Os passeios com meu cachorro logo cedo pela manhã são sempre um momento de paz e, quando ninguém mais está por perto, esses passeios se constituem também em uma grande oportunidade para orar em silêncio e comungar com Deus. Certa manhã, quando comecei a entrar no parque, a luz do sol penetrou por entre as árvores com todo o seu esplendor e glória. Fiquei extasiada quando vi os raios de sol rapidamente entrando em foco, inundando tudo de luz.
Eu nunca havia visto isso dessa maneira tão surpreendente. Foi como se esse cenário representasse algo que Deus estava me dizendo. Ali estavam todos juntos o sol e a luz do sol e cada um dos raios, como se fossem uma coisa só. A impressão foi duradoura em mim; foi um exemplo muito claro, indicando que Deus é Tudo-em-tudo e demonstrando perfeitamente o que Mary Baker Eddy descreve em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: “Assim como uma gota de água é uma com o oceano, um raio de luz é um com o sol, do mesmo modo Deus e o homem, Pai e filho, são um no existir. A Bíblia diz: ‘Pois nEle vivemos, e nos movemos, e existimos’ ” (p. 361).
Às vezes, pode parecer difícil orar e afirmar ideias espirituais, quando nos confrontamos com todos os diferentes desafios que podem surgir. Quando me deparo com uma situação complicada que necessita da minha oração, afasto meus pensamentos do quadro material e abro minha consciência para a luz espiritual, simbolizada pelo sol e seus raios.
Em outro de seus escritos, The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany[A Primeira Igreja de Cristo, Cientista, e Vários Escritos], a Sra. Eddy explicou: “Se dizemos que o sol representa a Deus, então todos os seus raios coletivamente representam o Cristo, e cada um deles, em separado, a homens e mulheres” (p. 344). Isso explica a constância e a infinitude do Amor divino, a imensurável pureza e perfeição da luz do Cristo que ama a todos; e explica o homem individual, a amada ideia de Deus, mantida para sempre em unidade com seu Pai-Mãe, Deus. O Criador e a criação como uma coisa só, como um todo completo. Você não pode separá-los, da mesma forma como você não pode separar a luz e o sol, ou separar os raios e a luz. Eles são um e eles permanecem um.
Essa é uma explicação tão impressionante de Deus como o Tudo-em-tudo e de Sua criação espiritual, que ela se constitui em uma verdade metafísica que pode ser aplicada em qualquer lugar e em qualquer situação ou experiência, trazendo cura. Ela permaneceu como uma estrela guia em minha crescente compreensão e prática da Ciência Cristã e da inseparabilidade de Deus e do homem.
A luz do Cristo, que se expressa de maneira bela e contínua, afasta o pensamento de um quadro material.
Há mais de um ano, apareceu um caroço muito desagradável em minhas costas, que se tornou desconfortável e um tanto irritante. Orei sobre esse problema de maneira meio indiferente. Eu sabia que havia uma solução; no entanto, eu também sabia que tentar me livrar de algo material, “usando” algo espiritual, não iria funcionar. Minha oração precisava ser mais elevada, mais espiritual e pura. É lógico que, se estivermos no escuro, devemos olhar para a luz em vez de permanecermos focados na escuridão.
À medida que me envolvia em meu trabalho espiritual em prol da minha prática de cura pela Ciência Cristã e da minha oração pelo mundo (especialmente com relação a uma tarefa específica que eu havia assumido), o problema físico passou a não prender mais minha atenção. A explicação a respeito do sol e seus raios se destacou para mim, quando orei para compreender que o reino espiritual de Deus está bem aqui, agora mesmo, em toda a sua perfeição e glória, incluindo cada um de nós, criado à imagem de Deus. Eu passei alguns dias cheios de inspiração e me esqueci do caroço; ele simplesmente deixou de ser o foco do meu pensamento, e eu não estava nem um pouco preocupada. Alguns dias depois, quando estava tomando banho, notei que o caroço havia desaparecido.
Quando Mary Baker Eddy começou a escrever sobre a Ciência Cristã, a luz espiritual era uma parte importante de sua experiência, assim como a luz do dia. Ela descreve assim esse período sagrado que passou escrevendo, que começou com notas sobre as Escrituras: “O que eu escrevia guardava uma estranha coincidência, uma relação, entre a luz da revelação e a luz solar. Eu não conseguia escrever essas anotações depois do pôr do sol. Todos os pensamentos relativos à interpretação das Escrituras me abandonavam, até o sol se levantar de novo. Aí o influxo da interpretação divina derramava-se sobre meu senso espiritual, de maneira tão gloriosa como a luz do sol derramava-se sobre os sentidos materiais. Não fui eu mesma, mas o poder divino da Verdade e do Amor, infinitamente acima de mim, que ditou ‘Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras’ ” (Miscellany, p. 114).
Tão forte foi o influxo da luz da revelação na consciência da Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, que ele iluminou e permeou seus escritos com a Verdade e o Amor divinos. A mensagem contida nesse livro é para o mundo inteiro e ela é tão imparcial quanto a luz do sol, para toda a humanidade.
Cristo Jesus disse aos seus seguidores que ele era “a luz do mundo” (João 8:12). O Cristo é a natureza divina que ele manifestou de modo perfeito. A luz do Cristo, que se expressa de maneira bela e contínua, afasta o pensamento de um quadro material, e faz com que ele se volte para um iluminado senso espiritual das coisas. Quando nosso pensamento é iluminado, constatamos que expressamos também, até certo ponto, a natureza divina. É assim que o Cristo continua a nos atrair, a nos elevar cada vez mais alto e a envolver o mundo em sua luz abençoada de amor sanador.
A primeira e maravilhosa estrofe do Hino Nº 14 no Christian Science Hymnal oresume assim:
Levanta, brilharás,
O dia já nasceu,
Deus é teu sol, o Cristo é luz,
Reflexo és de Deus.
(Mary Mesechre, trad. © CSBD)
Elevando-nos em pensamento, cada um pode alegremente abraçar a luz da Verdade e do Amor do Cristo, que brilha para sempre sobre todos e em todos e através de todos. E todos podem vivenciar a cura.
