Se, ao manobrar seu carro para tirá-lo de uma vaga apertada no estacionamento, você quebra a lanterna traseira do carro à sua frente, você vai embora ou deixa um bilhete com seu nome e telefone?
Se o caixa do banco lhe dá um valor a mais e você está atrasado para um compromisso, você se dá ao trabalho de voltar e devolver o dinheiro?
No dia-a-dia, aparecem questões éticas como essas. Algumas são simples, mas muitas, complicadas, especialmente quando parece existir duas respostas corretas, ou mesmo quando nenhuma das soluções aparenta estar certa.
O livro de Rushworth M. Kidder: "How Good People Make Tough Choices – Resolving the Dilemmas of Ethical Living [Como as pessoas honestas fazem escolhas difíceis – Resolvendo os dilemas de um viver ético]" (New York: Harper Collins Publishers, Inc.), oferece exemplos de como fazer boas escolhas em situações difíceis e regras para analisar qual escolha fazer, mesmo sob pressão. O final do prefácio desse livro faz uma referência à "afeição permanente [a qual] está no âmago do universo moral."
"Afeição permanente..." Isso não descreve maravilhosamente a maneira ideal de respondermos uns aos outros?
O amor que vem de Deus é um guia confiável
Nossa própria consciência e código de ética evoluem no decorrer da vida, mas essa evolução pode ser elevada pela afeição permanente a Deus e ao nosso próximo. Ainda que seja difícil saber se tomamos as decisões certas (especialmente quando elas dilaceram o coração ou estão pintadas em tons cinzentos), o amor é um guia confiável quando alicerçado no amor que provém do Princípio divino, Deus.
Cometi muitos erros ao longo da vida, principalmente porque me permitia ser controlada pela emoção. Nem sempre considerei qual seria a coisa mais amorosa a fazer, talvez por me deixar governar pelo medo, pela cobiça ou pela preguiça, ou apenas por não saber como agir melhor na ocasião.
Foi então que comecei a valorizar a orientação de Jesus: "... Amarás o teu próximo como a ti mesmo" (Mateus 22:39). Isso me ajudou a ver como é importante deixar que Deus controle cada dia de minha vida e a entender que meu propósito é o de obedecer à Sua lei e amar aos meus semelhantes, homens e mulheres.
Ao estudar diariamente a Lição Bíblica, que consta do Livrete Trimestral da Ciência Cristã Christian Science, compreendi melhor como amar ao meu próximo e tomar decisões alicerçadas nesse amor. Mary Baker Eddy, a Fundadora da Ciência Cristã, observou em Miscellaneous Writings: "Pensamentos positivos e imperativos devem ser lançados nas balanças de Deus a fim de serem pesados pelo Amor espiritual e não serem achados falhos, antes de serem colocados em ação" (p. 288).
Reconheci o caráter justo dessa ação.
Esse era um ponto de partida muito bom, o qual me ajudou a lidar com os incidentes que mencionei no início do artigo. Quando quebrei o farol do carro estacionado à minha frente, deixei um bilhete com meu nome e telefone. Reconheci o caráter justo dessa ação e afirmei para mim mesma o que Ciência e Saúde declara: "Na Ciência da cura-pela-Mente é imperativo ser honesto, pois a vitória está do lado da retidão imutável" (p. 446).
Estava certa de que essa ação alicerçada no amor levaria a uma solução digna e justa, tanto para mim como para o proprietário do outro carro, e foi o que aconteceu.
Em outra ocasião, o caixa do banco me deu vinte dólares a mais do que deveria. Por um momento, hesitei em devolver, pois estava atrasada. Contudo, eu sabia que, no fim do expediente, a caixa registradora revelaria a diferença a menor.
As palavras ecoaram na minha cabeça: "O que é mais correto? Voltar e devolver o dinheiro ou chegar na hora certa?" Rapidamente, voltei e devolvi a quantia excedente. Ela ficou muito grata e eu também me senti bem.
Esse é um dos efeitos colaterais da honestidade: Ela faz você sentir-se bem quando faz a coisa certa, mesmo que ninguém mais saiba sobre isso.
Muitas vezes, não existem leis oficiais para os dilemas morais e éticos com os quais nos defrontamos, especialmente para os de difícil solução, mas certamente há leis espirituais (as leis do amor, as leis de Deus), que satisfazem a todas as necessidades humanas.
As leis espirituais de Deus satisfazem a todas as necessidades humanas
Muitas vezes, não existem leis oficiais para os dilemas morais e éticos com os quais nos defrontamos, especialmente para os de difícil solução, mas certamente há leis espirituais (as leis do amor, as leis de Deus), que satisfazem a todas as necessidades humanas.
A retidão do Princípio sempre opera de uma forma justa e amorosa. Nós, como Seus filhos, estamos incluídos nesse Princípio e expressamos continuamente a honestidade e a bondade do Princípio.
Não importa com quais decisões nos defrontemos, podemos ser gratos pelas leis de Deus, de justiça e de verdade, as quais operam de forma contínua, a nosso favor. Essas leis nos capacitam a resistir à tentação, e, ao vivermos em harmonia com elas, vivenciamos sua proteção e orientação.
