Estou feliz pela oportunidade que nós, brasileiros, especialmente os que moram no Rio de Janeiro, temos de ser anfitriões de um evento como os Jogos Pan-americanos. As competições geram expectativa e muita alegria.
Sempre admirei os esportistas pela firmeza e seriedade com que procuram superar os limites físicos e mentais que envolvem uma competição. Com o Pan comecei a pensar bastante na preparação dos atletas. Percebi que cada um deles representa a criação divina e expressa vitalidade, vigor, firmeza de movimentos e, principalmente, a força espiritual que lhe permite transcender suas conquistas anteriores. Ao refletir sobre isso dei-me conta de que, em realidade, “todos somos atletas” e podemos diariamente nos preparar para superar os limites impostos pelo medo, pelo preconceito ou por qualquer noção errada a nosso respeito.
Em Ciência e Saúde, Mary Baker Eddy define homem como “a idéia composta que expressa o Espírito infinito; a imagem e semelhança espiritual de Deus; a representaçãoS completa da Mente” (p. 591). Tal definição me fez entender que temos o direito de executar harmoniosamente cada tarefa que nos cabe; entretanto, é preciso reconhecer que Deus, a Mente infinita, é a fonte de nossa força e capacidade para superar os obstáculos diários.
Essa maneira de pensar contribuiu recentemente para que eu ajudasse um amigo que se queixava de fortes dores nas costas.
Ao comentar com ele como seria bom assistir ao Pan, eu mencionei toda a movimentação envolvida na realização do evento. Sua reação me surpreendeu. Disse-me que antigamente gostava muito de ver o desempenho dos atletas mas que, hoje em dia, sentia-se frustrado e sem ânimo. Considerava muito injusto que, enquanto alguns superavam limites, ele sentia dores horríveis ao caminhar. Também disse que estava infeliz porque em pouco tempo a cidade estaria repleta de pessoas e haveria confusão e transtornos no trânsito, fato que agravaria seu desconforto.
“Somos todos atletas” e podemos nos preparar todos os dias para superar os limites impostos pelo medo, pelo preconceito ou por algum conceito errado que temos de nós mesmos.
Eu lhe disse que a cidade não poderia virar um caos se estivéssemos preparados para acolher nossos visitantes com alegria. Nós, como reflexos do Amor divino, não precisamos nos esforçar para amar, pois refletimos o amor de forma natural. Podemos nos sentir como anfitriões que organizam uma festa, se regozijam com a presença dos convidados e lhes oferecem o melhor que há em sua casa. Isso não causa desarmonia de espécie alguma. É possível expressarmos as capacidades divinas e nos apoiarmos no Princípio criador para superar os limites e vencer a dor, a depressão, o mal-estar e a insatisfação. Sugeri que ele se apoiasse no seguinte trecho de Ciência e Saúde: “Para compreender a realidade e a ordem do ser na sua Ciência, tens de começar por considerar Deus como o Princípio divino de tudo o que realmente existe” (p. 275).
Alguns dias depois encontrei meu amigo novamente e notei que ele estava bem diferente. O semblante de dor havia desaparecido e dado lugar a uma expressão de ânimo. Então ele me contou que, depois de nossa conversa, percebeu que poderia receber com amor as pessoas que vinham para o Pan. Mais tarde, ele até conseguiu um emprego temporário relacionado ao evento, que lhe permitirá assistir a alguns jogos, além de auxiliar as pessoas que estiverem presentes. Ele estava surpreso e feliz, pois as dores nas costas haviam passado e ele se sentia muito bem.
Essa experiência me alegrou pois, para mim, ela prova a exatidão das leis divinas, que revelam a infinita capacidade espiritual que herdamos de Deus. Uma consciência cheia de alegria e gratidão faz com que todos fiquemos receptivos à demonstração da Verdade que vence qualquer tipo de problema.
