Certa vez, eu estava passando por um longo período de relacionamentos conflitantes com várias pessoas importantes em minha vida. Às vezes, a situação ameaçava me dominar completamente. A certa altura, liguei mais uma vez para uma Praticista da Ciência Cristã, pedindo ajuda em oração. Nunca mais esqueci o que ela me disse: “Cada vez que a situação ficar difícil demais, pare e diga a si mesma: Não vou dar mais nenhum passo até sentir a presença de Deus”.
Isso teve um efeito profundo. Eu sabia que a atitude sugerida, ou seja, parar e abrir meu pensamento de maneira receptiva para sentir a presença de Deus, havia sido divinamente inspirada, porque vi como era apropriada para aquela situação. À medida que obedecia a essa ideia, as coisas começaram a mudar. Os problemas não desapareceram imediatamente, mas mudou a maneira como eu reagia a eles, e a angústia e o medo que eu vinha sentindo começaram a perder todo o poder sobre mim. Sentimentos de desespero foram substituídos pela convicção crescente de que Deus, a Mente divina, estava presente exatamente ali, preenchendo todo o espaço, por isso não havia nenhum outro poder ou presença em ação, mesmo que no cenário humano parecesse o contrário.
Mary Baker Eddy, a Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, declara em seu livro A Unidade do Bem:“O Cristo não pode vir ao senso mortal e material que não vê a Deus. Esse falso senso de substância tem de ceder à Sua presença eterna e assim dissolver-se” (p. 60). E foi isso que começou a acontecer. Os falsos traços de caráter, que sugeriam a existência de muitas mentes opostas, cederam aos atributos que são inerentes ao homem real, a expressão da única Mente, Deus. A raiva, a frustração, a vontade do ego e o apego ao ego que haviam caracterizado esses relacionamentos começaram a desaparecer, substituídos por diálogos produtivos, conversações inteligentes e respeito.
Disposta a reconhecer apenas a presença de Deus, recusei-me a aceitar a alegação de que havia uma porção de mentes separadas, todas elas em desacordo umas com as outras. O Cristo, a Verdade, estava se tornando mais evidente para mim. Lembrei-me desta passagem de Salmos: “Derretem-se como cera os montes, na presença do Senhor, na presença do Senhor de toda a terra” (97:5). Por fim, a harmonia foi restaurada nesses relacionamentos.
Por fim, a harmonia foi restaurada nesses relacionamentos.
Em nosso livro-texto e companheiro da Bíblia, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, a Sra. Eddy fala extensamente sobre o termo infinitude em relação a Deus e isso ajuda a explicar como Deus pode ser onipresente. Essa experiência me fez perceber de maneira muito clara que, como Deus é infinito, nenhuma ideia, qualidade, atributo ou expressão opostos à natureza de Deus, podem realmente estar presentes. Nem sempre é fácil manter essa verdade em mente, mas podemos, no entanto, apelar a ela e aplicá-la sempre que o mal pareça ter realidade ou poder.
A esse respeito, acho de grande ajuda procurar o fato contrário a qualquer sugestão do mal, por meio do reconhecimento da infinitude de Deus, o bem. Por exemplo, podemos recorrer à presença do Princípio divino, que transmite somente justiça, imparcialidade, igualdade, retidão e integridade de pensamento e ação, como sendo uma lei de aniquilamento para tudo que seja dessemelhante desse Princípio. Essa convicção profunda de que o homem, como a própria criação de Deus, é espiritual e inocente e não merece ficar doente ou ser prejudicado, e que a justiça onipotente caracteriza a onipresença de Deus, trouxe cura em mais de uma ocasião.
Seja qual for a raiz de um problema, este mandado, que consta em Ciência e Saúde, é digno de nossa atenção: “Deixa que o teu mais elevado senso de justiça destrua o falso processo das opiniões mortais, a que chamas lei, e então não ficarás confinado em um quarto de doente, nem terás de permanecer em um leito de dor para pagar o último centavo, a última penalidade exigida pelo erro” (p. 390). O título marginal para esse parágrafo é: “Prostração desnecessária”.
O senso elevado de justiça é um componente natural do fato de que Deus é tudo. Portanto, como pode o oposto, ou alguma contrafação da Verdade divina, estar presente também? Uma promessa em Jeremias reforça isso: “...o que se gloriar, glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou o Senhor e faço misericórdia, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o Senhor” (9:24). Compreender e confiar em que Deus está sempre presente e enchendo todo o espaço, equivale a glorificá-Lo e isso traz cura para qualquer situação desarmoniosa.
Em um artigo publicado recentemente no The Christian Science Monitor,na coluna “Uma perspectiva da Ciência Cristã”, a autora relatou o caso em que a ameaça de assalto em sua loja de antiguidades, na cidade de Nova York, foi revertida (ver artigo de Andrea McCormick, “Potential robbery avoided” [Potencial assalto evitado], de 20 de julho de 2017). Ela escreveu: “Ao longo dos anos, tenho constatado que reconhecer a presença de Deus ajuda a vencer o medo que nos impediria de discernir a inspiração e as ideias que sempre vêm a nós da nossa fonte divina”. Ela compreendeu que não precisava ver a situação como assustadora e, à medida que orava, foi levada a conversar de forma educada e respeitosa com os homens que, em seguida, saíram da loja pacificamente.
Ao ler sobre esse incidente, não pude deixar de pensar a respeito dos inúmeros exemplos que temos na vida de Cristo Jesus, em que ele foi sempre firme no reconhecimento de que Deus era a única presença, não permitindo que nada a não ser o divino bem infinito influenciasse seus pensamentos, decisões, palavras e ações. Esse poderoso estado de graça concedido a ele está também aqui para nós. Por meio do poder de tal oração, podemos seguir o exemplo de Jesus e crescer em nossa capacidade de curar o doente e expulsar o pecado com eficácia e firmeza.
