Em 1986 A Sociedade Editora da Christian Science publicou um livro, preparado e redigido por Richard Nenneman e Earl Foell, chamado Como a Paz Veio ao Mundo. O livro continha respostas à proposição de que a paz viera ao mundo e os ensaios publicados explicavam como isso tinha acontecido.
Mais de mil ensaios foram recebidos e 49 foram escolhidos para publicação. Uma das inscrições ganhadoras foi escrita por Richard Lamm, o então governador do Estado do Colorado, nos Estados Unidos. Sua proposição foi de que a paz viera como resultado do choque emocional causado por um confronto nuclear entre o Paquistão e a Índia.
Outro esforço bem diferente para trazer a paz ao mundo ocorreu em outubro do ano passado em Genebra, Suíça.
Oitocentas líderes religiosas do mundo inteiro se reuniram na sede da Organização das Nações Unidas para ponderar e desenvolver a contribuição em potencial das mulheres em prol dos esforços para alcançar a paz mundial.
Essas representantes consideraram idéias sobre a paz e o caminho para alcançá-la, a necessidade de resolver conflitos de maneira pacífica, exemplos do êxito obtido por mulheres enquanto outras negociações já haviam falhado.
As participantes não queriam dominar as negociações pela paz já em andamento ao redor do mundo, mas simplesmente unir-se a elas, para encontrar a paz. Uma das perguntas feitas foi: "Será que todos os recursos em potencial já foram disponibilizados para o processo de paz?"
A contribuição das mulheres em prol da paz é natural e necessária.
A resposta foi nítida: "Não, não foram". A mensagem da conferência foi clara e firme, mas sem rancor ou asserção radical: as qualidades femininas se fazem necessárias nas mesas de negociação. Essas qualidades e qualificações não são necessariamente divididas de acordo com o gênero, mas no contexto da vida de hoje, o que é tradicionalmente atribuído às mulheres é menos utilizado nos esforços mundiais pela paz. Deveria ser o contrário.
Na busca pela paz, o objetivo importante é encontrá-la e não quem nos fará chegar até ela. A paz mundial e a solução dos conflitos não dependem de um sexo ou do outro para alcançá-los. A criação ideal (e real) reflete a Paternidade e a Maternidade de Deus. A mulher é uma idéia completa. O homem é uma idéia completa. A única distinção está nas qualidades que estão ao dispor de cada um e de ambos e que são expressadas individualmente.
Sobre esse alicerce espiritual nós nos movemos, vivemos, trabalhamos, temos filhos, encontramos o sucesso e contribuímos para o desenvolvimento espiritual da humanidade ao utilizarmos as qualidades de pensamento que já possuímos e as que almejamos. O modelo da inteireza divina está sempre ao nosso dispor e somos encorajados em nossa jornada individual quando deixamos que esse modelo espiritual nos guie e nos alimente.
A contribuição das mulheres em prol da paz é natural e necessária. No momento de dor, muitas vezes é o abraço da mãe ou do pai que começa a curar o machucado, seja ele físico ou mental. As qualidades inimitáveis que acompanham o abraço podem não ser facilmente definidas, mas são tangíveis. Quem de nós já não sentiu esse abraço? Imagine se essa capacidade de abraçar estivesse presente na mesa de negociação pela paz!
As qualidades refletidas e divinas da feminilidade nos foram apresentadas de uma forma e numa figura às quais não precisa ser negado o privilégio de trazer bênção e inovação ao conflito, assim como o privilégio de acabar com ele. A oração para se alcançar esse privilégio foi oferecida audível e silenciosamente durante essa Iniciativa de Genebra. A resposta a essa oração foi confiada a Deus e novas bençãos virão, fluirão para salvar vidas, enriquecer a produtividade humana e oferecer novas esperanças.
Essas novas esperanças se alçaram muitos anos antes, quando Mary Baker Eddy falou do lugar que a mulher ocupa na sociedade e na história com as seguintes palavras, em sua sucinta obra Não e Sim, publicada em 1887: "Na lei natural e na religião, o direito que a mulher tem de preencher os mais altos postos no governo é inalienável, e esses direitos são habilmente reivindicados pelos mais nobres representantes de ambos os sexos. Soou a hora da mulher, com todas as suas doces amenidades e com suas reformas morais e religiosas" (p. 45).
