Meu marido e eu tínhamos acabado de chegar em casa, depois de uma agradável noite com amigos. Verifiquei meus e-mails e imediatamente me arrependi de ter feito isso. Havia, bem no topo da lista, uma mensagem de um colega. Minha reação foi visceral. Senti um aperto no estômago e o sangue me subiu à cabeça.
Por alguma razão, tudo o que esse colega fazia me incomodava. Depois de uma reunião ou de uma teleconferência com ele, eu geralmente voltava para casa agitada. E agora, parecia que esses sentimentos ruins iriam arruinar o que prometera ser um bom fim de semana.
Como alguém que busca seguir o exemplo de Cristo Jesus, eu sabia que os pensamentos que estava tendo sobre essa pessoa não eram cristãos. Infelizmente, em vez de respeitar a Regra Áurea — que entendo que inclui pensar nos outros como queremos que eles pensem a nosso respeito — eu me deixara levar pela opinião geral de nossa equipe de que trabalhar com ele era “simplesmente muito difícil”. Naquele mesmo instante, decidi mudar. Mas por onde começar?
Fiquei em silêncio e orei, começando por reconhecer a presença e o poder de Deus e do Seu Cristo. Senti que precisava compreender o primeiro capítulo do Gênesis, que inclui a afirmação de que Deus fez o homem à Sua própria imagem e semelhança. Um dos ensinamentos fundamentais da Ciência Cristã é que Deus, o único Criador, é bom. Devemos, então, concluir que, como Deus é bom, o homem — feito à Sua imagem — também é bom.
Refleti ainda que, sendo bons filhos de Deus, nós podemos ter a expectativa de poder trabalhar uns com os outros, e não uns contra os outros, para alcançarmos as metas de nosso empregador. Aceitando essa premissa, continuei a orar em silêncio.
À medida que prestava atenção à orientação de Deus, algo que Jesus disse aos seus discípulos me veio ao pensamento: “Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros” (João 13:34–35).
Considerando que Jesus não teria dito aos discípulos que fizessem algo impossível, comecei a ver que Jesus acreditava que eles poderiam amar como ele próprio amava porque sabia que os discípulos eram feitos à imagem e semelhança de Deus, que é o Amor.
Também me lembrei de um ensinamento do Sermão do Monte, de que não é possível honrar verdadeiramente a Deus e ao mesmo tempo guardar rancor contra um de Seus filhos. Jesus disse: “Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando, faze a tua oferta” (Mateus 5:23–24).
Comecei a ver que Jesus acreditava que eles poderiam amar como ele próprio amava porque sabia que os discípulos eram feitos à imagem e semelhança de Deus, que é o Amor.
Suavemente, comecei a sentir a presença e o poder de Deus aquietando aquela tempestade mental e fazendo com que eu estivesse disposta a deixar que minha atitude fosse modificada. Peguei um exemplar do The Christian Science Journalpara continuar a leitura de onde eu havia parado antes, naquele dia. O artigo continha uma referência a 1 João 4:16: “Deus é amor”, e ao Primeiro Mandamento: “Não terás outros deuses diante de mim” (Êxodo 20:3).
Ao ler essas palavras, veio-me esta mensagem: “Não terás nenhum outro pensamento diante do Amor. Literalmente, Elizabeth, não mantenha na consciência nenhum outro pensamento a não ser os pensamentos do Amor. O Amor sempre vem antes de tudo”.
Senti imediatamente a repreensão contida nessa resposta incisiva à minha oração. Percebi que mesmo antes de abrir o e-mail — antes mesmo de qualquer contato com o meu colega — eu esperava pelo pior. Mas agora, sentindo-me profundamente arrependida por pensar tão mal de outra pessoa, permaneci orando por algum tempo. Pedi a Deus que me perdoasse e agradeci-Lhe por suavizar meu coração. Agradeci-Lhe pela oportunidade de ser curada dos pensamentos desagradáveis a respeito desse homem.
Por fim, calma e afetuosamente, as palavras de Jesus “vai e não peques mais” (João 8:11) preencheram meu coração. Senti-me perdoada e purificada dos pensamentos ruins, e revestida de bondade. Fui dormir com a confiança inabalável de que o poder de Deus, o Amor divino, mantinha a mim e aquele membro da equipe em uma atitude de amor fraterno de um para com o outro.
Pela manhã, consegui ler o e-mail dele com outra perspectiva — com respeito e expectativa do bem. E adivinhem?! Descobri que não havia na mensagem nada de desagradável. Desse dia em diante, passamos a trabalhar juntos com o genuíno afeto que é natural a todos nós como filhos de Deus.
Mary Baker Eddy escreve em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: “O Primeiro Mandamento é meu texto favorito. Ele demonstra a Ciência Cristã… O Princípio divino do Primeiro Mandamento é a base da Ciência do existir, pela qual o homem demonstra a saúde, a santidade e a vida eterna. Um só Deus infinito, o bem, unifica homens e nações; estabelece a fraternidade dos homens; põe fim às guerras; cumpre o preceito das Escrituras: ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’…” (p. 340).
Obedecendo ao Primeiro Mandamento — deixando que o Amor venha primeiro em nosso pensamento — naturalmente nos relacionamos de forma mais amorosa com os outros, porque o fato espiritual é que somos feitos no Amor, pelo Amor e para o Amor.
