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Matéria de capa

A lei de Deus anula a prática do mal

Da edição de agosto de 2009 dO Arauto da Ciência Cristã


Em certa ocasião, enquanto Jesus ensinava no templo, uma senhora foi levada para lá e obrigada a ficar de pé, no meio de todos. Seus acusadores, anunciando que ela havia sido apanhada em flagrante adultério, provocaram Jesus sarcasticamente, dizendo: "...na lei nos mandou Moisés que tais mulheres sejam apedrejadas; tu, pois, que dizes"? (João 8:5).

Como era culpada, ela achava evidente que seria castigada, de acordo com a lei hebraica.

Contudo, Jesus respondeu com grande cuidado e compaixão. Ele disse aos acusadores dela: "...Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra” (João 8:7). Condenados por sua própria consciência, todos eles se retiraram.

Aqueles homens aparentemente não se importavam nem um pouco com a mulher. Na verdade, talvez eles a estivessem usando para atacar a Jesus e aos seus ensinamentos, com relação ao que ele chamava de "o reino de Deus", uma visão inteiramente nova do que é real e do relacionamento do humano com a Divindade.

Jesus revelou a justiça que cura hoje, da mesma forma que o fazia quando ele andou pela terra

Na realidade, havia uma única pessoa ali que estava "sem pecado", o próprio Jesus. Ele também conhecia muito bem os mandamentos da lei de Moisés, ou, a lei de Deus. No entanto, não atirava pedras. Nem mesmo condenou a mulher. De fato, ela se tornou a beneficiária de um amor que enxergava nela um bem maior do que ela própria conseguia ver em si mesma.

Esse tipo de drama acontece todos os dias, à medida que as pessoas se defrontam com infrações à lei. Às vezes, o conflito é de caráter interior, e o ato de atirar pedras consiste em julgamentos severos contra si mesmo, uma forma de condenação que tende a brutalizar o caráter humano e que pode levar a uma baixa autoestima e ao comportamento autodestrutivo. Outras vezes, as pessoas cedem a tal condenação com a esperança de que a autorrepugnância faça cessar algum tipo de má ação. Contudo, esse com frequência não é o resultado; ao contrário, a autocondenação tende a criar sentimentos de baixa autoestima e de uma culpa que paralisa, nenhum dos quais contribui para o processo de cura.

Entretanto, Jesus revelou a justiça que cura hoje, da mesma forma que o fazia quando ele andou pela terra. Essa justiça condena a má ação ou o pecado, enquanto salva a pessoa, ao invés de condená-la. Essa justiça emprega a ação libertadora do Amor divino, que está sempre em ação na consciência humana e está alicerçada em uma compreensão espiritual de Deus e de Sua criação.

Cada um de nós, como semelhança de Deus, não tem origem na carne

Em última análise, a exposição das más ações e o sofrimento que causam são inevitáveis. Mas, especialmente nessas ocasiões, o poder e o amor da defesa do Cristo estão presentes. Esse poder sanador e salvador, tão plenamente demonstrado por Jesus, protege a cada um de nós das ações que pretendem ser justas, mas que, em realidade, são falsas e destrutivas.

O Evangelho de João revela que Jesus trouxe àquela mulher e, a todos a quem ele curou, “...o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus” (João 1:12, 13).

A obra sanadora e salvadora de Jesus também revelou, para todos os tempos, que o homem e a mulher criados à “imagem” de Deus são distintamente diferentes daqueles nascidos da carne. Como resultado, cada um de nós, como semelhança de Deus, não tem origem na carne. Na realidade, nem o físico cria condições para Seus filhos, porque somos todos espirituais.

A verdadeira cura das más ações e da culpa que delas resulta começa com a correção de qualquer falso conceito sobre quem somos

Descobri que, para nos libertar das más ações, é necessária uma compreensão melhor a respeito do Criador e de nossa própria identidade espiritual. A crença geral é de que todas as pessoas são concebidas na matéria, geneticamente condificadas, e nascidas em um mundo onde fortes impressões da infância determinam o caráter e as ações. É como se todos tivessem um papel irreversível a ser desempenhado, sem sua permissão prévia, como se em uma personalidade humana física, a inclinação de todos fosse a de cometer os mesmos erros, repetidas vezes.

Quem nos criou dessa maneira? Alguns dizem que foi Deus e declaram que Ele cria Seus próprios filhos susceptíveis ao pecado, de se desviarem da imagem perfeita na qual foram criados, e que depois os castiga por não conseguirem ajudar a si próprios. Parece existir uma culpa básica simplesmente pelo fato de nascerem, conhecida como "pecado original". Portanto, muito do mal praticado no mundo provém desse senso de vida carnal, e do fato de as pessoas acreditarem em um poder ou entidade que os criou e que, em seguida, depois os condenou.

A verdadeira cura das más ações e da culpa que delas resulta começa por corrigir qualquer sentido falso sobre quem somos, por meio de uma compreensão melhor de Deus. Mary Baker Eddy escreveu: "Mais cedo ou mais tarde, todo o gênero humano aprenderá que, na proporção em que a identidade imaculada de Deus for compreendida, a natureza humana será renovada e o homem receberá uma identidade mais elevada, derivada de Deus, e a redenção dos mortais do pecado, da doença e da morte será estabelecida sobre fundamentos eternos" (Unidade do Bem, p. 6).

A justiça Divina, ao expor e destruir o pecado, mostra que Deus está do nosso lado

Na verdade, essa “identidade mais elevada” pertence a cada um de nós, e é impossível para qualquer um se desviar do que Deus expressa. A vida e as obras sanadoras de Jesus demonstraram Deus como sendo o Espírito divino, o Amor que não se desvia, a Causa única. Esse Deus, ou Mente, cria as ideias e as mantém em perfeição eterna. Cada um de nós é a ideia imaculada de Deus. O que parece ser uma queda da graça para o pecado é a visão distorcida proveniente dos pensamentos da mente carnal, que chama essa visão distorcida de realidade e a atribui a Deus.

A maneira pela qual Jesus expressava a Deus, que é o próprio Amor, trazia um poder redentor à experiência humana e a todos a quem tocava. O Cristo, que pode ser considerado como a justiça do Amor divino que Jesus demonstrou tão plenamente, revelou o ser individual, perfeito. A compreensão dessa verdade espiritual expõe e condena o pecado, que não somente é desconhecido para Deus, mas também para Sua semelhança. A justiça divina, ao expor e destruir o pecado, mostra que Deus está do nosso lado. Essa verdade traz força e coragem para enfrentarmos o pecado, e prova o domínio que temos sobre ele e que nos é concedido por Deus.

A atividade do amor redentor envolve confrontar as tendências da personalidade humana com as qualidades puras da individualidade espiritual.

A atividade do amor redentor envolve confrontar as tendências da personalidade humana com as qualidades puras da individualidade espiritual. Por exemplo, egocentrismo, irritabilidade exacerbada e tendências de manipular outros, devem ser vistas como não pertencentes à nossa verdadeira identidade espiritual, e rechaçadas. Eliminar as máculas do caráter humano e ofensas acumuladas ao longo dos anos, secar as lágrimas do desânimo e do fracasso, ter paciência e amor. Essa reforma destrói não somente nossos defeitos, mas cancela o sofrimento vinculado às más ações.

As partes envolvidas decidiram que a justiça seria mais bem aplicada se apenas alguns poucos meses fossem adicionados à sua sentença já existente

Isso foi exemplificado por um preso que conheci enquanto servia como capelão da Ciência Cristã em uma prisão estadual. Ele cumpria pena na penitenciária agrícola (área de segurança mínima dentro do sistema carcerário que fornece aos detentos oportunidade de trabalho agrícola), juntamente com outros presos que tinham menos de um ano de pena para cumprir. Enquanto estava lá, ele recebeu um telegrama urgente de sua mãe, e sentiu que precisava vê-la imediatamente. Com esse propósito, tentou fugir dequele setor, mas foi capturado e colocado na área de segurança máxima, enquanto aguardava ser julgado pela nova acusação. O diretor do presídio desejava fazer dele um exemplo, adicionando mais alguns anos à sua pena.

Quando me encontrei com ele pela primeira vez como capelão, ele estava à espera do julgamento, que levou várias semanas. Juntos, conversamos sobre as ideias contidas em Ciência e Saúde e na Bíblia, e que lhe proporcionaram uma forma inteiramente nova de ver a si mesmo e a situação de sua mãe. Ele aprendeu que, apesar do que toda aquela situação pudesse parecer, tanto ele quanto a mãe foram criados por um Deus espiritual e perfeito, e eram os beneficiários do amor invariável de Deus. Ele começou a sentir aquele amor e a perceber que reconhecer essa poderosa verdade produzia efeitos sanadores em sua própria vida.

Como resultado dessas orações, o homem continuou a crescer na compreensão de si mesmo como espiritual e a ficar mais em paz. Logo soube que a dificuldade de sua mãe havia amenizado consideravelmente.

O fato é que Deus, por ser inocente, não causa nem permite o pecado e a doença

Os esforços para conhecermos a nós mesmos como Deus nos conhece traz a sabedoria necessária para detectar e corrigir as falhas na personalidade humana, que, em troca, trazem oportunidades para a reforma.

Entretanto, ainda havia um dilema. Ele havia sido acusado por uma infração que obviamente cometera, a de tentar escapar da prisão. Contudo, sob muitos aspectos, ele não era mais o mesmo homem que havia cometido aquele delito. Ele havia vislumbrado sua natureza espiritual pura e imutável, e, portanto, o desprendimento de qualquer tendência para cometer um delito. Ele se perguntava como deveria se declarar, culpado ou inocente?

Quando chegou o dia do julgamento, ele havia decidido confessarse culpado. No entanto, quando o fez, o juiz decidiu que ele não tivera uma defesa adequada e adiou a audiência. Na audiência seguinte, as partes envolvidas decidiram, contrariamente à vontade do diretor da prisão, que a justiça seria mais bem aplicada se apenas alguns poucos meses fossem adicionados à sua sentença prévia.

O fato é que Deus, por ser inocente, não causa nem permite o pecado e a doença. Por isso, o homem e a mulher de Sua criação também são inocentes. Os esforços para conhecermos a nós mesmos como Deus nos conhece traz a sabedoria necessária para detectar e corrigir as falhas na personalidade humana, que, em troca, trazem oportunidades para a reforma. Ciéncia e Saúde destaca: "Conhece-te a ti mesmo, e Deus te dará a sabedoria e a ocasião para conseguires a vitória sobre o mal” (p. 571).

Ao invés de nos sentirmos afligidos pela doença e corrompidos pelo suposto pecado original, podemos descobrir que existe uma inocência espiritual entrelaçada na própria essência do universo e da nossa identidade. Essa verdade poderosa, como Jesus demonstrou, é o amor redentor que protege, purifica e salva, e que ele está sempre conosco, inclusive nos momentos de aflição.

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