Nos dias atuais, quando um erro ou algo moralmente condenável ocorre no governo, no local de trabalho ou mesmo na família, um cenário comum parece se descortinar. Com uma freqüência cada vez maior, as pessoas entram “no jogo da culpa”. Logo que a ação condenável se torna evidente, surge um ímpeto compulsivo no sentido de determinar quem arcará com a responsabilidade pelo ato, freqüentemente acompanhado por exibições destrutivas e desmoralizantes de justificação-própria, por investigações detalhadas a respeito dos fatos, condenação, questões partidárias, presunção, e, até mesmo, satisfação. No caso de fatos muito explorados pela mídia, tal questão pode assumir vida própria, dominando as estações de rádio e TV. Lados opostos disputam espaço na mídia e revelam declarações bombásticas, na busca de oportunidades para defender a moralidade.
Isso não sugere de modo algum que o ato condenável não deva ser investigado ou que o sistema de justiça deva deixar de desempenhar seu papel vital na sociedade. Mas, pelo fato de não ser bem-intencionado, o jogo da culpa não deveria fazer parte processo, uma vez que não desempenha nenhuma função significativa na execução da justiça e aqueles que dedicam suas energias a esse jogo, na verdade desviam sua atenção da descoberta de uma solução construtiva.
É importante fazer a distinção entre a retificação diligente de más ações e a mera atribuição de culpa. Quando erros ou escândalos vêm à tona, somos participantes diretos ou espectadores preocupados; sanadores ou divisores? Fazer do mal uma realidade e depois afixar um rótulo à outra pessoa, não é produtivo nem o que o Cristianismo ensina. A precipitação de culpar, processar, acusar, julgar e condenar, talvez indique apenas uma raiva desprezível agindo sob a superfície da sociedade, uma confusão de interesses próprios e sensacionalismo, que apontam em direção ao que realmente necessita de atenção.
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