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ESCOLA DOMINICAL

Um relato histórico sobre a Escola Dominical e sua importância para o indivíduo e para a Igreja

Da edição de junho de 2012 dO Arauto da Ciência Cristã


Quem frequenta a Escola Dominical dos dois aos vinte anos tem um período de dezoito anos para sua formação espiritual, para assimilar os ensinamentos e fundamentos espirituais e fortalecer seu caráter. Essas bases fortes serão de grande valor durante toda a sua vida e para ser um membro ativo do movimento da Ciência Cristã. A permanência de uma igreja está ancorada, em grande parte, na Escola Dominical.

Na década de 1950, havia em Porto Alegre, RS, um grupo de estudiosos de Ciência Cristã, o qual se reunira à volta do casal Otto Albert Schmidt e Helene Maria von Schramm Schmidt. Juntos, estudavam todos os dias a Lição Bíblica. Esse casal estava sempre disposto a ajudar, por meio da oração, aqueles que o solicitassem e a mostrar a importância do estudo da Lição Bíblica, conforme apresentada no Livrete Trimestral da Ciência Cristã. As curas se sucediam com naturalidade, eram rápidas e permanentes.

Em 1953, a diretoria do grupo pediu para D. Helene iniciar uma Escola Dominical e ela marcou a data de início e fez anúncios. Já no primeiro dia estiveram presentes seis alunos e, como todos falavam alemão, a D. Helene deu aulas em alemão. Não demorou muito e outros alunos foram chegando, sendo necessário oferecer aulas também em português.

A congregação queria que D. Helene participasse mais nos cultos dominicais. Por isso, para minha surpresa e alegria, a diretoria, em consenso com a D. Helene, nomeou-me Superintendente da Escola Dominical e um dos professores das aulas em português. Egon Theo Christianus foi indicado como professor para lecionar em alemão. Assim, D. Helene encerrou o seu trabalho na Escola Dominical.

Eu nunca havia frequentado uma Escola Dominical da Ciência Cristã, mas sabia que era uma atividade importante. Para ter uma base para desempenhar minhas novas funções, estudei a parte referente à Escola Dominical no Manual da Igreja. Também procurei artigos nas revistas da Ciência Cristã, mas nada encontrei que pudesse me ajudar nessa tarefa. Em 1953, podíamos ler em português apenas os livros Rudimentos da Ciência Divina e Não e Sim, de Mary Baker Eddy, poucos panfletos com literatura da Ciência Cristã e Arautos, publicados a cada três meses, com artigos e testemunhos em três idiomas: português, espanhol e italiano.

A Bíblia em português que tínhamos disponível continha a ortografia antiga, diferente daquela que os alunos aprendiam na escola, o que os confundia um pouco. Por esse motivo, os alunos não gostavam de ler a Bíblia. Recebemos uma nova tradução da Bíblia somente em 1958. A versão em português de Ciência e Saúde foi publicada apenas em 1963.

O professor deve praticar durante a semana o que ensina aos seus alunos aos domingos.

Desde o final da década de 1940, um grupo de Cientistas Cristãos, primeiro do Rio de Janeiro e depois de São Paulo, traduziam do inglês para o português as passagens do livro Ciência e Saúde constantes de cada Lição Bíblica. Naquela época, recebíamos folhas mimeografadas com as indicações dos trechos da Lição Bíblica, as quais eram preparadas por uma igreja da Ciência Cristã de São Paulo e enviadas a todos os assinantes da Lição Bíblica. Assim, cada professor podia marcar sua Bíblia. As citações de Ciência e Saúde eram lidas da tradução que nos chegava pelo correio do Rio de Janeiro ou de São Paulo. Dessa forma, o superintendente e os professores tinham acesso ao Pastor dual e impessoal da Ciência Cristã, a Bíblia e Ciência e Saúde. Esse estudo diário era o fundamento das aulas dominicais.

Eu sentia, contudo, que precisava me informar mais sobre formas de conduzir a Escola Dominical, apresentar-me ante professores e alunos, elaborar perguntas, explicar os diferentes temas e captar o interesse dos jovens estudantes. Durante minha busca em aprimorar-me, encontrei uma frase que me marcou para sempre: “Professor, o que você faz fala tão alto que eu não entendo o que você diz”. Dei-me conta de que o professor não apenas ensina a letra para os seus alunos, mas deve estar disposto a pôr em prática o que ensina e a curá-los, quando necessitam vencer algum problema físico, de relacionamento ou outro qualquer. Percebi que a sinceridade, a honestidade, a dedicação, a consagração, o amor para com os alunos e para com o ensino são a coluna vertebral da Escola Dominical da Ciência Cristã.

Aprendi que o professor deve conhecer os pais dos alunos, trabalhar junto com eles para obter o melhor resultado tanto nas aulas quanto na vida de cada aluno. O professor deve praticar durante a semana o que ensina aos seus alunos aos domingos. Senão, “seus atos falarão mais alto do que suas palavras” e suas palavras não serão ouvidas pelos alunos em uma hora de instrução aos domingos.

Aceitar o cargo de Superintendente foi um desafio. Mas, prepareime para estar à altura do cargo, para orientar professores e alunos, e, assim, antever seus desafios e ajudar de forma eficaz quando necessário.

Introduzimos um sistema de cadernetas de chamada, nas quais estavam registrados os nomes dos alunos, tal como existia nas escolas. Todas as semanas havia reunião com os professores para acompanhamento da frequência dos alunos e para conversarmos sobre as perguntas que poderíamos fazer aos alunos e as formas de respondê-las.

A Escola Dominical começou a crescer e logo houve necessidade de uma segunda classe. Eu tinha a preocupação de que o único “aluno mais velho”, com 17 anos na época, meu irmão mais novo, não quisesse permanecer na Escola Dominical em meio a uma dúzia de crianças com menos de dez anos. Porém, ele continuou e sua presença foi um exemplo aos demais que foram chegando à adolescência ou mesmo a novos alunos adolescentes, que encontraram um bom ambiente na Escola Dominical.

O local da Escola Dominical precisou de expansão. Além das duas classes na sala onde ocorriam o início e o encerramento das atividades, uma nova classe foi improvisada em um depósito nos fundos do prédio e outra se reunia na sala de jantar do apartamento onde eu morava, a qual ficava um andar acima da sala onde se realizavam os cultos da Ciência Cristã.

Em 1957, os cultos aos domingos e as reuniões de testemunhos às quartas-feiras foram transferidos para um novo endereço em Porto Alegre, distante cinco quadras do antigo local, onde a Escola Dominical continuou a operar, até que fosse construído o novo prédio para os cultos religiosos, o que levou aproximadamente um ano.

Por isso, os professores sugeriram que a Escola Dominical começasse 15 minutos antes do culto religioso e que terminasse 15 minutos mais cedo. Então, antes do início das aulas, nós, os professores, caminhávamos com cada aluno até sua classe, de mãos dadas com os mais pequenos. Após o término das aulas, nós os levávamos de volta ao local da igreja. Assim, quando terminava o culto, as crianças já estavam prontas para se unirem aos pais. O tempo cooperou, pois aos domingos poucas vezes choveu e, quando chovia, membros disponibilizavam seus carros para levar e buscar os 20 alunos.

Era uma grande alegria para nós, professores e alunos, ver, a cada domingo, o progresso na construção do prédio da igreja. Aguardávamos com grande expectativa o dia em que pudéssemos nos instalar nas salas especialmente construídas para abrigar a nova e vigorosa Escola Dominical. Esse dia chegou no primeiro domingo do mês de junho de 1958.

Estar ativo na Escola Dominical me incentivou a progredir e a firmar meu estudo diário da Lição Bíblica. Para mim, foi uma demonstração estar todos os domingos na classe com os alunos e orar com eles, quando tinham algum problema. Partilhar com os alunos o grande e imenso amor de Deus a cada um de nós foi importante, pois os estimulou a encurtar os programas de sábado à noite para poderem estar bem dispostos na manhã seguinte para participar da aula. Um bom número de alunos frequentou a Escola Dominical até completar 20 anos, e recebeu um exemplar do Manual dA Igreja Mãe no seu último dia de aula.

A igreja também foi abençoada com vários jovens que saíram da Escola Dominical e se filiaram a uma Igreja de Cristo, Cientista, tanto em Porto Alegre e como em outros lugares.

Entre os professores saíram novos leitores para conduzir os cultos religiosos. Quatro deles trabalharam por algum tempo nA Igreja Mãe, em Boston, e depois regressaram para continuar como membros ativos no Brasil. Dois se tornaram praticistas da Ciência Cristã, e um deles se tornou o primeiro Professor de Ciência Cristã a lecionar em língua portuguesa.

Hoje, professores abnegados dessa Escola Dominical, entre eles ex-alunos, congregaram um grupo de jovens e firmaram uma participação ativa na mídia social, por meio do Facebook. Assim, a importante contribuição que a Escola Dominical exerce na educação dos jovens transcende a sala de aula.

A Escola Dominical é o lugar mais adequado para crianças e jovens crescerem em um ambiente onde o Cristo e sua terna mensagem constituem a base para o desenvolvimento humano e espiritual. *

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