Quando um amigo de meu novo marido nos convidou para irmos com ele e sua companheira a um passeio de doze dias no veleiro deles, eu pensei: “Que aventura”! Mas fiquei também um pouco apreensiva, pois não conhecia nenhum dos dois anfitriões com quem iríamos conviver continuamente durante a viagem, e eu não sou uma boa nadadora. Além disso, eu vinha tendo problemas nas pernas, no quadril e nas costas, o que tornava difícil me movimentar.
Na época, não percebi que os sintomas que eu estava sentindo eram exatamente os mesmos que uma prima e uns dois colegas de trabalho tinham descrito, falando dos problemas deles no quadril. Os três tinham por fim passado por uma cirurgia no quadril e minha prima, que era enfermeira, também me descrevera a cirurgia em detalhes.
Em seu livro Miscellaneous Writings [Escritos Diversos] 1883–1896, Mary Baker Eddy escreve: “Levados pela correnteza popular do pensamento mortal, sem questionar a confiabilidade de suas decisões, nós fazemos o que os outros fazem, acreditamos no que os outros acreditam e dizemos o que os outros dizem. O consentimento geral é contagioso e torna contagiosa a doença” (p. 228). Eu estava orando com determinação pelo meu caso, que era bem agressivo. Tornou-se difícil entrar e sair do carro, era doloroso sentar e levantar e até mesmo deitar. Embora não conseguisse dormir à noite, eu utilizava o tempo para orar e ouvir as gravações de artigos do site da Ciência Cristã, JSH-Online.com.
Não mencionei a ninguém esse problema e cumpria com minhas habituais atividades como se tudo estivesse bem, raciocinando que, como o perfeito reflexo de Deus, o bem, eu na verdade estava bem. Sabia que essa dificuldade era uma ilusão, não um fato real a meu respeito.
Alguns dias antes de nossa viagem, liguei para uma Praticista da Ciência Cristã para ela me ajudar por meio da oração. Ao lhe expor o problema, ela ouviu gentilmente e disse que oraria por mim. Ela também compartilhou comigo algumas verdades que me ajudaram a despertar para o fato de que Deus estava ternamente me envolvendo nos Seus braços e me lembraram que eu deveria me regozijar, porque esta Ciência é uma revelação divina.
Foi logo depois desse telefonema que eu me dei conta de que estava lidando com os mesmos sintomas que as pessoas tinham descrito antes da cirurgia no quadril. Compreendi que, sem perceber, eu aceitara a crença de que esse problema era uma realidade, ao passo que a Ciência Cristã ensina que o homem criado por Deus jamais poderia ser afetado por alguma lesão, mau funcionamento ou dor. Na realidade, o homem é a expressão espiritual, sem defeito, do Espírito ilimitado. Consequentemente, compreendi que eu podia refutar como falsa qualquer evidência em contrário.
Lembrei-me de uma das minhas histórias favoritas da Bíblia, a história de Jacó, que estava preocupado com o iminente encontro com seu irmão, ao retornar para sua terra natal. Certa noite, Jacó se viu lutando com um anjo, que ele percebeu na forma de um homem. Durante essa luta, deslocou-se a junta da coxa de Jacó, mas ele se recusou a deixar que o anjo fosse embora sem que o abençoasse, isto é, sem que Jacó sentisse a presença de Deus ao seu lado, espiritualizando seu pensamento, protegendo-o e cuidando dele (ver Gênesis 32:24–26). Ao se referir a esse relato, Mary Baker Eddy escreve em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: “Jacó estava sozinho, lutando contra o erro — debatendo-se com o senso mortal de que a vida, a substância e a inteligência existam na matéria com seus falsos prazeres e dores — quando um anjo, uma mensagem da Verdade e do Amor, lhe apareceu e lhe tocou a articulação, ou seja, a força do seu erro, até que Jacó reconheceu a irrealidade do erro...” (p. 308).
Quando eu estava ali, deitada, lutando com a preocupação sobre a viagem que se aproximava, perguntei a Deus: “Pai, o que eu preciso saber”? Então, ali mesmo eu reconheci que, tal como Jacó, eu precisava confiar inteiramente no fato de que Deus estava comigo e de que eu poderia contar com Ele para tudo, inclusive para a saúde, a segurança e a harmonia nos relacionamentos. Essa foi a minha resposta! Eu precisava deixar de me preocupar e descansar nos braços do Amor divino. Que conforto! Consegui assim planejar essa viagem, sem receio de me prejudicar.
Reconheci no mesmo instante que eu estava curada do problema no quadril. A dor ainda estava lá, mas eu me regozijei, sabendo que ela era irreal, uma ilusão. O dia seguinte era sábado e, quando comecei a fazer as malas, os movimentos foram ficando mais fáceis. No domingo de manhã, ao acordar, eu estava completamente livre, sem nenhuma dor e sem mancar, e não tive nenhuma dificuldade para me vestir e ir à igreja.
Nossa viagem durou um total de três semanas, o mais longo período em que eu já estivera fora de casa, mas sentia-me em paz, cercada pelo cuidado de Deus por todo o percurso. Faz dois anos que ocorreu essa cura e não tive mais nenhuma dificuldade com o quadril, as pernas ou as costas.
Carol Coykendall Raner
Forest Ranch, Califórnia, EUA
