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ESPIRITUALIDADE E CURA

Uma solução sanadora para alergias

Da edição de junho de 2012 dO Arauto da Ciência Cristã

Christian Science Sentinel


Certa vez, um parente me disse que havia se livrado de alergias sazonais. Ele sorriu e acrescentou: “É, mudei-me de Willamette Valley, portanto, pólen nunca mais”! Ele certamente não estava criticando a magnífica beleza desse vale do Rio Oregon, nos EUA, que os primeiros pioneiros achavam que fosse a Terra Prometida; mas estava expressando a tão desejada liberdade das limitações que as alergias parecem impor a locais, produtos e atividades que tanto apreciamos.

Seria o afastar-se desses alérgenos a única alternativa segura contra reações alérgicas? Na verdade, não, mas muitas pessoas passam a vida evitando animais de estimação, produtos lácteos, glúten, amendoim e muitas outras coisas, consideradas como fontes de reações alérgicas. Para alguns, até maquiagem e perfume podem ser hostis e lesivos. (Algumas expressões relativas a alergias já foram introduzidas no vocabulário para rotular determinadas atitudes: “Ele é alérgico ao trabalho”; ou “Ela é alérgica a compromissos”). Há também os que são alérgicos ao próprio ar que respiram, o que pode parecer a maior esquisitice de todas

A Ciência Cristã lança a luz da compaixão e da cura sobre essa questão da vulnerabilidade das pessoas ao meio ambiente. Ela ensina que cada pessoa está segura, independentemente do seu local de moradia ou dieta. Todos podem verdadeiramente viver na “Terra Prometida”, que a Bíblia descreve como uma “terra de leite e mel” (ver Êxodo 3:8), onde a intolerância ou a irritação de qualquer tipo é desconhecida. A Ciência Cristã nos ajuda a perceber que essa terra certamente não é um reino de matéria no qual partículas e elementos químicos imperam. Em realidade, não existe nenhuma terra prometida material. A verdadeira promessa de Deus é que Sua descendência espiritual sempre habita na bem-aventurança do Espírito.

De acordo com a Bíblia, Deus é Espírito e o homem é feito à Sua imagem e semelhança, completamente espiritual. A crença oposta, de que o homem seja um mortal corpóreo, e que vive em um ambiente material em constante transformação, é a causa do conflito entre a humanidade e os elementos materiais que compõem esse reino ilusório. Mary Baker Eddy escreveu no primeiro capítulo de Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: “Inteiramente separada da crença e sonho num viver material, está a Vida divina, que revela a compreensão espiritual e a consciência do domínio que o homem tem sobre toda a terra” (p. 14). O que parece nos separar desse domínio? Como podemos começar a encontrar uma liberdade permanente por meio da oração?

A prevenção contra potenciais alérgenos é certamente uma opção, e pode haver uma necessidade real de afastar o pensamento do medo, de forma gentil e sábia, antes de se colocar um produto no carrinho do supermercado por razões intencionais

Vamos tratar de uma das queixas mais comuns de reação, a sensibilidade aos alimentos. O dicionário define sensibilidade como “receptividade às impressões dos sentidos”. Os cinco sentidos podem dar testemunho somente do falso mundo da matéria, não do reino espiritual e eterno. Por outro lado, as “impressões do sentido espiritual” constituem aquilo a que nós somos verdadeiramente receptivos, às mensagens do bem que continuamente vêm a nós, provenientes de Deus. Essas mensagens de amor e santidade não trazem nenhum efeito maléfico, nem reações desfavoráveis. Na página 388 de Ciência e Saúde, a Sra. Eddy analisa como alguém pode começar a resolver esse aparente conflito entre a harmonia do Espírito e a evidência material agressiva que perturba e ameaça. Ela escreve: “Se os mortais pensam que o alimento perturba as funções harmoniosas da mente e do corpo, será preciso abandonar ou o alimento ou esse modo de pensar, porque o castigo está associado com a crença. Qual dos dois deverá ser abandonado? Se a decisão for deixada a cargo da Ciência Cristã, será dada a favor do domínio da Mente sobre essa crença e sobre toda crença errônea ou condição material”.

Os cinco sentidos podem dar testemunho somente do falso mundo da matéria, não do reino espiritual e eterno.

A prevenção contra potenciais alérgenos é certamente uma opção, e pode haver uma necessidade real de afastar o pensamento do medo, de forma gentil e sábia, antes de se colocar um produto no carrinho de supermercado por razões intencionais. Mas certamente a abordagem mais científica: “o domínio da Mente sobre essa crença”, envolveria na verdade uma mudança de pensamento. À medida que começarmos a ver a nós mesmos como ideias espirituais em vez de seres corpóreos feitos de matéria, descobrirnos-emos mais em harmonia com nosso meio ambiente, do que sujeitos ao sofrimento. Nossa segurança não dependerá de dietas modificadas, contagem de pólen ou de uma vida de prevenção temerosa. Adotar essa perspectiva de inversão da matéria para o Espírito dá ao homem liberdade para que a prevenção já não seja mais uma exigência.

Uma vez que a crença de perigo nos alimentos ou no meio ambiente seja detectada, rejeitada e substituída pela natureza espiritual da criação de Deus, o medo desaparece e nenhuma reação pode ocorrer. Então, cada momento pode ser uma oportunidade para a expressão ilimitada da nossa verdadeira identidade, com toda sua integridade, pureza, vigor, destemor e alegria.

Quando eu estava no ensino fundamental, fiquei cheia de urticárias. Meus pais disseram que eu havia comido morangos demais. Mesmo sendo criança, achei esse raciocínio questionável. Primeiro, eu gostava muito de morangos, e ainda gosto, e sabia que não desejava deixar de comê-los. Simplesmente não podia aceitar o veredicto de que algo tão delicioso pudesse causar algum dano. Segundo, eu não conseguia entender como meus pais poderiam saber com tanta certeza qual era a causa. Parecia tão sem propósito que eu tivesse de sofrer por gostar muito de algo e outra pessoa não. Havia uma injustiça ali e eu não acreditei nesse veredicto. Depois disso, nunca mais sofri ao comer morangos.

Meu filho teve uma demonstração maravilhosa de uma cura completa de reação alérgica

Uma linha de raciocínio talvez dissesse que eu havia superado a alergia ou que eu fosse apenas moderadamente alérgica. Mas, qualquer que fosse a razão material, eu havia vislumbrado a relação entre o meu pensamento a respeito de algo e o bem-estar físico resultante. Mais tarde, quando conheci a Ciência Cristã, compreendi o raciocínio científico por trás da minha recusa em aceitar essa conexão entre os morangos e a urticária.

As sugestões alérgicas só podem pretender influenciar e limitar a atividade e o bem-estar. Elas são inofensivas, a não ser que alguém acredite nelas. Talvez alguém possa dizer: “Está bem, estou seguindo esse raciocínio. Mas já venho orando sobre isso há algum tempo. Não é fácil”! Entretanto, podemos ter ânimo e encontrar consolo na verdade de que, muito embora as sugestões talvez possam ser incansáveis em sua insistência em se tornar realidade, elas são impostoras, são apenas sugestões. É confortador saber que, apesar das alergias parecerem se arrastar indefinidamente ou parecerem crônicas, elas não fazem parte do modelo espiritual.

Qualquer que pareça ser a reação alérgica, ela é uma mentira sobre a nossa natureza espiritual. Quer ela sugira que o ar esteja carregado de substâncias perigosas, ou que o alimento possa estar contaminado, isso não é verdade. As realidades espirituais, tal como a harmonia e a paz, jamais podem ser tocadas pelas crenças materiais. Qual o efeito que pepinos ou frutos do mar têm sobre a inteligência? Como pode o pêlo de animais ou a lã prejudicar a humildade ou a integridade?

Meu filho teve uma demonstração maravilhosa de uma cura completa de reação alérgica. Ele estava em uma viagem de mochileiros pela Europa, durante a época da faculdade, e acordou certa manhã no albergue para estudantes com feridas no corpo todo, até na planta dos pés. Ele não sabia que tipo de doença tinha, mas achou que deveria procurar um médico, que lhe disse que ele estava sofrendo de algum tipo de alergia. O médico receitou comprimidos para combater a reação alérgica e um creme para dar alívio temporário, até que os comprimidos fizessem efeito. Na volta para o albergue, meu filho não sabe como, mas acabou perdendo os comprimidos durante o trajeto de 12 quilômetros. Quando retornou ao seu quarto, ele aplicou o creme, mas o alívio durou somente alguns minutos. Ele estava de volta ao ponto de partida!

Foi então que se lembrou do exemplar de Ciência e Saúde que trouxera na viagem. Decidiu que, se fosse confiar em meios espirituais para a cura, confiar também no creme seria incoerente, portanto, começou tomando um banho para retirar o creme do corpo. Em seguida, abriu Ciência e Saúde e se deparou com o Glossário. Buscou uma definição para a palavra medo, uma vez que ele realmente sentia-se temeroso de precisar encurtar a viagem e voltar para casa. Ele contou que ficou absolutamente perplexo quando leu uma definição. Ela era incrivelmente específica para o seu caso: “MEDO. Calor; inflamação; ansiedade; ignorância; erro; desejo; cautela” (p. 586). Calor e inflamação eram os sintomas exatos contra os quais estava lutando, e ele estava definitivamente sentindo-se ansioso. Percebeu, de imediato, que não tinha de descobrir como se livrar do calor e da inflamação, mas que precisava enfrentar a ansiedade.

Quando começou a examinar quais eram os seus temores, compreendeu que estava extremamente ansioso e apreensivo a respeito de uma série de coisas. Decidiu não mudar de local; permaneceu ali mesmo no albergue e continuou a orar, a fim de mudar a forma de pensar sobre si mesmo. Compreendeu que não era um mero mortal, dominado pelo medo, mas sim uma ideia espiritual, sempre vivendo e se movendo na atmosfera do Espírito, não da matéria. O Espírito é inteiramente bom, jamais poderia causar lesões a alguém. (Se ele tivesse olhado a página seguinte do Glossário, teria encontrado a definição para essa atmosfera benéfica: “CÉU. Harmonia; o reino do Espírito; governo pelo Princípio divino; espiritualidade; felicidade; a atmosfera da Alma” (p. 587).

Os resultados foram maravilhosos! Ele conseguiu dormir tranquilamente naquela noite, e estava muito melhor na manhã seguinte. O problema havia diminuído tanto que ele pôde continuar suas viagens naquele dia. Logo a cura estava completa e não foi preciso se privar de nada. Nos 20 anos seguintes, nunca houve uma recaída.

As crenças da matéria são introduzidas sutilmente por meio da educação, da cultura e da tradição. Elas penetram sorrateiramente no pensamento e se alojam até que sejam vistas como o nada que são

Talvez nos seja oferecida a opção de tratar as alergias com medicamentos, mas será que isso traz algum benefício duradouro, o de realmente curar o medo? Aquelas crenças não curadas tendem a surgir inesperadamente em algum outro lugar, até que sejam tratadas no pensamento em definitivo.

Em realidade, não existe um lado de fora para o Espírito infinito, portanto, não existe nenhum lugar de onde os poluentes possam provir. Por conseguinte, não podemos ser vítimas de algo que venha de fora. Essa é uma das crenças sobre alergias que precisa ser detectada, a de que existam certas substâncias, que vêm de fora, às quais algumas pessoas possam ser mais sensíveis do que outras. É preciso compreender que todo espaço está preenchido por Deus, pela Vida, Verdade e Amor, em vez de por partículas de matéria que possam causar irritação.

Eddy fez aos leitores de Ciência e Saúde uma pergunta que se refere a esse tópico: “Caro leitor, qual quadro mental ou pensamento exteriorizado ser-te-á real — o material ou o espiritual? Só um é que pode ser. Estás manifestando teu próprio ideal. Esse ideal ou é temporal, ou é eterno. Ou o Espírito ou a matéria é teu modelo. Se tentas ter dois modelos, então praticamente não tens nenhum” (p. 360).

O texto marginal ao lado dessa citação é: “Escolhe hoje”. É importante saber qual modelo de pensamento estamos escolhendo ou a ele aderindo. As crenças da matéria são introduzidas sutilmente por meio da educação, da cultura e da tradição. Elas penetram sorrateiramente no pensamento e se alojam até que sejam vistas como o nada que são. É essencial não protelar essa importante escolha. Na verdade, escolhemos o que pensar a cada momento, não somente no dia de hoje.

Desistir do modelo material não é difícil quando compreendemos sua irrealidade. De qualquer forma, esse modelo não nos leva a lugar algum; a nada que seja real. A compreensão do modelo espiritual, porém, leva cada um de nós, não a uma mera terra prometida material, mas à constatação de que todos vivem em completa liberdade, onde o Espírito é a única causa!*

Artigo publicado originalmente na
edição Christian Science Sentinel.

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