O orfanato Creroea em Boma, uma cidade da República Democrática do Congo, acolhe crianças em qualquer condição ou idade, desde recém-nascidos a jovens de 20 anos, órfãos de guerra, vítimas de AIDS ou de deficiências, e também crianças que foram abandonadas por suas famílias por terem sido acusadas de serem feiticeiras. De fato, nessa região, quando as crianças apresentam um comportamento que a família não tem como explicar ou quando algo incomum acontece em sua vida, muitas vezes são chamadas de “feiticeiras”. Em seguida, são expulsas de casa, têm de viver na rua e são temidas por todos. Muitas dessas crianças encontraram um lar e uma família extensiva no orfanato Creroea. Desde agosto de 2009, depois do Encontro de Jovens Cientistas Cristãos realizado em Boma, as crianças desse orfanato participam da Escola Dominical da Ciência Cristã, organizada por Primeira Igreja de Cristo, Cientista, em Boma. Uma das crianças do orfanato quis dar um testemunho dos benefícios recebidos graças aos ensinamentos da Escola Dominical.
Meu nome é Vodi; sou um menino de 10 anos.
Quando eu tinha três anos, minha mãe morreu e fui morar com meus avós. Fiquei doente, com febre tifóide, e precisei ser operado. Ninguém achava que eu iria sobreviver, mas eu sobrevivi. Então as pessoas começaram a dizer que uma coisa dessas só poderia acontecer com uma criança feiticeira. Fiquei triste, porque eu sabia que não era feiticeiro. Eu me sentia intimidado pelos adultos e não tinha coragem de dizer nada. Em 2004, minha família decidiu me levar para o orfanato Creroea, que acolhe crianças que foram chamadas de feiticeiras. Fui recebido com amor. O diretor do orfanato e os habitantes dessa comunidade se tornaram minha verdadeira família. Eles me ensinaram a orar todos os dias.
Certo dia, em agosto de 2009, alguns Cientistas Cristãos vieram nos visitar. Eles nos ensinaram que Deus é nosso Pastor e que nada pode nos faltar. Isso nos deu esperança renovada para o futuro. Eles leram para nós um trecho do primeiro capítulo do Gênesis, na Bíblia, o que me ensinou que sou a imagem de Deus, que Deus é Amor e que Ele nunca permite que eu esteja doente. Depois dessa visita, pude participar da Escola Dominical que eles organizaram para nós, todas as semanas.
Vivo com muito mais liberdade, porque sei que Deus é nosso Pai-Mãe, que nunca quer que eu sofra. Agora jogo futebol e posso comer chiquangue (uma espécie de mandioca) que não podia comer quando eu era menor. Minha família me perguntou se foi um tratamento médico que me ajudou, mas eu disse que agora frequento a Igreja da Ciência Cristã, estudo a Bíblia e sigo os ensinamentos de Mary Baker Eddy na Escola Dominical, e que é por isso que fui curado. Sou o filho de Deus e essa é minha identidade.
Agradeço a nosso Pai-Mãe Deus que nos ama muito!
Artigo publicado originalmente no
exemplar de março de 2012 de
Le Héraut de la Science Chrétienne, a edição francesa dO Arauto.
 
    
