Skip to main content Skip to search Skip to header Skip to footer
Original para a Internet

Raciocínio espiritual

Da edição de março de 2018 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 9 de janeiro de 2018.


O livro de Neemias, na Bíblia, relata a corajosa liderança de Neemias no esforço de reedificar o muro destruído, ao redor de Jerusalém. Como o livro afirma, havia grande resistência contra a reconstrução do muro, resistência essa liderada em grande parte por Sambalate e Gesém. Em determinado momento, Neemias diz: “Sambalate e Gesém mandaram dizer-me: Vem, encontremo-nos, nas aldeias, no vale de Ono. Porém intentavam fazer-me mal. Enviei-lhes mensageiros a dizer: Estou fazendo grande obra, de modo que não poderei descer; por que cessaria a obra, enquanto eu a deixasse e fosse ter convosco? Quatro vezes me enviaram o mesmo pedido; eu, porém, lhes dei sempre a mesma resposta” (6:2–4). 

A maioria de nós provavelmente já passou por momentos em que, por meio do estudo e da prática da Ciência Cristã, sentiu com absoluta convicção que Deus é infinitamente amoroso, bom e inclui tudo. Durante esses momentos de inspiração espiritual, o poder de Deus preenche nosso pensamento e temos a certeza de que Ele está governando nossa vida. Da mesma forma que Neemias, confiamos no caminho que seguimos.

Mas, então, do nada, sentimos uma sugestão resistente que contra-ataca a “grande obra” que estamos realizando e também nossos pensamentos elevados, e tenta nos atrair para outra direção. Essa resistência ao progresso espiritual pode vir de várias formas, mas o medo está muitas vezes no topo da lista. De início, tentamos argumentar contra essa sugestão de medo que nos arrasta para baixo; e quanto mais tentamos, mais confusos ficamos. Nesses momentos, gosto muito de lembrar-me das palavras de Neemias e dizê-las diretamente para a sugestão de resistência provocada pelo medo: “Por que cessaria a obra, enquanto eu a deixasse e fosse ter convosco — fosse raciocinar convosco”?

Raciocinar corretamente é uma obra que precisa ser realizada continuamente. Mary Baker Eddy escreve em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras:“Para raciocinar corretamente deve estar presente no pensamento um só fato, a saber, a existência espiritual” (p. 492). A Ciência Cristã ensina que Deus é o Espírito e que o Espírito é o Princípio divino de nossa existência.

O livro do Gênesis afirma claramente o fato de que o homem é feito à imagem de Deus, do Espírito — o único Criador. O Espírito e a criação espiritual são, de fato, o Tudo-em-tudo da existência. Raciocinar corretamente envolve afirmar e compreender essas poderosas verdades. 

À medida que aprofundamos nossa compreensão, é natural raciocinarmos com mais frequência do ponto de vista da existência espiritual. Raciocinar com base na realidade da existência espiritual nos leva a tomar as decisões certas e a agir corretamente.

Jó fala a respeito de Deus: “...se ele resolveu alguma coisa, quem o pode dissuadir?” (Jó 23:13). A Mente única divina, Deus, conhece o homem como sua expressão completa, como sua ideia espiritual. A Mente dá a cada um de nós a capacidade de compreender que nossa natureza é puramente espiritual. Essa capacidade é nosso direito divino como expressões individuais da Mente divina.

A Ciência Cristã chama de magnetismo animal a atividade que não tem poder, que nos tentaria a raciocinar partindo de uma base diferente do fato de que a existência espiritual é tudo e é a única realidade. O magnetismo animal nos tentaria, se pudesse, a ficar discutindo mentalmente com um senso de existência que se baseia só na matéria, sem nenhum toque de divindade nem de realidade. Ele nos confundiria, discutiria conosco e nos impediria de seguir o caminho do correto raciocínio e ação. Mas o magnetismo animal não é nada, em realidade, não tem nenhuma mente na qual existir ou com a qual agir.

O antídoto é reconhecer firmemente que o divino poder absoluto, sagrado e que tudo sabe é o único poder. Essa verdade torna impotente o magnetismo animal, inclusive o medo. O magnetismo animal não pode interromper o fluxo da oração e nossa receptividade ao bem divino. Com o poder de Deus por trás de nossa convicção na prece, podemos recusar-nos a nos submeter ao medo ou à resistência de qualquer tipo. Não há nenhuma autoridade que nos faça acreditar no magnetismo animal, discutir com ele ou fazer-lhe concessões. A oposição à Verdade não vem de uma pessoa ou de uma circunstância, como poderia parecer. É simplesmente uma imposição sugestiva impessoal. Nada disso é do conhecimento de Deus e de Seu filho.

Os inimigos de Neemias tentaram por quatro vezes fazê-lo descer para discutir com eles. Mas todas as quatro vezes ele lhes deu “a mesma resposta” e continuou com o seu trabalho. A grande obra de Neemias e seu propósito guiado por Deus não podiam ser desviados. Deus dá a cada um de nós a capacidade de reconhecer e a persistência de repreender qualquer sugestão errônea, não importa a frequência com que surja. 

Em duas das três vezes em que Jesus foi tentado pelo diabo, no deserto, a tentação foi para que Jesus “descesse”. Lemos em Mateus que o diabo disse: “atira-te abaixo” e “Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares” (4:6, 9). Mas Jesus nunca “desceu” para discutir com a crença errônea em um poder separado de Deus. A compreensão de sua identidade espiritual como o Cristo, capacitou-o a manter sua consciência espiritual. O resultado de ele não descer para discutir com a resistência de qualquer tipo viu-se em suas muitas obras de cura, que resplandecem firmemente como exemplo para todos nós. O mesmo Cristo poderoso está ativo hoje e sempre, elevando nosso pensamento acima dos argumentos do erro.

Raciocinar corretamente é uma obra que todos nós precisamos realizar continuamente. 

Depois de seis ou sete anos levando avante meu negócio, eu tive a oportunidade de fazer um acordo favorável com um fornecedor. Veio à tona, então, que havia outras “exigências” para que o acordo fosse fechado. Essas condições não estavam em linha com o meu senso de como o negócio deveria ser eticamente conduzido. A decisão final era minha e havia muitas discussões íntimas, a maioria com base no argumento de que é assim que os negócios são feitos. Eu sabia qual era a decisão certa, mas os argumentos opostos eram persistentes e persuasivos. 

Reconheci a tentação de raciocinar a partir da premissa de que “é assim que se faz negócio” e não me deixei levar. O raciocínio espiritual guiou-me a sentir a integridade da Verdade e a confiar na Verdade. O acordo não foi concluído e, embora tenha afetado os negócios a curto prazo, a decisão estabeleceu as bases para acordos posteriores com fornecedores que mencionaram especificamente que era a confiança na integridade da nossa empresa que os levara a trabalhar conosco.

O raciocínio espiritual é uma aventura constante. A devoção e a firmeza de Neemias e de seus seguidores foram recompensadas com a conclusão da reedificação do muro. Nossa persistência em raciocinar a partir da base da existência espiritual também é recompensada. Na proporção em que crescemos espiritualmente e nos empenhamos em expressar o Cristo, como nossa natureza dada por Deus, temos condições de enfrentar com confiança a resistência de qualquer tipo, como Neemias: “Estou fazendo grande obra, de modo que não poderei descer; por que cessaria a obra, enquanto eu a deixasse e fosse ter convosco”?

Para conhecer mais conteúdo como este, convidamos você a se inscrever para receber as notificações semanais do Arauto. Você receberá artigos, gravações em áudio e anúncios diretamente via WhatsApp ou e-mail.

Inscreva-se

Mais nesta edição / março de 2018

A missão dO Arauto da Ciência Cristã 

“...anunciar a atividade e disponibilidade universal da Verdade...”

                                                                                        Mary Baker Eddy

Conheça melhor o Arauto e sua missão.