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Derrote o jogo da culpa

Da edição de abril de 2007 dO Arauto da Ciência Cristã


Nos dias atuais, quando um erro ou algo moralmente condenável ocorre no governo, no local de trabalho ou mesmo na família, um cenário comum parece se descortinar. Com uma freqüência cada vez maior, as pessoas entram “no jogo da culpa”. Logo que a ação condenável se torna evidente, surge um ímpeto compulsivo no sentido de determinar quem arcará com a responsabilidade pelo ato, freqüentemente acompanhado por exibições destrutivas e desmoralizantes de justificação-própria, por investigações detalhadas a respeito dos fatos, condenação, questões partidárias, presunção, e, até mesmo, satisfação. No caso de fatos muito explorados pela mídia, tal questão pode assumir vida própria, dominando as estações de rádio e TV. Lados opostos disputam espaço na mídia e revelam declarações bombásticas, na busca de oportunidades para defender a moralidade.

Isso não sugere de modo algum que o ato condenável não deva ser investigado ou que o sistema de justiça deva deixar de desempenhar seu papel vital na sociedade. Mas, pelo fato de não ser bem-intencionado, o jogo da culpa não deveria fazer parte processo, uma vez que não desempenha nenhuma função significativa na execução da justiça e aqueles que dedicam suas energias a esse jogo, na verdade desviam sua atenção da descoberta de uma solução construtiva.

É importante fazer a distinção entre a retificação diligente de más ações e a mera atribuição de culpa. Quando erros ou escândalos vêm à tona, somos participantes diretos ou espectadores preocupados; sanadores ou divisores? Fazer do mal uma realidade e depois afixar um rótulo à outra pessoa, não é produtivo nem o que o Cristianismo ensina. A precipitação de culpar, processar, acusar, julgar e condenar, talvez indique apenas uma raiva desprezível agindo sob a superfície da sociedade, uma confusão de interesses próprios e sensacionalismo, que apontam em direção ao que realmente necessita de atenção.

Acima da satisfação de alguém ao ver uma pessoa acusada (mesmo que “justificadamente”), existe uma oportunidade de cura e redenção em cada um que alcance uma percepção maior do plano de Deus para Sua criação, onde: “...foi expulso o acusador de nossos irmãos” (Apocalipse 12:10). Mary Baker Eddy, que descobriu a Ciência Cristã*, tem isto a dizer sobre esse “acusador”: “No Grego, diabo é chamado serpente — mentiroso — o deus deste mundo; e o apóstolo Paulo define o deus deste mundo como desonestidade, astúcia, utilização enganosa da palavra de Deus. O texto original define diabo como acusador, caluniador; assim sendo, de acordo com a Escritura Sagrada, essas características são repreensíveis e não devem proceder seja de uma pessoa, seja do púlpito ou da imprensa” (Message to The Mother Church for 1901 [Mensagem para a Igreja Mãe para o ano de 1901], P. 16).

É interessante que, na Bíblia, a primeira menção de atos condenáveis e de um Deus que os conhece e os condena, está no relato alegórico do Jardim do Éden, em que uma serpente tenta Adão e Eva a conhecerem tanto o bem como o mal, a perderem sua inocência e a usurparem a sabedoria suprema de Seu Criador. Depois de caírem em pecado, vem o relato da condenação, do castigo, do sofrimento, da rivalidade e do assassínio. Contudo, a Ciência do Cristo mostra que todo esse relato sobre a criação é falso, um escárnio ao verdadeiro relato descrito no primeiro capítulo do Gênesis, em que, nem Deus, nem Seus filhos conhecem ou praticam o mal, sob qualquer forma. Estamos convencidos de que todos têm o direito concedido por Ele e a obrigação moral de dar testemunho da verdade desse relato, no espírito das palavras de Paulo: “Porque, assim como, em Adão, todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo” (1 Coríntios 15:22).

A única maneira pela qual a sociedade pode colocar um verdadeiro ponto final ao jogo da culpa é por meio da rejeição mental às mentiras más da serpente, pelas quais somos tentados a ter pensamentos desonestos, ardilosos e condenatórios. Amar aquilo que é digno de ser amado significa empreender o trabalho mais difícil de rechaçar qualquer tentação de dividir os filhos de Deus em grupos rotulados de: “bons e maus”, “culpados e inocentes”, “dignos e indignos”, “vitoriosos e fracassados”.

Jesus nunca foi paciente com o mal. Entretanto, tampouco repreendia as pessoas. Condenava o mal, não o malfeitor. Seu ministério de cura e regeneração, que abrangia a todos, incluía os pecadores e os renegados. Ao seguir sua orientação, encontramos evidências esmagadoras de que o caminho para uma sociedade mais estável e próspera está marcado por um estado crístico de pensamento, que promove a cura e, quando necessário, transforma o caráter. Isso ecoa nas palavras do salmista: “Observa o homem íntegro e atenta no que é reto; porquanto o homem de paz terá posteridade” (Salmos 37:37). De acordo com a Ciência Cristã, é sempre possível ver esse “homem íntegro”, porque Deus nos fez à Sua imagem, ou seja, espiritual, perfeito, inocente.

Diante da corrupção, da mentira, da violência e do abuso de poder, cada um de nós tem uma escolha a fazer. Podemos nos precipitar em direçÃo à condenação das pessoas e reforçar a evidência de um mundo culpado, pecador. Ou, podemos rejeitar a tentação de ter prazer em rotular o mal, e, ao invés disso, compartilhar generosamente o melhor da nossa convicção, fundamentada na oração de que Deus não destinou Seus filhos e filhas a decaírem da graça, mas sim a sentirem a graça que cura e corrige tudo o que está errado.

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