No ano passado comecei a ter visão dupla. O problema era grave, a ponto de eu não poder dirigir. Era quase impossível ler. De longe ou de perto, eu estava vendo tudo em dobro; era como se estivesse vesgo.
Orei a esse respeito durante uma ou duas semanas, mas não melhorei. Então contatei um Praticista da Ciência Cristã para que me ajudasse por meio da oração. Uma das coisas de que falamos foi esta declaração da Bíblia: “Homem de ânimo dobre, inconstante em todos os seus caminhos” (Tiago 1:8). Na Bíblia lemos também que “temos a mente de Cristo” (1 Coríntios 2:16). Conversamos a respeito do fato de que temos tão somente a mente do Cristo, refletindo a Mente divina, que é una e única, não é dupla nem múltipla; e a Mente é centrada, clara e exata, sem nunca ter visões divergentes ou opiniões dúbias.
Este versículo bíblico também me ajudou muito: “São os olhos a lâmpada do corpo. Se o teu olho for uno, todo o teu corpo será luminoso” (Tradução livre, Mateus 6:22). Além disso, orei para entender melhor a definição de olhos, que Mary Baker Eddy apresenta no glossário de Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: “Discernimento espiritual — não material, mas mental” (p. 586). Tornou-se claro para mim que diariamente eu necessitava orar mais para aprimorar e aguçar meu discernimento a respeito do homem (termo que inclui tanto o homem quanto a mulher) como sendo a pura imagem e semelhança espiritual de Deus.
Ocorreu-me que na verdade somos produto do construtor supremo, Deus, e o que Ele faz não é constituído de matéria, mas apenas de componentes espirituais e perfeitos, o resultado da criação que não inclui nenhuma falha. Percebi que esse aparente defeito não fazia parte do meu equipamento original permanente, natural ao homem criado por Deus. Eu sabia que tinha a garantia de fábrica, por assim dizer, de que o defeito seria rejeitado, deixando intacta a minha identidade.
Paralelamente, algumas coisas me vieram ao pensamento. Primeiro: eu estava frequentemente lendo e assistindo a reportagens na mídia a respeito de elementos destrutivos e divergentes no governo do país e do mundo, o que me tornava bastante irritado. E, segundo: essa irritação me deixava constantemente impaciente e com um “olhar atravessado”, vendo tudo com hostilidade e reprovação.
Mas encontrei também profunda e incisiva inspiração nesta declaração de Ciência e Saúde, na qual meditei dia após dia: “Os raios da Verdade infinita, quando convergem para um foco de ideias, produzem luz instantaneamente, ao passo que mil anos de doutrinas humanas, hipóteses e vagas conjeturas não emitem tal fulgor” (p. 504).
O ponto decisivo foi quando deixei a verdade de Deus convergir e colocar em foco suas ideias em minha vida, vendo a luz da Verdade divina em tudo, e abrindo mão das “vagas conjeturas” que causam divisão, em vez de nos unir. Finalmente, larguei o iPad e tornei a deixar o foco único e uno do discernimento espiritual modelar minha percepção e ponto de vista, em vez do noticiário na mídia.
Pouco tempo depois a visão dupla foi corrigida, completa e definitivamente. A cura ocorreu há mais de um ano, e o problema nunca mais se repetiu. Sou profundamente grato a Deus por Sua Verdade sanadora, que reforma e restaura nossa visão a respeito do que realmente somos: Sua clara reflexão; Sua imagem e semelhança.
Kevin Graunke
Oconomowoc, Wisconsin, EUA
