Ao pensar em minha infância e adolescência, vejo que desenvolvi três amores: aos estudos, à música clássica e, o mais importante, a Deus.
Conheci a Ciência Cristã aos doze anos, em um momento marcante. Meu pai sofria de uma doença mental e, durante o dia, ficava aos cuidados da empregada e meus. Certa vez, na aula de piano, cometi muitos erros. Minha professora perguntou se eu não havia estudado. Chorando, desabafei minhas angústias. Então, essa tão querida senhora me deu um Arauto. Comentou que a revista me ajudaria e me convidou a visitar a Escola Dominical da Ciência Cristã. Lá, fui acolhida com muito amor pelo professor, que me emprestou a Bíblia, Ciência e Saúde, um Livrete Trimestral da Ciência Cristã, e me mostrou como estudá-los, o que fiz com afinco, aplicando a minha situação as verdades espirituais que lia. Apesar de meu pai ter sido internado em um hospício com diagnóstico de doença incurável, três meses depois recebeu alta e toda a família pôde desfrutar de seu amor e alegria por mais 20 anos.
Durante o resto de minha adolescência, a Ciência Cristã me guiou e abriu portas para progredir e superar limites. Entretanto, sofria de uma depressão que, por três vezes, quase me levou ao suicídio. Hoje vejo como o Amor me socorreu e curou. Uma dessas vezes, estava no exterior, mas, mesmo pelo telefone, a amorosa voz e oração de uma praticista me trouxeram consolo e esperança.
Cresci rapidamente na vida profissional, para surpresa de muitos colegas da área, mas nunca duvidei do que havia aprendido: “...o progresso é a lei de Deus” (Ciência e Saúde, p.233) e“...tudo posso naquele que me fortalece” (Filipenses 4:13). Como empresária, fui beneficiada e sofri com altos e baixos da economia brasileira, mas me acompanhava uma incansável força de seguir adiante e proporcionar o melhor para o próximo. Contudo, a recompensa maior foi tocar a vida de tantas pessoas com a presença sanadora do Cristo. Alunos, funcionários e colegas foram curados de problemas físicos, resolveram situações discordantes, começaram a ler O Arauto e Ciência e Saúde... e eu sentia cada vez menos interesse em uma vida empresarial e mais em uma vida espiritual.
Em certo momento, inspirada pelo exemplo de uma amiga austríaca, que deixou a Ópera de Viena para ser praticista, perguntei-me: “Há tantas pessoas fazendo o que você faz e o mundo necessita tanto de sanadores espirituais. Por que você não se torna praticista agora”? No término do Curso Primário de Ciência Cristã, eu já admitia em meu coração, com pouco mais de 20 anos, que era praticista e um dia me dedicaria totalmente à Prática Pública. Nove anos depois, ao me fazer aquela pergunta, ficou claro que havia chegado o momento. Hoje, passados mais dez anos, posso tranqüilamente afirmar que não há nada mais gratificante do que ouvir de alguém que me pediu ajuda pela oração: “Muito obrigado, já estou curado”.
