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Matéria de capa

O furto do meu carro me fez orar pelos vizinhos

Da edição de agosto de 2004 dO Arauto da Ciência Cristã


A porta da frente de casa dá direto para a calçada da frente do edifício de apartamentos onde moro, no Bronx, em Nova Iorque. Durante o verão, há muito movimento na vizinhança. As mães saem com suas cadeiras dobráveis para desfrutar da brisa do anoitecer. Os jovens ligam o som estéreo dos carros, certos de que todos nós compartilhamos de seu gosto por música. Os cachorros se divertem. As crianças jogam bola.

Assim que a temperatura começa a esquentar, coloco vários vasos com flores coloridas na calçada, dos dois lados da minha porta. Meu filho disse que os vasos seriam simplesmente roubados; o zelador do prédio disse a mesma coisa. Mas, mesmo assim, coloquei os vasos ali, como um presente meu para os vizinhos (que passam suas noites em frente ao meu apartamento). Além disso, ao invés de ficar vigiando as flores, procurei vigiar meus pensamentos e resistir àquelas suposições céticas.

Antes que você me chame de ingênua, vou lhe contar por que tomei essa atitude. Há algum tempo, meu carro fora roubado a poucas quadras do meu apartamento. Naturalmente, fiquei aborrecida porque havia perdido meu carro. Mas, na verdade, o que me aborreceu mais foi pensar que meus vizinhos fossem ladrões e mentirosos. Creio que Deus existe e que Ele criou cada um de nós à Sua imagem, por isso, faz parte da nossa natureza, como imagem de Deus, sermos honestos e prudentes. Além disso, devo isso aos meus vizinhos, ou seja, considerá-los como a semelhança de Deus e naturalmente bondosos, mesmo que as circunstâncias indiquem o contrário.

Em uma carta do Apóstolo Paulo a uns vizinhos que estavam tentando reconciliar o senso que tinham da bondade de Deus com o mundo ao redor deles, está escrito: “...tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento” (Filipenses 4:8).

Mary Baker Eddy levou essa idéia ainda mais adiante, quando escreveu em seu livro Ciência e Saúde: “Mantém o pensamento firme nas coisas duradouras, boas e verdadeiras e farás com que elas se concretizem na tua vida, na proporção em que ocuparem teus pensamentos” (P. 261). Realmente, eu não vinha fazendo isso.

Eu havia estacionado o carro naquela rua muitas vezes, embora já tivesse visto cacos de vidros quebrados, por mais de uma vez. Mas, quando não consegui encontrar vaga em nenhum outro lugar, estacionei ali mesmo e apenas confiei em que tudo estaria bem. Essa minha atitude apática não contribuiu muito para melhorar a idéia que eu fazia da vizinhança; foi uma demonstração de indiferença para com os carros das outras pessoas e para com as crianças que vagavam pelo parque. Se eu não me importava que eles houvessem perdido seus princípios morais, por que eles deveriam se importar?

Então, comecei a orar pelo meu bairro e pelos meus vizinhos.

Essa oração foi nos moldes das palavras de Paulo aos Filipenses. Tentei me ater a cada indício de sociabilidade, consideração ou respeito que percebesse ao meu redor. Quando soube que grande parte da população da cidade de Nova Iorque estava desempregada, orei sobre isso, também. Sabia que Deus criara o homem para ser útil e produtivo e eu não deveria aceitar que nenhuma circunstância pudesse realmente impedir o propósito de Deus para Sua criação. Vi que eu estava mantendo “o pensamento firme nas coisas duradouras, boas e verdadeiras” como uma forma de orar, uma forma de honrar a Deus e reverenciar Seu poder como o Criador e Governador de tudo o que Ele fez.

Um mês após meu carro ter desaparecido, alguém de outro bairro o viu estacionado no quarteirão em que morava, descobriu meu telefone e me ligou. Será que ele ligou por causa da minha oração? Eu não estava orando para ter meu carro de volta. Estava orando para ver meus vizinhos como honestos. Para mim, aquela oração foi respondida de uma forma estupenda.

Com relação àquelas flores, em frente à minha porta, elas são um presente de gratidão aos meus vizinhos, por sua bondade. Esta manhã, quando eu as estava regando, um homem parou para me contar que, há alguns dias, um garoto havia levado um dos vasos. Como o homem vira o que o menino fizera, obrigou-o a trazer o vaso de volta. “Não podemos deixar que isso continue acontecendo no nosso bairro”, disse ele. “Aqui nós cuidamos uns dos outros”. Batemos papo durante algum tempo, agradeci-lhe por ter tomado conta dos vasos para mim, e, logo depois, saí para comprar mais petúnias para o jardim da nossa calçada.

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