essas palavras dão à contribuição da viúva um toque ainda mais triste. Agora já não havia mais razão para sua doação; o Templo não iria permanecer para se beneficiar de sua oferta. Quando foi destruído, no ano 70 da Era Cristã, não restou nada dele. E nunca foi reconstruído.

Eles continuaram andando até chegarem ao monte das Oliveiras, defronte do Templo. Jesus então se sentou, assumindo a posição de professor. Quatro de seus discípulos, Pedro, Tiago, João e André lhe perguntaram em particular: Dize-nos quando sucederão estas coisas, ou seja, quando o Templo será destruído, e que sinal haverá quando todas elas estiverem para cumprir-se.

Sem responder diretamente ao que lhe haviam perguntado, Jesus lhes disse: Vede que ninguém vos engane. Eles deveriam estar atentos. Vigiar! Os discípulos estavam pedindo sinais. Jesus lhes disse para se acautelarem dos falsos sinais, das falsas afirmações. Muitos virão fazendo grandes proclamações messiânicas. Virão em nome dele, dizendo: Sou eu [o Cristo], usando seu título, e enganarão a muitos. Essas pessoas presunçosas causarão revoltas e guerras. Quando, porém, ouvirdes falar de guerras e rumores de guerras, não vos assusteis. Esses conflitos ocorrerão, é necessário assim acontecer, pois essas são as dores do parto, que simbolizam um novo início. Mas ainda não é o fim. Esses serão apenas os estágios preliminares. Aqueles que talvez se regozijem com o fato de o final estar próximo, estarão enganados e deverão moderar seu entusiasmo. Porque se levantará nação contra nação, e reino, contra reino. Haverá terremotos... e também fomes. Ao invés de representar o julgamento final de Deus e Sua intervenção nos negócios humanos, estas coisas são apenas o princípio das dores. Há mais turbulência a caminho. Embora muitos se decepcionem, Jesus espera que os discípulos permaneçam firmes.

As predições de Jesus sobre os tempos futuros vão continuar na próxima parte. O restante do capítulo 13 consiste de respostas às perguntas dos discípulos, todas relacionadas com o final dos tempos. Alguns estudiosos referem-se a esse discurso como "o pequeno apocalipse" de Marcos.

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