Há alguns anos, uns amigos e eu fizemos uma pausa durante um intenso dia de trabalho para jogar squash. Esse jogo é violento em termos de velocidade, pois a bola, que é de borracha dura e muito pequena, chega a atingir até 200 km por hora por impulso das raquetes. Eu estava em frente ao colega com quem estava a jogar e quando ele rebateu, a bola veio directo para o meu olho.
A dor foi enorme. Eu me ajoelhei com uma das pernas e, tapando com a mão a vista, tentei não deixar que o medo e o pânico se instalassem na minha mente. Já me tinha sido dito que acidentes semelhantes ocasionaram conseqüências graves e tais pensamentos assaltaram-me imediatamente. Mas, em paralelo, tentei focalizar as verdades que a Christian Science tem me transmitido ao longo da vida. Vieram-me alguns pensamentos e frases automaticamente, mas não estavam a fazer efeito. O efeito mental que eu estava a esperar era que me libertasse da dor, me libertasse do pânico e que não tivesse seqüelas para a minha vista.
Isso passou-se em um espaço de tempo muito curto. Foram minutos de turbilhão mental a tentar inverter aquilo que os sentidos físicos estavam me dizendo. Quando eu consegui ver que precisava sentir e conhecer verdadeiramente a Verdade, Deus, consegui ficar calmo e receptivo. Lembrei-me, então, de uma frase de Ciência e Saúde, de Mary Baker Eddy: “Esta é a doutrina da Ciência Cristã: que o Amor divino não pode ser privado de sua manifestação ou objeto; que a alegria não pode ser convertida em tristeza, porque a tristeza não é senhora da alegria...” (p. 304). “Ora, a tristeza não é senhora da alegria?”, perguntei-me. “O que é que eu estive aqui a fazer?”. “Estava a competir, a suar, a tentar perder quilos?” “ou “estava a reflectir a Deus?”. Eu de fato, me apercebi que eu estava a expressar alegria, a expressar movimento, divertimento, estava a conviver com outras pessoas. Essa era a única verdade sobre o que estava a passar. Senti imediatamente que minha mente e minha consciência tinham mudado e com calma imensa e domínio consegui me sobrepor à dor e ao pânico. Do turbilhão mental, passei à paz espiritual.
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