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REFLEXÃO

Nossa defesa divina

Da edição de agosto de 2009 dO Arauto da Ciência Cristã


Ali estava, bem escrito, preto no branco, na página 66 de Ciência e Saúde: "As aflições são provas da solicitude de Deus". Tanto os estudantes novatos de Ciência Cristã quanto os mais antigos, inclusive eu, ficam perplexos diante dessa declaração. Aqui estão algumas perguntas que talvez possam surgir:

Será que Deus, que é Amor, envia o mal para nos tentar ou testar nossa fidedignidade?

Devemos suportar o sofrimento da melhor maneira possível, ou até mesmo com a ajuda da graça de Deus, porque Ele está usando a provação como uma ferramenta de ensino?

Se Deus é nosso Pai celestial e é "tão puro de olhos, que não [pode] ver o mal" (ver Habacuque 1:13), será que Ele cria o mal, reconhece-o e o usa para nos desafiar, ou, até mesmo, para nos dar "provas" de Seu cuidado?

Muitas teologias ensinam que a resposta a todas as perguntas acima é "sim" e que nosso propósito ou objetivo é suportar o sofrimento devido a alguma razão misteriosa. Mary Baker Eddy se rebelou inerentemente contra essa doutrina. Sua descoberta das leis divinas da cura capacitaram-na a refutar o conceito de que uma deidade fosse tanto boa quanto má e de um Deus capaz de nos enviar "provações".

O momento da "revelação"

Há algumas décadas, examinei cuidadosamente aquela pequena frase pela milionésima vez. Senti necessidade de confrontar intrepidamente aquele enigma insolúvel de que o Amor divino pudesse nos enviar uma provação ou "um sofrimento que põe à prova a força, a paciência e a fé", de acordo com um dicionário que define a palavra provação. Estaria eu, pela lei divina, sujeita àquilo que um outro dicionário de sinônimos (Rodale's Synonym Finder) chama de "experiências dolorosas, ... aflição, dificuldade ... má sorte ... catástrofe"?

O que comecei a perceber foi que o ponto crucial para descobrir o significado daquela declaração de Ciência e Saúde se apoiava, em última análise, na compreensão de uma definição mais elevada da palavra provação. Sabia que não existe nenhum mistério ou contradições em Ciência e Saúde e que cada declaração tem a finalidade de ser compreendida e provada. Em vez de um enigma insolúvel, a frase tornou-se um trampolim para adquirir maior clareza.

Certa manhã, aconteceu o momento da "revelação". Enquanto mudava de canais na TV, ouvi um advogado responder a uma pergunta feita por um entrevistador. Embora não tivesse ouvido a pergunta inicial, gostei muito da resposta do advogado. Ele disse: "Você sabe o que significa uma provação, não sabe? É a apresentação das provas". Magnífico! Aquela explicação chamou minha atenção, e eu mergulhei em um estudo mais profundo com esta passagem de Ciência e Saúde: "As provações ensinam os mortais a não se apoiarem num bordão material, numa cana quebrada que traspassa o coração. Mal nos lembramos disso ao sol brilhante da alegria e da prosperidade. ... As aflições [provações] são provas da solicitude de Deus. ... Cada fase sucessiva de experiência desenvolve novas perspectivas de bondade e amor divinos" (p. 66).

Pedi orientação à Mente divina

Imediatamente, compreendi meu equívoco em lutar contra esse parágrafo. Não havia considerado um significado mais elevado para a palavra provação. Para mim, a primeira referência para provação naquela passagem realmente se referia àquelas experiências caracterizadas por sofrimento, aflição e desgraça. Contudo, na segunda referência que Mary Baker Eddy faz à palavra provações (traduzida como aflições), talvez ela estivesse pedindo que atribuíssemos a essa palavra um significado mais elevado. A apresentação da prova! A prova divina. A defesa daquilo que é espiritualmente real começa com o reconhecimento de nossa identidade como criação de Deus, feita à Sua imagem e semelhança (ver Gênesis 1:26, 27). O fato de sermos criados à imagem e semelhança do Amor divino, significa que somos inseparàveis da nossa fonte perfeita, sempre existindo no ponto da "prova" da onipresença de Deus. A única prova que sempre temos de aceitar é aquela que está de acordo com o Divino. Tudo o mais é uma representação equivocada da Verdade e pode ser considerado como perjúrio, exatamente como o seria uma mentira em um tribunal.

Conforme Ciência e Saúde explica em várias passagens, é extremamente útil abordar qualquer dificuldade como se fôssemos defender uma causa em um tribunal. O advogado se atém a um determinado ponto da causa e argumenta persistentemente a favor desse ponto. Ele apresenta sua defesa da forma mais interpeladora possível. Então, semelhante ao advogado do processo, os Cientistas Cristãos argumentam a favor de um ponto da causa, somente. Ao confiarmos na Verdade divina do ser, qualquer especulação material é nula e sem validade, sem nenhuma voz, nenhum direito a voto e sem vítimas.

Essa definição espiritualmente enfática de provação ajudou a curar um relacionamento de longa data que havia sido particularmente difícil em minha vida, caracterizado por discórdia extrema durante mais de 25 anos. Foi uma "provação" para mim, bem como para amigos e familiares que acompanhavam os eventos bem de perto. Quando pedia orientação à Mente divina e até mesmo a garantia de que eu poderia terminar o relacionamento, eu nunca recebia a resposta "sim" que esperava.

Sabia que orava sinceramente e que essa oração seria atendida

De fato, a questão que se mantinha recorrente para mim era: "Se você estiver disposta a chamar esse relacionamento de incurável, para que possa terminá-lo e se afastar, qual é a próxima coisa que você vai chamar de incurável e se afastar?"

Podem acreditar, a sugestão de afastamento era muito tentadora e quando apoiada pelo bom e velho raciocínio humano, era completamente compreensível. Contudo, sabia que orava sinceramente e que essa oração seria, como dizem frequentemente nos tribunais, "inquirida e respondida".

Ficou muito claro para mim que essa não era uma questão de boa pessoa versus má pessoa, mas sim de uma falsa suposição de que a desarmonia, nesse ou em qualquer relacionamento, fosse inevitável. Sabia que a característica desse desafio como uma provação, uma desgraça, tinha de ser elevada à apresentação da prova divina.

Só posso descrever o que aconteceu a seguir como se fosse alguém acendendo uma luz, algo repentino. A situação discordante com aquela pessoa simplesmente desapareceu.

Temos a liberdade de desfrutar da condição de filhos de Deus

A luta cessou e a apresentação das provas ou provação, começou. O foco não estava mais sobre minha tentativa de "endireitar o altar alheio". Ao contrário, tornei-me uma testemunha do que Deus estava comunicando a cada um de nós, a cada momento. Perguntei a mim mesma: "O que Deus sabe e faz agora mesmo? Em que eu era solicitada a acreditar? Eu acredito nisso? Por que sim ou por que não"? Essas perguntas denotavam progresso e eu não tinha mais medo de ouvir o que Deus me dizia. Isso me afastou de uma abordagem, ou estratégia, teimosa para perspectivas mais inspiradas sobre Deus e o homem. Só posso descrever o que aconteceu a seguir como se fosse alguém acendendo uma luz, algo repentino. A situação discordante com aquela pessoa simplesmente desapareceu. O espírito de amor, confiança e cooperação foi restaurado e continua até hoje a caracterizar nosso relacionamento.

Um sentido mais elevado de "provação" não significa uma batalha ou a necessidade de sofrimento. De fato, se o sofrimento fizer parte da nossa experiência, essa é uma indicação muito clara de que temos de reexaminar nossa definição para a palavra provação. A persistência significa realmente abrir mão até mesmo de nossos mais acalentados pensamentos, a fim de os aliarmos mais estreitamente a Deus, o bem. Significa apresentar consistentemente a prova, o único ponto da causa que raciocina a partir de ponto de vista de que nosso Pai-Mãe Deus celestial é a nossa única fonte. Ao reivindicarmos a identidade de Deus como nosso próprio ser, estamos na posição perfeita para protestarmos contra o veredicto humano de "culpado", quer isso envolva um problema físico, um relacionamento desarmonioso ou qualquer outra sugestão errônea. Temos a liberdade de desfrutar da nossa condição de filhos de Deus, dada por Ele, vivenciando a prova constante de Seus cuidados.

Esse é o nosso dia divino, nosso dia vitorioso no tribunal!

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