De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a depressão e o suicídio são graves problemas em todo o mundo (e continuam aumentando), especialmente nos Estados Unidos. Muitas pessoas, inclusive eu, querem ajudar os que estão em dificuldades desse tipo, para que possam encontrar não apenas a paz, mas também a alegria.
Em abril, pessoas no mundo todo estarão celebrando a Páscoa, um evento que constitui um poderoso lembrete de que mesmo em meio às maiores dificuldades, podemos encontrar a esperança e a alegria. Na Páscoa, os cristãos rememoram não somente a crucificação e a morte de Cristo Jesus, mas também sua ressurreição da escuridão do túmulo para a luz da vida, e posterior ascensão.
Tenho constatado como a vida de Jesus ensina a maneira de elevar-se naturalmente acima das trevas da depressão, de um modo que não implica ignorar as necessidades das pessoas, nem criticar os que estão sofrendo ou negar a necessidade de mudanças, nem mesmo exercitar uma força de vontade hercúlea.
Quando eu era estudante na faculdade, pensei em me suicidar, e a questão crucial para mim era: “Como posso sentir uma alegria normal e duradoura?” Certa vez, sentindo-me pior do que nunca, profundamente deprimida, sentada no chão do meu quarto, ideias espirituais que eu conhecia bem, mas nas quais não pensava havia muito tempo, voltaram à minha consciência. Compreendi então que eu necessitava estar aberta a ponderar essas ideias e a colocá-las em prática de alguma forma. Nem sempre foi fácil, mas fazendo isso, passo a passo os pensamentos de suicídio silenciaram até desaparecerem completamente.
Não precisamos produzir a alegria por conta própria. A alegria é nosso direito de nascença.
Mary Baker Eddy, a fundadora deste periódico, se refere a Jesus, em linguagem bíblica, como o “homem de dores” (conforme podemos ver, por exemplo, em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 52). A caminho da crucificação, Cristo Jesus foi ridicularizado por seus inimigos, oprimido e afligido, e sabia que seria abandonado por seus discípulos. Ele sofreu profundamente, sentindo “uma tristeza mortal” (Mateus 26:38).
Todavia, Jesus se voltava a Deus, o Espírito, como a fonte do bem infinito, e fazia isso de modo tão completo e constante que não sucumbiu ao senso mortal de ódio e escuridão. Diz Ciência e Saúde: “Ele foi inspirado por Deus, pela Verdade e pelo Amor, em tudo que disse e fez” (p. 51). Com base na sua compreensão de que era um com Deus, mesmo estando prestes a ser crucificado ele pôde dizer: “Eu vim como luz para o mundo, a fim de que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas” (João 12:46). Ao ensinar e curar, e na própria ressurreição e ascensão, ele mostrou que nossa verdadeira identidade é espiritual, completa, e ao mesmo tempo feliz.
As ideias espirituais que literalmente salvaram minha vida são baseadas na vida e nos ensinamentos de Cristo Jesus. Elas se tornaram, e ainda são, uma fonte constante de alegria para mim. Agora, não apenas estou bem, felizmente, como também se ampliou meu amor a Deus e aos que estão à minha volta; pois por meio daquela experiência, compreendi melhor que Deus ama a todos nós e nos capacita a enfrentar e vencer os desafios. A inspiração vinda de Deus se tornou mais real e palpável para mim. Reconheço mais completamente que somos um com Deus, por sermos Sua amada criação espiritual, e que essa constitui a única verdadeira identidade de cada um de nós. Por sermos filhos e filhas do Espírito divino, a alegria espiritual está incluída no único estado verdadeiro da nossa existência. Não precisamos produzir a alegria por conta própria, nem depende ela do que os outros dizem ou fazem. A alegria é nosso direito de nascença.
Passei a celebrar o bem mais assiduamente, nas coisas grandes e pequenas, e sou menos suscetível a exaltações de entusiasmo por coisas efêmeras e superficiais. Juntamente com a humilde gratidão pelo bem espiritual que está ao alcance de todos, em todo lugar, a todo momento, vem a alegria verdadeira, duradoura.
Para alcançar tal alegria talvez seja necessário também arrependimento, alguma mudança e perdão para consigo mesmo e para com os outros. Esse perdão foi fundamental para Jesus, que perdoou os que o crucificaram e ensinou aos discípulos uma oração que inclui o perdão (ver Mateus 6:9–13). O perdão e a reforma íntima também foram essenciais na minha experiência. Mas todos somos capazes disso, pois Cristo — a mensagem do amor de Deus — e o Espírito Santo, que conforta e ensina essas importantes ideias espirituais, estão sempre presentes, trazendo motivação, alegria, transformação e cura para todos os que acolhem o bem divino no próprio coração.
