Skip to main content Skip to search Skip to header Skip to footer

REFLEXÃO

Um mundo muito amado

Da edição de abril de 2007 dO Arauto da Ciência Cristã


A capacidade que as pessoas têm dentro de si mesmas de fazer o bem pode, às vezes, tirar nosso fôlego. Apenas se lembre da última vez em que você viu um jovem cuidar carinhosamente de um parente idoso, vislumbrou o espírito de uma comunidade que se reúne para ajudar as vítimas de um desastre ou olhou o semblante de certa mãe segurando seu filho recém-nascido.

Contudo, uma rápida olhada à nossa volta mostra que a família humana nem sempre vive em paz e harmonia. A mesma face que começou a vida olhando para os amorosos olhos da mãe, pode aprender a abrigar um ódio intenso de certos povos e culturas. Em situações extremas, esse ódio pode ser atiçado até o ponto em que lançará mão de todo e qualquer meio para obter e utilizar armas capazes de causar o maior dano, a um maior número de pessoas.

Exemplos em uma escala maior de destruição, motivada pelo ódio, podem ser profundamente inquietantes. Ouvimos muitas notícias, ultimamente, sobre WMDs, sigla em inglês para "weapons of mass destruction" (armas de destruição em massa) e, infelizmente, essas iniciais, em inglês, não se referem tipicamente a um "world most dear" (um mundo muito amado), mas, ao contrário, referem-se mesmo a "armas de destruição em massa", todas elas tendendo a tornar o mundo um WMD= "world more dark" (um mundo mais escuro). A pergunta que a maioria de nós se faz é: "O que posso fazer para tornar este mundo um lugar melhor, mais seguro, mais querido, onde a guerra nuclear e o desejo de destruição não façam mais parte da experiência humana?"

Muitas das pessoas que se fazem esse tipo de pergunta, também sentem que é inadequado e espiritualmente ingênuo pensar que, apenas tentar viver corretamente, tentar ser útil e amar aos outros, pode, de alguma maneira, afetar os pensamentos e as ações de um terrorista ou de uma nação que insiste em obter um arsenal nuclear.

Certamente é correto viver uma vida digna, mas algo maior se faz necessário, aqui e agora. Esse algo maior é de fato a força que move as pessoas que desejam ser boas e generosas para com os outros, ou seja, é o Principio divino sempre em ação, o Amor.

O poder que sustenta e anima nosso desejo de viver uma vida correta é algo muito maior do que o desejo humano bem intencionado e ético. Esse poder, essa influência divina, ou o Cristo, fala à nossa consciência.

Em Ciência e Saúde, Mary Baker Eddy faz algumas perguntas instigantes: "Porventura os meios materiais são o único refúgio contra os acasos fatais? Porventura não haverá permissão divina para vencer toda espécie de discórdia pela harmonia, pela Verdade e pelo Amor?" E o parágrafo seguinte dá a resposta tão necessária a esta época: "Devemos lembrar-nos de que a Vida é Deus e de que Deus é onipotente" (p. 394).

Por que faz diferença para nós, lembrarmo-nos de que a Vida é Deus onipotente? Porque reconhecer esse fato nos faz lembrar que o poder que sustenta e anima nosso desejo de viver uma vida correta é algo muito maior do que o desejo humano bem intencionado e ético. Esse poder, essa influência divina, ou o Cristo, fala à nossa consciência.

Um aspecto notável a respeito da vida de Jesus é que cada faceta dela nos ensina algum aspecto do Cristo, que ele, tão plenamente, expressava. Percebemos o Cristo manifestado ao longo de toda a vida de Jesus, como evidência da capacidade do Amor divino de sustentar os filhos de Deus. Desde o começo da história de sua vida, encontramos o recém-nascido Jesus lutando contra a determinação do poderoso rei Herodes de destrui-lo. Entretanto, o Cristo falou aos pais de Jesus e lhes forneceu uma forma segura de proteger a criança ao irem para o Egito (ver Mateus 2). Quando uma multidão enfurecida tentou apedrejar a Jesus por ter ele declarado sua natureza eterna, o Cristo ocultou Jesus dos olhos deles e também de seu alcance (ver João 8). Quando Jesus, que poderia ter evitado a crucificação, submeteu-se a ela para provar que o homem de Deus triunfa sobre o poder do ódio e da morte, foi o Cristo que trouxe à luz o Jesus ressuscitado (ver Mateus 27, 28). Em outras palavras, Jesus provou que o Cristo vence o mal do ódio que importuna.

A Ciência Cristã nos garante que esse mesmo Cristo está falando a toda consciência humana. Essa é a razão pela qual estamos sempre conscientes de que o bem em nossas ações diárias e a generosidade em nossos pensamentos a respeito dos outros, são a evidência de que com o Cristo (nosso verdadeiro eu e nossa relação correta com Deus) fluindo em nossa vida, podemos, verdadeira e racionalmente, afirmar que esse mesmo Cristo é universal, fala a todos e é sentido por todos em toda parte, mesmo que muitos ainda não o tenham percebido.

A maior luta do mundo atual não é percebida na questão de quem tem pedras para lançar ou de quem tem armas nucleares para detonar. A luta maior é entre o senso obscurecido de divisão, o ódio preventivo e o desespero que promovem a guerra contra a consciência iluminada por Deus, a Mente divina, que reina suprema e capacita cada indivíduo a perceber a paz tangível e a trabalhar por ela. O nosso papel nessa batalha tem a ver com derrotar o medo e as representações vívidas da matéria como capazes de destruir a vida e o amor. O medo, caso concordemos com ele, marginaliza nossa compreensão de Deus a tal ponto, que acabamos por negligenciar nossa responsabilidade de expressar a Deus, a Vida e o Amor divinos, aqui e agora, neste mundo.

Nossa batalha é destruir todo argumento ardiloso e toda defesa imponente que os homens erguem contra o verdadeiro conhecimento de Deus.

A tradução de 2 Coríntios 10, de J. B. Phillips, capta o espírito sobre o qual o apóstolo Paulo fala a respeito desse mesmo ponto: "A verdade é que, embora levemos uma vida humana normal, a batalha que estamos travando está no nível espiritual. As próprias armas que usamos não são humanas, mas são poderosas na guerra de Deus para a destruição das fortalezas do inimigo. Nossa batalha é destruir todo argumento ardiloso e toda defesa imponente que os homens erguem contra o verdadeiro conhecimento de Deus. Nós lutamos para capturar cada pensamento até que ele reconheça a autoridade do Cristo".

Podemos ser mais do que espectadores inativos a respeito de questões vitais para a segurança e a salvação da humanidade. Podemos nos dispor a nos armar espiritualmente e a nos engajar na única luta que realmente pode fazer a diferença, a luta para comprovar a presença e a bondade de Deus, e a identidade de cada um de nós na semelhança de Deus.

O fundamental para essa luta é a questão sobre se estamos dispostos a simplesmente seguir adiante com a noção predominante de que a essência de cada indivíduo, a vida e âmago, ou a alma do nosso ser, seja uma mistura de bem e de mal, ou se, ao invés disso, estamos dispostos a afirmar que o Cristo, a manifestação de Deus totalmente boa e divina, tão evidente em Jesus, determina de forma mais precisa a natureza de nosso verdadeiro ser.

A Sra. Eddy pesquisou essa questão. Ela reconheceu que a percepção humana a respeito da vida certamente parece ser constituída de vida e morte, de bem e mal, de verdade e erro. Contudo, ela explicou que esse tipo de compreensão nunca pode captar com precisão o poder e a verdade da vida no Espírito, Deus, que a Ciência Cristã revela como sendo completa e puramente boa.

Em Ciência e Saúde, a Sra. Eddy oferece aos leitores uma visão clara da explanação que a Ciência Cristã apresenta sobre o ser, fornecendo uma série de comparações que fazem a distinção entre a realidade espiritual e a aparência material. Essa série começa mostrando que: "A Verdade é imortal; o erro é mortal. A Verdade é ilimitada; o erro é limitado". A lista termina com a afirmação fundamental: "...a Verdade é real, e o erro é irreal". Então, ela observou uma tendência perigosa no pensamento humano: "Esta última afirmação contém o ponto que mais relutarás em admitir, embora seja, do começo ao fim, o que mais importa compreender" (p. 466).

Admitir a verdade espiritual significa enfrentar as ameaças que afrontam nosso mundo com uma arma "ainda secreta demais" sobre o conhecimento de que todo ódio precisa, em última análise, provar ser temporal.

Se quisermos fazer a diferença espiritualmente, apaziguando e desarmando os sentimentos de divisão e ódio que são diariamente apresentados nos noticiários, como a nova norma para a existência humana, então devemos estar dispostos a ser menos relutantes em admitir este ponto mais importante: "...a Verdade é real, e o erro é irreal". Fazer isso não é o mesmo que adotar uma postura semelhante à do avestruz, enfiando a cabeça na areia diante do perigo. Ao contrário, admitir essa verdade espiritual significa enfrentar as ameaças que afrontam nosso mundo com uma arma "ainda secreta demais" sobre o conhecimento de que todo ódio precisa, em última análise, provar ser temporal. Não há nenhuma vida nele. Não há nenhum futuro nele, uma vez que carece de vida espiritual e do poder de resistência do Cristo, a mensagem divina da bondade e do amor de Deus em prol da humanidade.

Quando o calor do mal queimar a si mesmo e exaurir sua própria destrutibilidade, ainda haverá aquele qualidade de esperança, aquele amor pelo bem, aquela identidade espiritual que o Cristo sustenta eternamente em nós. Essa é a razão para termos esperança. Essa expectativa nos faz trabalhar a fim de que cheguemos mais cedo a esse estado, porque, quanto mais cedo sentirmos e expressarmos o amor de Deus que dá à existência o verdadeiro sentido de viver, mais depressa deixaremos de nos sentir acuados pelo medo e que outros captem a luz e a centelha do Cristo que nossa vida proclama.

Para conhecer mais conteúdo como este, convidamos você a se inscrever para receber as notificações semanais do Arauto. Você receberá artigos, gravações em áudio e anúncios diretamente via WhatsApp ou e-mail.

Inscreva-se

Mais nesta edição / abril de 2007

A missão dO Arauto da Ciência Cristã 

“...anunciar a atividade e disponibilidade universal da Verdade...”

                                                                                        Mary Baker Eddy

Conheça melhor o Arauto e sua missão.