Pergunta: Quero muito fazer parte do grupo de alunos populares na escola. Como posso ganhar a simpatia dos colegas?
Resposta: Quando eu estava cursando o segundo grau, havia um garoto que sentava perto de mim nos intervalos, em dias de prova. Ele não tirava boas notas, e tinha um problema na fala. Começamos a conversar e jogar xadrez durante aqueles longos intervalos. Ele era bondoso e alegre, e passávamos bons momentos juntos. Não demorou muito, ele me convidou para sair.
Sair com ele? Para ser sincera, preferiria ser convidada por um dos rapazes populares da escola. Mas acabei dizendo “sim” porque, como eu disse, ele era bonzinho e alegre. Íamos a jogos de futebol, dançávamos em eventos da escola, e geralmente nos divertíamos. Mas eu ficava o tempo inteiro preocupada com o que os outros poderiam pensar de mim — saindo com um rapaz tão “esquisito”.
Depois de alguns meses, paramos de nos encontrar porque ele pediu para namorar sério. Eu não queria compromisso mas, principalmente, não tinha resolvido o conflito de sentimentos em que me encontrava. Honestamente, eu tinha até vergonha do dilema que havia em meu íntimo. Se eu reconhecia as boas qualidades do rapaz, então por que rejeitá-lo por ele não ser um dos “populares”?
Todos queremos nos sentir incluídos, e ter popularidade pode parecer a garantia de que somos aceitos. Pelo menos, essa é a mensagem que vemos com frequência na mídia social, em muitos filmes e programas de TV. Sei disso. No caso daquele amigo da escola, eu não consegui superar o medo de não ser aceita pelos colegas por sair com alguém como ele. Mas tempos depois, quando uma amiga me falou das ideias ensinadas na Ciência Cristã, comecei as ver as coisas de modo diferente.
Estudando a Ciência Cristã, aprendi que, em vez de termos uma personalidade com qualidades e defeitos, a verdadeira natureza de cada um de nós é espiritual e inteiramente boa porque Deus, que é o Espírito totalmente bom, nos criou à Sua imagem. E essa verdadeira natureza é constituída por qualidades espirituais.
Um modo de começarmos a reconhecer essas qualidades é olhar por trás das aparências. Por exemplo, eu poderia ter visto naquele amigo que a bondade e o senso de humor dele eram vislumbres do homem real, criado por Deus. Podemos encontrar qualidades como essas em todas as pessoas, inclusive em nós mesmos, quando o nosso ponto de partida é aquilo que sabemos a respeito de Deus. Entre as qualidades de Deus estão o amor infinito, a alegria e a coragem. O que isso significa para nós? Significa que, exatamente agora, como parte do universo que Deus criou, nós também podemos expressar amor ilimitado, alegria e coragem, além de todos os outros belos atributos divinos. Assim podemos ser admirados e infinitamente simpáticos e bem-aceitos. E Deus dá as oportunidades de colocarmos em prática essas qualidades, de um modo que engrandece a nossa individualidade espiritual e traz à tona essas qualidades nos outros.
Quanto às coisas das quais não gostamos em nós mesmos, às vezes o que vemos como falhas e deficiências são percepções errôneas a nosso respeito — um modo de vermos a nós mesmos e aos outros com base no senso errôneo de que sejamos mortais, em vez de sermos o reflexo de Deus. Quanto mais perseverarmos no conceito correto e nos identificarmos com ele, mais as deficiências irão desaparecendo, ofuscadas pela luz de nossa verdadeira identidade e individualidade.
Talvez não seja considerado popular ser honesto, quando outros estão trapaceando, ou tratar com gentileza alguém que outros estão ridicularizando. Mas ao reconhecer, expressar e respeitar, em nós mesmos e nos outros, as qualidades espirituais, estaremos menos preocupados em ganhar popularidade, e pensaremos mais em ficar satisfeitos com o que somos: queridos e amados, agora mesmo.
A pressão para angariar popularidade entre os colegas se origina nas crenças à nossa volta de que assim seremos queridos, teremos amigos, e seremos bem-sucedidos na vida. Mas a experiência me mostrou que a verdadeira aceitação vem de olharmos a nós mesmos e aos outros além das aparências. A Bíblia diz: “Observa o homem íntegro e atenta no que é reto; porquanto o homem de paz terá posteridade” (Salmos 37:37). Esse “homem íntegro” não é o ideal humano de popularidade, mas é o reflexo radiante de Deus. Quando nos empenhamos em enxergar esse homem íntegro ali mesmo onde a pessoalidade humana tenta chamar nossa atenção, nós encontramos a paz e a satisfação por sermos o que somos — exatamente como Deus nos criou.
