12 O cenário é novamente a Festa dos Tabernáculos. Aparentemente, ao dizer “Eu sou a luz do mundo” Jesus fez referência ao dia em que se acendiam os candelabros do templo. Do ponto de vista espiritual, o Mestre está se revelando nessa declaração, pressupondo que o mundo se encontra nas trevas, ou seja, longe dele.
Mary Baker Eddy se refere a essa revelação quando explica o papel do Cientista Cristão no mundo: “Um Cientista Cristão ocupa na atualidade o lugar de que Jesus falava a seus discípulos, quando disse: ‘Vós sois o sal da terra.’ ‘Vós sois a luz do mundo...” (Ciência e Saúde, p. 367).
13 Um fariseu pode ser definido como alguém que é separado ou separatista. Os fariseus eram ligados a um dos principais grupos religiosos judaicos. Seguiam rigorosamente a Lei de Moisés, bem com como as tradições e os costumes de seus antepassados. Os fariseus não se davam com os saduceus, mas se uniram a eles para combater Jesus e os seguidores dele (ver Mateus 16:1).
Ciência e Saúde dá a pretação metafísica de fariseu: “Crença corpórea e sensorial; justificação própria; vaidade; hipocrisia” (p. 592).
18-19 Jesus sabia que seu testemunho era verdadeiro porque tinha consciência de sua missão e origem divinas. O Pai era sua testemunha.
Os fariseus entenderam a afirmação de Jesus como uma referência a seu pai físico ou natural. Contudo, o Mestre não se referia a José, seu pai humano, mas a Deus. A cegueira dos fariseus quanto à missão de Jesus mostra que o conhecimento da lei não os aproximava de Deus. Os judeus raramente se dirigiam a Deus como Pai. Jesus foi quem revelou a idéia da paternidade de Deus e o nosso vínculo com Ele.
20 O termo grego gazophylákion, traduzido por gazofilácio, remete a cofre, tesouro ou coisas de valor. Significa “casa do tesouro”, lugar onde eram depositadas coisas valiosas, sendo geralmente ligado a santuário.
No Novo Testamento o termo se refere às treze caixas de oferta, em forma de trombeta, que havia no Templo, no átrio das mulheres. Parece que Jesus, nessa passagem, se encontrava perto dessas caixas.
21-24 Aqui Jesus se refere à sua crucificação, ressurreição e ascensão. Os judeus não o entenderam e, por isso, questionavam-se: “Terá ele, acaso, a intenção de suicidar-se” (v. 22)?
Ao afirmar “...se não crerdes que EU SOU, morrereis nos vossos pecados” (v. 24) Jesus mostra que o único caminho para a salvação é crer em seus ensinamentos.
28-29 No Novo Testamento a palavra levantar geralmente significa exaltar. Entretanto, ao dizer “Quando levantardes o Filho do homem...” (v. 28) Jesus novamente se refere à sua ressurreição.
Para Jesus, fazer a vontade do Pai não era uma escolha ocasional. A presença constante de Deus em sua vida atesta que ele sempre fazia o que era agradável a Deus.
33 Os judeus haviam sido escravos no Egito e governados pelos filisteus, pelos assírios e por outros povos. Apesar de não poderem negar esses fatos, talvez estivessem querendo dizer que eram uma nação governada por Deus, independentemente do que tivesse acontecido anteriormente ou de sua situação naquele momento em que, embora sob o domínio romano, eles gozavam de certas liberdades, inclusive o reconhecimento oficial de sua religião.
36 Jesus não fazia alusão à liberdade civil ou política, mas à liberdade espiritual, alcançada por meio da percepção da verdadeira natureza do homem, a qual foi revelada pelo Mestre em seus ensinamentos.
40-41 Jesus menciona claramente a obediência de Abraão. Mesmo diante da árdua ordem recebida de Deus, ele foi obediente e seguiu em frente. Os ouvintes de Jesus reivindicavam ser descendentes de Abraão, mas ele lhes mostrou que não se assemelhavam a seu antepassado no que se referia à obediência.
43 Os judeus estavam tão convictos de suas próprias idéias e doutrinas que não entendiam o que Jesus dizia.
48 Chamar Jesus de samaritano era um insulto e talvez uma forma de sugerir, ou lembrar, que o nascimento de Jesus ocorrera de uma forma pouco convencional. Dizer que ele tinha demônio era outra forma de ataque daqueles que se sentiam encurralados e sem argumentos.
52-58 Em grego, a pergunta feita a Jesus (v. 53) é formulada de maneira a induzir a uma resposta negativa pois, para os judeus, Jesus não era maior que Abraão. Mas a resposta do Mestre se apóia na vontade de Deus, contra o qual seus adversários não podiam se opor.
Jesus afirma sua preexistência espiritual, a qual é explicada em Ciência e Saúde: “...o Cristo não tem começo de anos nem fim de dias” (p. 333).
O termo EU SOU, que é como Deus se identifica em Êxodo 3:14, está ligado ao verbo hebraico que significa “ser”, e implica a existência absoluta de Deus.
Bibliografia:
Biblia de Estudo de Genebra, Sociedade Biblica do Brasil, 1999, Editora Cultura Cristã, São paulo: Biblia Online 3.0, Sociedade Biblica do Brasil, Módulo Avançado, ISBN 85-311-0501-3, www.sbb.org.br; Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, Mary Baker Eddy, The Christian Science publishing Society, Boston, MA, USA; Estudo perspicaz das Escrituras, Watch Tower Bible and Tract Society of pennsylvania [Socideade Torre de Vigia de Biblias e Tratados], 1990; The New Westminster Dictionary, The Westminster press, philadelphia, 1970; The NIV Study Bible, New International Version, Zondervan publishing House, Grand Rapids Ml, 1985; The One Volume Bible Commentary, Edited by The Rev. J.R. Dummelow, MacMillan publishing Co., lnc., 1973, 34a Impressão; O Novo Dicionário da Biblia, J.D. Douglas, Edições Vida Nova, 1982; Harper's Bible Commentary, James L. Mays, HarperCollins Publications, 1988, New York, NY; Biblia de Estudo Plenitude, João Ferreira de Almeida, Edição Revista e Atualizada, 2005, Sociedade Biblica do Brasil.
