"O conhecimento dos textos originais e a disposição de abandonar as crenças humanas (estabelecidas por hierarquias e instigadas às vezes pelas piores paixões dos homens), abrem o cominho para que a Ciência Cristã seja compreendida, e fazem da Bíblia o mapa náutico da vida, no qual estão assinaladas as bóias e as correntes curativas da Verdade." (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 24.)
No espírito dessas palavras de Mary Baker Eddy, oferecemos as seguintes anotações relativas às Lições Bíblicas deste mês, publicadas no Livrete Trimestral da Christian Science para o período de julho, agosto e setembro.
31 de julho – 6 de agosto
ESPÍRITO
Porque a um é dada, mediante o Espírito, a palavra da sabedoria; e a outro, segundo o mesmo Espírito, a palavra do conhecimento. (1 Cor. 12:8)
A distinção entre os termos "sabedoria" e "conhecimento" era muito clara no original grego do Novo Testamento: a sabedoria é fruto da comunhão com Deus, é a inspiração, a revelação. O conhecimento vem de saber o que já foi revelado, significa saber como colocar em prática o que já foi revelado.
Eis que as nações são consideradas por ele como um pingo que cai de um balde e como um grão de pó na balança; as ilhas são como pó fino que se levanta. (Isaías 40:15)
O povo de Israel estava, nessa época, impressionado e preocupado com o poderio de grandes nações vizinhas, por isso o profeta lhes fala da verdadeira dimensão que esse poderio material tem, perante Deus. A água que o povo usava provinha, na maioria das vezes, de poços. O balde que sai cheio de dentro do poço, vem pingando, naturalmente. As nações são comparadas a um desses pingos de água. Um grão de pó na balança não faz diferença alguma no peso. As "ilhas" são os lugares onde se chegava de barco, chamados assim ainda que não fossem realmente ilhas e o "pó fino que se levanta" seria a poeira que é levada por qualquer sopro de vento.
...pões nas águas o vigamento da tua morada, tomas as nuvens por teu carro e voas nas asas do vento. (Salmos 104:3)
O Salmo 104 é considerado, pelos comentaristas, como a versão poética do primeiro capítulo do Gênesis, pois todos os elementos e os passos da criação são reproduzidos nele em poesia, exceção feita da criação do homem. Nesse salmo, Deus é retratado como Senhor de todos os elementos da natureza, água, nuvens, vento, montanhas, etc.
7 – 13 de agosto
ALMA
Porque haverá um dia em que gritarão os atalaias na região montanhosa de Efraim: Levantai-vos, e subamos a Sião, ao Senhor, nosso Deus! (Jeremias 31:6)
A região montanhosa de Efraim era a fronteira entre os dois reinos em que se haviam dividido as tribos de Israel: o reino do Norte (Israel) e o do Sul (Judá). Os atalaias eram sentinelas que guardavam as plantações nessa região e que, em virtude desse ofício, observavam as mudanças da lua e, portanto, das estações. Por isso, eram eles que gritavam, anunciando ao povo do Norte que era chegada a época de descer a Jerusalém (Sião) para as festas religiosas tradicionais. Provavelmente, nesse versículo, o profeta quer indicar o advento da união entre os povos, na adoração a Deus.
Assim, porão o meu nome sobre os filhos de Israel, e eu os abençoarei. (Números 6:27)
Na linguagem bíblica, o nome de Deus é o Seu caráter, é como Ele se revela. Portanto, pôr o nome dEle sobre alguém, significa declarar-lhe o caráter e a natureza de Deus, identificar na pessoa esse caráter e natureza divina.
Ah! Todos vós, os que tendes sede, vinde às águas; e vós, os que não tendes dinheiro, vinde, comprai e comei; sim, vinde e comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite. Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão, e o vosso suor, naquilo que não satisfaz? Ouvi-me atentamente, comei o que é bom e vos deleitareis com finos manjares. (Isaías 55:1, 2)
Fome e sede são usadas simbolicamente, tanto no Antigo como no Novo Testamento, para indicar um anseio pelas coisas do Espírito (ver, por exemplo, Salmos 42:2; Mateus 5:6; João 4:13-15). Em virtude disso, o pão e os finos manjares aqui referidos, também são símbolos da abundância de todo tipo de bem. O fato de esse bem poder ser comprado sem dinheiro e sem preço, denota sua natureza espiritual.
14 – 20 de agosto
MENTE
Filho meu, se aceitares as minhas palavras e esconderes contigo os meus mandamentos... (Prov. 2:1)
A palavra original, traduzida como "esconder", significa, mais exatamente, "guardar como um tesouro", ou seja, "valorizar enormemente".
Por isso, hoje, saberás e refletirás no teu coração que só o Senhor é Deus em cima no céu e embaixo na terra; nenhum outro há. (Deuter. 4:39)
"Refletirás" é a tradução de uma palavra hebraica que significa "trazer de volta à mente", "relembrar". A Bíblia hebraica atual diz: "Sabe, portanto, hoje, e mantém em mente ..." Outra versão moderna diz: "Lembra-te, hoje, e não te esqueças nunca..."
E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus. (Filip. 4:7)
Ao dizer que "excede todo o entendimento", o autor da Epístola diferencia a paz de Deus da mera paz humana, da mera ausência de conflito. Trata-se de uma paz que excede e independe da paz humana, é a paz que o próprio Deus tem. O termo "guardará" tem, no original, o sentido bem forte de "montar guarda e levantar uma barreira contra o inimigo".
21 – 27 de agosto
CRISTO JESUS
Que vos parece? Se um homem tiver cem ovelhas, e uma delas se extraviar, não deixará ele nos montes as noventa e nove, indo procurar a que se extraviou? E, se porventura a encontra, em verdade vos digo que maior prazer sentirá por causa desta do que pelas noventa e nove que não se extraviaram. (Mateus 18:12)
A figura do pastor de ovelhas é usada repetidas vezes, na Bíblia, para transmitir a idéia do cuidado e do amor de Deus. Um comentarista faz notar que, nessa parábola, Jesus mostra diversas características do amor divino: (1) É um amor individual, para ele não há ninguém sem importância, ninguém é esquecido. (2) É paciente e isento de crítica, ele não culpa nem repreende a ovelha por ter-se extraviado. (3) É um amor que vai em busca, não fica simplesmente aguardando a ovelha voltar. (4) É um amor que se alegra.
Então, lhes falou Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que o Filho nada pode fazer de si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai; porque tudo o que este fizer, o Filho também semelhantemente o faz. (João 5:19)
Segundo um comentário bíblico, esse versículo pode ser entendido assim: "O Filho não pode fazer nada em separado do Pai, não pode ter uma vontade própria contrária ao Pai; o filho age em conjunto com o Pai."
Bibliografia
Dicionários da Strong's Exhaustive Concordance of the Bible;
The Interpreter's Bible;
John Gill's Expositor;
Jamieson, Fausset, Brown Commentary;
The One Volume Bible Commentary de J. R. Dummelow;
Today's English Version.
