Eu estava preparando uma calda para atrair beija-flor, como faço de três em três dias nos meses de verão. Tirei do fogo a panela e comecei a verter a calda fervente em uma jarra que estava na pia, quando a panela caiu da minha mão e a calda fervendo se esparramou sobre a minha mão esquerda e na minha roupa.
Depois de limpar quase toda a calda quente e pegajosa que derramara em mim, na bancada da cozinha e no chão, sentei-me e me dei conta de que me queimara horrivelmente. A dor e a ardência eram intensas.
Eu havia aprendido que a coisa mais importante que eu podia fazer para aliviar a dor e curar, ou para resolver uma situação difícil, era orar conforme os ensinamentos da Ciência Cristã. Percebi que eu necessitava acalmar meus pensamentos para poder orar.
Lembrei-me de uma passagem relacionada com a cura por meio da oração, que Mary Baker Eddy escreve no livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: “Sempre começa teu tratamento acalmando o medo dos pacientes” (p. 411). Percebi quanto era incisiva a palavra sempre! Quis obedecer nesse caso, mas pensei: “Não estou com medo; estou com muita dor!” Então dei-me conta de que tivera alguns medos desapercebidos com relação a esse incidente; por exemplo, que a dor não passasse, que a pele nunca mais fosse como antes, e que eu ficasse um tempão sem poder usar a mão. Então me dispus a enfrentar esses medos e a acalmá-los por meio da oração.
Imediatamente me ocorreram alguns versículos do livro dos Salmos: “Esquadrinhas o meu andar e o meu deitar e conheces todos os meus caminhos. … Tu me cercas por trás e por diante e sobre mim pões a mão” (139:3, 5). Essa foi a base da minha oração. Tive a certeza de que Deus, o Amor divino, me cercava por todos os lados e conhecia todos os meus caminhos; os que já havia percorrido no passado, os que ainda trilharia no futuro, e Ele estava presente para cuidar de mim exatamente onde eu estava naquele mesmo momento.
Apoiei-me nestes três conceitos:
(1) Deus é tudo o que existe no meu passado.
Perguntei-me: Deus era todo-poderoso e sempre presente no momento em que o acidente ocorrera? Sim, Deus esteve sempre presente e sempre foi todo-poderoso. Isso significava que, verdadeiramente, nenhum acidente acontecera. E minha mente não poderia ser distraída, desatenta e separada de Deus. O controle da Mente divina sobre todo o universo, inclusive sobre mim, nunca cessara, nem por um momento. Em meu pensar, reescrevi a história do acidente; revisei-a com a verdade de que minha unidade com Deus estava sempre intacta.
Sem o suporte de uma base espiritual verdadeira, um acidente não poderia ter acontecido nem ter causado nenhum efeito ou resultado. Eu sabia que qualquer alegação de dor era uma mentira descarada, nesse momento ou no futuro.
Quando isso se tornou claro como um cristal para mim, avancei em minha oração:
(2) Deus é tudo que existe no meu futuro.
Eu sabia que Deus me cerca por todos os lados, e enche todo o espaço, portanto, fosse amanhã ou na próxima semana, no próximo minuto ou no próximo segundo eu não poderia realmente levar comigo nada que não pertencesse a Deus. Eu não poderia carregar nada para o futuro, que não tivesse sido criado nem permitido por Deus. Assim também com a dor e a ardência, para os quais não há espaço no amor de Deus.
Completei minha oração:
(3) Deus está completamente ao meu redor.
Eu sabia que Deus é Tudo e é a única presença verdadeira. Nada pode acontecer na totalidade de Deus que contradiga as leis divinas de amor e de vida. Compreendi que a onipresença de Deus é uma lei que extermina toda e qualquer coisa que não seja a semelhança dEle. Na presença eterna de Deus, eu podia ver claramente a ausência total do mal. Visto que Deus está em todo lugar, a dor não está em lugar nenhum.
Entendi com clareza que o acidente não tinha uma base verdadeira no meu passado nem no meu futuro. Consequentemente, nenhum aparente efeito de acidente podia me afetar no momento presente. Exatamente nesse momento senti-me rodeada pelo amor de Deus.
Após essa oração, tive a convicção completa de que o acidente nunca havia sido uma realidade. Deus não sabia nada a respeito de um acidente e, visto que sou o reflexo de Deus, eu também não podia saber desse acidente. Ele não tinha fundamento na verdade; nem ontem, nem hoje, nem amanhã.
Senti-me elevada por essa oração e, mais ou menos uma hora após o acidente, percebi que a dor tinha passado completamente. Além disso, quase todo o problema com a pele também estava curado. Dormi calma e tranquilamente aquela noite, e ao amanhecer nem sequer me lembrei do que havia acontecido no dia anterior, até que entrei na cozinha e notei alguns resíduos pegajosos no chão. Limpei aquilo tudo com muita gratidão, alegria e liberdade. A cura foi completa. Sou muito grata pela Ciência Cristã.
J. Kimberley Bain
Winder, Georgia, EUA
