Com todas as medidas de segurança usadas em casas, nas escolas, nas indústrias, no comércio e nos esportes, seria natural esperar que os acidentes fossem eliminados. Contudo, eles ainda continuam a ameaçar a vida harmoniosa das pessoas.
A grande maioria desses acidentes é atribuída ao acaso, que num dicionário é definido como "o pressuposto determinante impessoal, sem razão de ser, de acontecimentos inexplicáveis". Muitas vezes ouve-se dizer: "Tenho muita sorte — nunca sofri um acidente." Ou, quando acontece um, dizem: "Minha sorte acabou." Esses comentários indicam a crença geral de que os acidentes provavelmente continuarão a acontecer, apesar de todas as precauções tomadas.
Para onde nos voltaremos em busca de proteção quando, apesar das precauções humanas, temos a sensação de que ainda somos vulneráveis ao acaso e aos acidentes? A Bíblia contém muitos exemplos de indivíduos que provaram que Deus é Vida e que Seu poder onipotente os sustentou, tanto diante de problemas simples quanto de situações que ameaçavam sua própria vida. Podemos citar o Salmista, que escreveu no Salmo noventa e um estas palavras que nos asseguram da ajuda sempre presente de Deus: "Pois disseste: O Senhor é o meu refúgio. Fizeste do Altíssimo a tua morada. Nenhum mal te sucederá, praga nenhuma chegará à tua tenda. Porque aos seus anjos dará ordens a teu respeito, para que te guardem em todos os teus caminhos." Salmos 91:9–11.
Já notaste o que é que te permite desfrutar da proteção de Deus? É fazendo do "Altíssimo a tua morada". O que é essa morada? Como podemos nela habitar?
A Ciência Cristã explica que Deus é Mente divina, a única Mente. É Espírito, Amor divino, a única causa e o único criador. O homem, por sua vez, é feito à exata imagem e semelhança de Deus. Portanto, ele é inteiramente espiritual, a representação completa da única Mente. Esse é o homem descrito pelo Salmista: "Fizeste-o, no entanto, por um pouco, menor do que Deus, e de glória e de honra o coroaste. Deste-lhe domínio sobre as obras da tua mão, e sob seus pés tudo lhe puseste." Salmos 8:5, 6. É claro que foi Deus quem fez o homem. Portanto, o domínio que o homem tem, resulta do fato de conhecer e expressar conscientemente a Deus, a única Mente. Isso significa morar, de fato, com o Altíssimo.
A Bíblia também diz-nos como demonstrar esse domínio: "Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus." Filip. 2:5. Será que essa exortação não inclui a necessidade de superar a crença num sentimento, numa mente pessoal e mortal, separada de Deus, bem como o esforço contínuo para permanecermos na consciência da única Mente?
No trecho anteriormente citado do Salmo noventa e um, o Salmista diz-nos também exatamente como se manifesta a proteção de Deus: aos seus anjos dará ordens a nosso respeito, para que nos guardem. Esses anjos são comunicações vindas de Deus, Seus pensamentos que vêm até nós e que recebemos como intuições espirituais. Deus nos envia continuamente os anjos, a inspiração de que necessitamos. A fim de estar conscientes de sua presença, precisamos orar por Sua orientação, escutar Suas diretrizes e segui-las prontamente. Quando assim fazemos, podemos defender e demonstrar o domínio, que nos foi dado por Deus, sobre os acidentes. As palavras do Salmista nos asseveram: "Nenhum mal te sucederá." Será que isso não significa que sob a orientação e a solicitude de Deus não pode haver acidentes? Por certo não pode haver lugar algum para acidentes na morada do Altíssimo!
Sem dúvida essa é a verdade que a Sra. Eddy ressalta ao escrever em seu livro Ciência e Saúde: "Os acidentes são desconhecidos a Deus, a Mente imortal, e precisamos abandonar a base mortal da crença e unir-nos à Mente única, a fim de substituir a noção de acaso pelo conceito apropriado acerca da direção infalível de Deus, e assim trazer à luz a harmonia.
"Sob a Providência divina não pode haver acidentes, porquanto na perfeição não há lugar para a imperfeição." Ciência e Saúde, p. 424.
Nosso Mestre, Cristo Jesus, demonstrou autoridade sobre toda mortalidade, autoridade que lhe fora conferida por Deus. Certa ocasião, encontrava-se num barco com os discípulos quando uma forte tempestade se levantou. Os discípulos ficaram tomados de medo e o despertaram de seu sono, pedindo-lhe que os salvasse. A Bíblia afirma: "Acudiu-lhes, então, Jesus: Por que sois tímidos, homens de pequena fé? E, levantando-se, repreendeu os ventos e o mar; e fez-se grande bonança." Mateus 8:26. Tal como nosso Guia, todos nós podemos tomar posição firme e agir com a autoridade dada por Deus, quando habitamos persistentemente na Mente única. Pelo fato de habitarmos nessa Mente, nossos temores são afastados e nos armamos da certeza espiritual de que de fato somos capazes de repreender, com autoridade divina, as tempestades do materialismo.
Permanecendo com mais constância com os pensamentos na Mente divina, sempre conseguimos prevenir acidentes. Às vezes, porém, apesar dos nossos aparentemente devotados esforços, ainda recebemos golpes acidentais. Nesses casos devemos e podemos esperar curas rápidas mediante a aplicação do que entendemos a respeito das verdades espirituais sobre Deus e o homem.
Tive uma experiência ilustrativa desse ponto. No primeiro dia de um passeio de esqui, que duraria três dias, eu esquiava montanha abaixo com dois esquiadores experientes, quando uma intuição espiritual, um daqueles anjos a que me referi antes, instou comigo a que eu reduzisse a velocidade e esquiasse de acordo com minha capacidade (e menor experiência que os outros). Contudo, não lhe prestei atenção. Ao passar por uma pequena elevação na neve, não fiz a curva que precisava fazer. Caí em alta velocidade numa depressão do terreno, abrindo sulcos profundos na neve, o que fez com que meus esquis parassem abruptamente. Fui atirado para fora das minhas amarras, dando uma cambalhota no ar e vindo a aterrissar duramente na neve. Enquanto estava no ar, ouvi distintamente um estalido nas minhas costas.
Quando recobrei meu estado normal e tentei me levantar, senti forte dor nas costas. Imediatamente declarei que "os acidentes são desconhecidos a Deus" e, portanto, desconhecidos ao homem. Continuei a orar, afirmando algumas verdades sobre Deus, e o homem, de que me lembrava, inclusive o fato de que Deus, o Espírito, é Tudo. Quando meus amigos chegaram até onde eu me encontrava, pude lhes dizer que eu estava bem, embora ainda sentisse dor. Estava convicto de que eu poderia curar esse estado desarmonioso, ali mesmo na encosta da montanha e decidira que continuaria a esquiar, a fim de não cair na tentação de aceitar o acidente como real. Tinha certeza de que Deus, a Verdade divina, me curaria, porque anteriormente eu fora curado de acidentes, pela oração. A Sra. Eddy explica: "A Verdade é afirmativa e confere harmonia." Ciência e Saúde, p. 418.
Minhas afirmações, em oração, sobre a Verdade trouxeram resultados rápidos. No dia seguinte, a dor diminuiu muito. No terceiro dia da viagem, eu esquiava livre de dor, completamente curado.
A melhor demonstração, sem dúvida, está em evitarmos os acidentes antes que ocorram, atentos às intuições espirituais, seguindo-as. Diversas vezes evitei o que ameaçava ser um acidente grave, por obedecer aos pensamentos angelicais vindos de Deus.
Quando permanecemos com maior persistência na Mente única, obtemos uma percepção mais clara da perfeição constante de Deus e do homem e nos mantemos mais atentos à orientação infalível de Deus. Aí estaremos mais bem preparados para provar, para nós mesmos e para os outros, a autoridade que Deus nos dá sobre toda desarmonia.
