Desequilíbrio / Excesso / Negligência » Responsabilidade
Ganâcia / Competição / Medo / Revolta » Segurança
Governo / Indústria / Ciência / Nós = Sinergia
Todos podem enfrentar o desafio do aquecimento global por meio de ações inspiradas, empatia e criatividade — movidos pela:
CONSCIÊNCIA ESPIRITUAL
+ ORAÇÃO METAFÍSICA
= Baixo Teor de Carbono
na economia
na indústria
no comportamento
Um mundo novo, com Baixo Teor de Carbono.
Inevitável? Sim.
O aquecimento global e outros impactos negativos causados pelo homem à biosfera do nosso planeta provocaram uma enorme mudança em direção a um novo futuro, com baixo teor de carbono. Em direção a uma Terra sustentável, saudável. Em direção a uma nova maneira de pensar.
Hoje em dia as pessoas pensam "verde"
Nossa vida, fundamentada essencialmente em combustíveis fósseis e na conseqüente emissão de dióxido de carbono, CO2, está mudando. Gradativamente nos afastamos da “zona de conforto” e avançamos rumo a uma zona verde. O verde está chegando bem rápido, movido à conservação, reciclagem, inovação, tecnologia, colaboração e esclarecimento.
Com efeito, a revolução provocada pela evolução, por meio da qual deixaremos de usar combustíveis fósseis negros, nocivos ao planeta, e passaremos a usar combustíveis não-fósseis verdes, que não agridem o meio ambiente, já começou. O verde está se tornando rapidamente a nova cor da unidade global.
O que podemos fazer para ajudar nessa questão com bom senso e com a Ciência Cristã?
: Ron, vamos falar hoje sobre responsabilidade, segurança e sinergia, três dimensões do esforço acelerado da humanidade para corrigir o aquecimento global e para fazer com que o equilíbrio ecológico do nosso planeta deixe a zona de perigo e volte para a zona de segurança.
Gostaria de analisar esse assunto de forma profunda e ampla. O aquecimento global afeta praticamente tudo em nosso planeta: os oceanos e as marés, as florestas tropicais e a agricultura, os animais e os homens. Os meteorologistas nos dizem que o excesso de dióxido de carbono e outras emissões de gazes que contribuem para o efeito estufa desestabilizam o equilíbrio natural e saudável do nosso planeta, fezendo com que experimentemos temperaturas extremas, falta de água, violentas tempestades e enchentes.
Contudo, o impacto gerado pela correção do aquecimento global afetará também todas as coisas em nosso planeta. Medidas corretivas repercutirão profundamente na complexa infra-estrutura da vida no planeta, ou seja, nas atividades profissionais, na pesquisa científica, na indústria, no comércio, nas finanças, no governo, na política e nas relações internacionais. Harmonizar esses vários elementos demandará educação, iniciativas corajosas, mudanças de comportamento, determinação.
E oração.
Em teoria, essa troca de idéias em termos profundos e amplos pode elevar o debate sobre aquecimento global, de um ponto de vista limitado, fundamentado na matéria, para a perspectiva única e universalmente disponível da Ciência Cristã, que é uma perspectiva espiritual, mas profundamente humana e prática. Eu e você já constatamos como a perspectiva da Ciência Cristã pode ajudar a neutralizar qualquer tipo de problema, não importando sua escala ou os riscos envolvidos.
RESPONSABILIDADE
JH: Gostaria que retrocedêssemos para 1º de fevereiro de 2007. Durante cinco minutos, naquela noite escura de quinta-feira, as luzes da Torre Eiffel foram desligadas. Na verdade, naqueles cinco minutos, as luzes de Paris e de toda a França se apagaram. Durante o apagão o consumo nacional de energia elétrica caiu mais de um por cento. Isso significa que toneladas de dióxido de carbono deixaram de ser lançadas na atmosfera.
Conclusão: durante esses cinco minutos, o Planeta Terra ficou mais equilibrado, mais seguro.
Conforme noticiou a BBC, a campanha do “apagão” por toda a França teve “o objetivo de despertar a consciência do público para o aquecimento global”, bem como preparar o terreno para o lançamento do relatório de 2007 do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas ( IPCC Intergovernamental Panel on Climate Change ), órgão composto de 2.500 especialistas em meteorologia de 113 países, organizado pelas Nações Unidas. O IPCC concluiu que a evidência do aquecimento global é “inequívoca”, e que sua principal causa pode ser atribuída às atividades humanas, especificamente aquelas atividades que produzem dióxido de carbono e outros gases do efeito estufa. Todas as vezes que usamos energia oriunda da queima de carvão, petróleo ou gás, acrescentamos dióxido de carbono à atmosfera. Com efeito, as atividades humanas são responsáveis pelo aquecimento da Terra cerca de 13 vezes mais do que as mudanças ocasionadas pelas emissões solares. O IPCC convocou todos para uma ação urgente e advertiu sobre impactos maiores no futuro.
Mas há também uma boa notícia: visando a contrabalançar a séria avaliação do IPCC e sua advertência para limitar os riscos graves e significativos, o relatório também mencionou que as conseqüências danosas do aumento das temperaturas poderiam ser atenuadas por meio de ações imediatas.
Medidas corretivas e transformadoras estão ganhando ímpeto. Os formadores de opinião projetam um cenário do tipo “o verde é o nosso futuro” para os próximos 50 anos e conclamam a uma grande transformação no nosso sistema de energia, para que passemos a adotar um sistema alicerçado em fontes de energia limpas e seguras para o meio ambiente. O investimento em tecnologia verde subiu de forma alucinante. O investimento das empresas de capital de risco do Vale do Silício em tecnologia limpa, incluindo produtos que adotam energia alternativa como carros híbridos, produtos que utilizam energia solar e o uso da nanotecnologia para resolver problemas do meio ambiente, pularam de 34 milhões de dólares no primeiro trimestre de 2006 para 290 milhões no terceiro trimestre.
Ron, como Cientistas Cristãos vamos considerar tudo isso. Quando se trata de ações imediatas, como a oração pode ajudar? Como pode o mundo estabelecer um curso, apoiado na oração, para um bom futuro?
RON BALLARD: Acho que tudo começa quando se chega ao problema implícito, e é isso o que a metafísica da Ciência Cristã nos ajuda a fazer.
Em seu livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, Mary Baker Eddy fala a respeito da mente mortal ou pensamentos dos mortais, dizendo que ela “...nada sabe a respeito de si mesma, de suas próprias ações e de seus resultados — não sabe que a causa predisponente, remota e excitante de todos os maus efeitos é uma lei da assim chamada mente mortal, não da matéria” (p. 393). Se desejarmos chegar ao problema implícito no aquecimento global vamos ter de tratar das suposições mentais.
Talvez se possa dizer que, embora a causa excitante do aquecimento global sejam as emissões de CO2, a causa remota e predisponente é decididamente mental. Eu diria que a causa remota é uma concepção básica equivocada sobre a relação entre a humanidade e a Terra. No primeiro capítulo da Bíblia (Gênesis 1:28), nosso papel é descrito como o de um administrador: temos de “encher” a terra. Nesse sentido, “encher” significa trazer algo de volta à sua inteireza ou plenitude. Teremos de mudar nosso paradigma de consumidores para produtores. Existem inumeráveis formas pelas quais podemos, em vez de solapar ou exaurir, apoiar e promover o que é criado. O arquiteto William McDonough, conhecido internacionalmente, nos oferece esta perspectiva: “E se os edifícios fossem seres vivos? E se nossas casas e locais de trabalho fossem como árvores, organismos vivos que participassem, de forma produtiva, de seu meio ambiente? Imaginemos um prédio fazendo parte da paisagem, obtendo energia solar, segregando o gás carbônico e produzindo oxigênio” (“Buildings Like Trees, Cities Lide Forests” [Edifícios como Árvores, Cidades como Florestas], www.mcdonough.com/writings/ buildings_like_trees.htm). Essa situação já existe, sendo apenas um exemplo da gama infinita de idéias que nos advêm quando estamos dispostos a fazer uma mudança mental.
Isso nos leva ao que eu diria que é a causa predisponente desse problema: uma compreensão equivocada do que seja causativo. Em uma interpretação espiritual de uma passagem do Gênesis a que me referi acima, Mary Baker Eddy disse: “O Amor divino abençoa suas próprias idéias e faz com que se multipliquem — com que manifestem o poder de Deus. ... Eis aí a Ciência do ser” (Ciência e Saúde, pp. 517-518). Nosso papel na criação é expressar o poder de Deus em toda inteligência, criatividade e percepção que nos advêm pelo fato de sermos a manifestação de Deus. Esse processo de forma alguma denigre nossa participação mas a realça, dando–nos acesso a regiões mais elevadas do pensamento, ampliando nossos horizontes e nos libertando de paradigmas auto-impostos.
Para resolver verdadeiramente um problema com as enormes proporções do aquecimento global, temos de conseguir acesso ao Infinito. Will e Ariel Durant em seu estudo sobre a civilização observaram que grandes mundanças aconteceram mais pelo poder de uma idéia, muitas vezes sustentada apenas por uma minoria, do que pelo número de pessoas. Eis porque a oração pode fazer a diferença. Ao submeter os preconceitos humanos à inteligência divina e aprender da Mente divina a respeito de seu senso de criação, nossas orações transmitem a humildade e o poder da autoridade divina. Nesse processo, um com Deus pode ser a maioria.
SEGURANÇA
JH: As pessoas desejam recuperar uma terra segura, mas também desejam mudar para um futuro com baixo teor de carbono, que não envolva os efeitos colaterais negativos como desemprego, vidas desestabilizadas e pobreza. Acho que essa mudança deve ser apoiada na oração para que os seus resultados sejam positivos. Deixem-me lhes dar um exemplo do que estou falando e a razão porque precisamos levar a sério o chamado à oração.
Tomemos o caso do milho
A revista Business Week recentemente descreveu as conseqüências globais de se usar o produto das colheitas como combustível e o fato de que “a economia da agricultura está sendo reescrita”. O milho está sendo transformado em combustível para automóveis e está no centro de uma expansão maciça de biocombustíveis nos Estados Unidos. Contudo, isso faz surgir a concorrência entre o alimento e o combustível: “O milho está no centro de uma luta decisiva entre as usinas de etanol e as fábricas de alimentos, um dos primeiros sinais de uma futura transformação na agricultura e uma mudança econômica global. ...De um lado está Lester Brown, presidente do Instituto de Política da Terra (Earth Policy Institute). Ele adverte que haverá 'uma futura concorrência de grandes proporções entre os oitocentos milhões de pessoas com automóveis e os dois bilhões de pessoas mais pobres’, e vaticina que a escassez e a alta nos preços dos alimentos levarão à fome e à violência urbana” (“Foods vs. Fuel” [Alimento versus Combustível], 5 de fevereiro de 2007, pp. 80—83).
Também consideramos estas estatísticas na equação: se convertermos toda a safra de milho em etanol, este atenderia apenas 12 por cento do nosso consumo de gasolina; a produção de 10 galões de etanol consome a energia equivalente a cerca de sete galões de gasolina; e a redução de gás do efeito estufa, obtida do etanol extraído do milho, é mínima. Portanto, das primeiras páginas do jornal The New York Times ao editorial do The Wall Street Journal, concluímos que o etanol extraído do milho não é uma boa idéia. Eis o que disse o The Wall Street Journal: “... 'empregar o etanol para reduzir os gases do efeito estufa é extremamente ineficiente’, custando o equivalente a 16 vezes a redução ideal do custo para se remover uma tonelada de gás carbônico da atmosfera” (“Very, Very Big Corn” [Milho, Muito, Muito Grande], 27–28 de janeiro de 2007, p. A8).
A questão milho/etanol nos Estados Unidos exemplifica as complexidades e contradições profundamente enraizadas que temos de enfrentar à medida que evoluirmos, inevitavelmente, de uma economia global de alto teor de carbono para uma economia global de baixo teor de carbono, na resolução do problema do aquecimento global.
Então, como a perspectiva da Ciência Cristã pode ajudar? Como podemos orar de forma profunda e ampla sobre essa questão, de forma que as iniciativas relacionadas com o clima não estimulem a concorrência, a ganância, o medo, o perigo e a opressão, mas harmonizem, ajustem e beneficiem todos os envolvidos?
Só podemos fazer isso se compreendermos que a criação é constituída por algo mais do que apenas entidades materiais aleatórias, disputando seu próprio espaço e lugar.
RB: O importante aqui é aprender a estar seguro com a criação, não separados dela. Só podemos fazer isso se compreendermos que a criação é constituída por algo mais do que apenas entidades materiais aleatórias, disputando seu próprio espaço e lugar. Então, qual é a verdadeira substância da criação?
Provavelmente poderíamos concordar que, se nos livrarmos de qualquer objeto material, não nos livramos da idéia que se encontra por trás desse objeto. Dessa forma, talvez concordemos que a verdadeira substância de qualquer objeto é a idéia que está por trás dele, pois a idéia é o que perdura. A Ciência Cristã nos ensina que as idéias constituem a verdadeira substância, e nos põe a trabalhar para discernir a verdadeira natureza das idéias. A Ciência Cristã sustenta que as idéias duradouras e eternas têm de provir de uma fonte eterna, e explica que essa fonte eterna é o Espírito, não a matéria temporal. Conseqüentemente, as idéias do Espírito precisam ter a natureza do Espírito, ou seja, precisam ser espirituais. Se pudermos nos conscientizar de que a verdadeira criação existe somente em idéias espirituais, não em objetos materiais, poderemos começar a analisar como a Fonte dessas idéias divinas criou e coordenou o universo, de forma que nenhum elemento seja sacrificado ou comprometido.
Outro termo para o Espírito divino [Deus] é Princípio. Muitos estudiosos da criação se admiram diante de sua complexidade, precisão e ordem, e percebem que algo tão perfeitamente complexo e completo precisa ser atribuído a um princípio unificador. À medida que percebermos que a criação é, realmente, governada pelo Princípio divino único, nos conscientizaremos de que esse Princípio tem a capacidade de manter o relacionamento de toda a sua criação, o que constitui o fundamento da harmonia. Esse processo composto de relacionamentos harmoniosos entre as idéias (governadas pelo Princípio) é o que a Ciência Cristã denomina de “eterna dinâmica do ser”. Ao se referir à lei como Princípio divino, Mary Baker Eddy escreveu que essa lei: “Explica a eterna dinâmica do ser, e mostra que a natureza e o homem são tão harmoniosos hoje como eram no princípio, quando 'todas as coisas foram feitas por intermédio dele; e sem ele nada do que foi feito se fez” ( Miscellaneous Writings 1883-1896, pp. 258–259).
A oração a respeito da segurança e da integridade do nosso meio ambiente e dos efeitos impressionantes das mudanças climáticas com as quais nos deparamos hoje em dia, como também a respeito do impacto que a correção desses desequilíbrios ambientais terá nas atividades profissionais, na economia global e no nosso dia-a-dia, nos ajuda a compreender que temos um Princípio divino que opera continuamente a nosso favor. Esse Princípio regula a interação de toda sua criação de forma benéfica, mantendo seu próprio sistema divino, eternamente. Ao nos alinharmos com esse plano divino e com suas leis, com certeza obteremos um resultado harmonioso. Isso é o que estamos demonstrando ou comprovando em nossa vida.
Afinal, na oração não tentamos transformar alguma coisa em outra que consideramos desejável; pelo contrário, permitimos que nosso pensamento entre em harmonia com aquilo que já está divinamente estabelecido. Com esse tipo de humildade intelectual, descobriremos as soluções criativas que o Princípio divino constantemente nos apresenta.
SINERGIA
JH: A sinergia se refere à ação positiva combinada, especificamente, à ação combinada de todos os participantes que seja mutuamente vantajosa. O que eu estou sugerindo é que uma reação responsável e segura ao aquecimento global exige sinergia global. Teoricamente, uma sinergia que reflita nossa afirmação de todo o poder criativo e coordenador da Mente divina.
Podemos perceber os primeiros sinais da sinergia global: atitudes apoiando programas de carbono neutro (desligando as luzes, reciclando materiais e tomando outras medidas de conservação de energia); ações contra os efeitos negativos do gás carbônico (desde programas de créditos para a preservação do verde, ao plantio de árvores, pois, durante seu período de vida, cada árvore pode remover mais de uma tonelada de dióxido de carbono da atmosfera); empresas tomando medidas ecologicamente corretas para proteção e preservação do meio ambiente.
As iniciativas visando à proteção da atmosfera estão unindo diversos segmentos da sociedade. A revista The Economist noticiou que: “Há cinco anos, as empresas nos Estados Unidos eram unânimes contra o controle do gás carbônico. Contudo, a ameaça de uma série de regulamentações por parte dos estados da federação, combinada com a oportunidade de lucro proveniente de novas tecnologias, começaram a mudar as atitudes das empresas... Portanto, agora, as vozes mais altas não estão mais resistindo às mudanças, mas sim defendendo-as” (“The Greening of America” [A América Está Ficando Verde], 27 de janeiro de 2007, p. 9). Uma coalizão de ambientalistas e de algumas das maiores empresas dos Estados Unidos, como DuPont, General Electric, Alcoa, Caterpillar, acabam de emitir um “chamado à ação” para um programa nacional de controle da poluição através de incentivos econômicos para limitar a emissão de gases do efeito estufa.
Como pode a oração apoiar e introduzir essa sinergia?
RB: Uma das maneiras de se lidar com esse assunto seria compreender que toda a criação atua em conjunto para resolver os problemas da vida. Tomemos a área do biomimetismo, uma disciplina que estuda as melhores idéias da natureza e então copia essas idéias para resolver alguns dos nossos problemas mais prementes, tais como aprender a aproveitar a energia como o faz uma folha, calcular como uma célula, cultivar plantações como uma campina, fabricar materiais resistentes como os moluscos. Para mim, isso toca em uma premissa metafísica mais profunda: O Criador está constantemente revelando e definindo a Si mesmo de formas boas, saudáveis e harmoniosas, dirigindo e apoiando a sinergia, por assim dizer, de toda a criação que atua em conjunto, dentro da unicidade de sua Fonte divina. A oração que afirma esse fato científico da vida, pode mudar o mundo para melhor.
