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Desejo de santidade

Da edição de junho de 1990 dO Arauto da Ciência Cristã


Nos últimos anos, parece que o termo desejo vem perdendo seu sentido mais positivo. Talvez seja mais freqüente agora essa palavra vir associada a ambições de ordem física e emocional, como anseio por dinheiro, poderio pessoal, prestígio, prazeres sensuais.

Há, no entanto, uma outra espécie de desejo que tem uma dimensão muito mais profunda. Expressa o anelo do espírito humano por algo mais substancial do que a satisfação fugaz oferecida pelo materialismo e pelo sensualismo. Quando esse tipo de anelo, vindo do fundo do coração, se dirige a Deus, buscando com motivos puros um propósito mais elevado para a vida, ele até se torna uma oração.

Em Ciência e Saúde, a obra mais importante sobre a Ciência Cristã, Mary Baker Eddy refere-se a Deus como inteligência onisciente e onipotente, como a Mente divina. No primeiro capítulo, intitulado simplesmente "A Oração", a Sra. Eddy escreve: "Pensamentos não proferidos não são desconhecidos para a Mente divina. O desejo é oração; e nenhuma perda nos pode advir por confiarmos nossos desejos a Deus, para que sejam modelados e sublimados antes de tomarem forma em palavras e ações." Ciência e Saúde, p. 1.

Mais adiante, no mesmo capítulo, há uma referência ao "desejo de santidade" e a afirmação de que esse desejo é, de fato, um requisito para a pessoa ter santidade. Entretanto, há também mais uma exigência: "Sabemos que o desejo de santidade é requisito para obter santidade; mas se desejarmos a santidade acima de tudo, sacrificaremos tudo por ela." Ibid., p. 11.

Está claro, então, que nossos desejos possuem um significado muito mais profundo do que o de anseios físicos. Provavelmente, são poucas as pessoas que não tenham sentido o desejo fervoroso de uma existência mais pura, mais significativa, mais útil. No fundo, todos nós naturalmente queremos ser melhores, ser bondosos, gozar a santidade que é o fruto de uma vida próxima a Deus. Entretanto, qualquer avaliação realista da vida cristã deixa claro que, para o nosso desejo se transformar de fato em oração expressiva, isto é, para que tenha eficácia e se torne mais do que mera contemplação de algum nobre ideal, é necessário que estejamos dispostos a fazer algo em decorrência desse desejo.

À medida que avançamos em nosso progresso espiritual e esforço cristão, é possível que precisemos de paciência, de firme perseverança. Isso inclui o empenho pela purificação progressiva e daquilo que consideramos ser nosso maior objetivo na vida, elevando com coerência nossos motivos, deixando para trás tudo o que for egocêntrico ou visar meramente à satisfação própria. É dessa forma que, com liberdade e contentamento, poderemos "confiar nossos desejos a Deus, para que sejam modelados e sublimados antes de tomarem forma. . .". Então, quando realmente tomarem forma, nossas palavras e ações serão palavras e ações de cura. Experimentaremos um pouco da luz, da graça e da satisfação que nos advêm quando vivermos acima dos interesses próprios. Estaremos vivendo para Deus, servindo-O e ajudando a humanidade.

Juntamente com a elevação de nossos desejos, com a entrega desses desejos a Deus, há a exigência de sacrifícios. Às vezes, a palavra sacrifício parece tão dura. No entanto, é uma exigência que permeia os ensinamentos de Cristo Jesus. O exemplo que ele deu com sua própria vida dá testemunho disso. Em todo seu trabalho, em seu apostolado de ensino e cura, Jesus ressaltou o que seria ganho pelo sacrifício. Falou de coisas como liberdade, paz, alegria, vida em abundância. "Se vós permanecerdes na minha palavra", disse ele, "sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará" (João 8:31, 32). "Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou" (João 14:27). "Tenho-vos dito estas cousas para que o meu gozo esteja em vós, e o vosso gozo seja completo" (João 15:11). "Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância" (João 10:10).

Liberdade, paz, regozijo, vida em abundância. Se é isso que pode ser alcançado ao seguirmos Cristo Jesus e sacrificarmos a materialidade, então com certeza é um esforço que vale a pena ser feito. O sacrifício cristão é um processo contínuo de regeneração e renovação espiritual e, nesse processo, aquilo que perdemos representa, no fundo, um ganho. O sacrifício não deveria nos assustar, deveria, isso sim, inspirar-nos. Mostra-nos quem realmente somos como filhos de Deus. À medida que vamos arrancando as camadas de conceitos falsos, descobrimos que nossa verdadeira identidade é tão mais grandiosa do que jamais imaginamos. O "velho" homem, a saber, o sentido mortal, fútil e frágil de existência, é posto de lado. E a "nova" idéia de Deus, isto é, o homem à imagem e semelhança do Amor divino, a expressão espiritual da Vida eterna, assume seu lugar.

Um testemunho de cura pela Ciência Cristã relata como o desejo de santidade e a disposição de sacrificar as crenças materiais salvou uma mulher da loucura e do suicídio. Além disso, a filha dela foi curada de tuberculose no último estágio. Uma família atribulada alcançou a paz e o amor.

A mulher escreveu: ".. . quando me sentia envolta em trevas e em estado de desespero, causado por má saúde e por infelicidade no lar, foi-me emprestado o livro Ciência e Saúde, com a recomendação de que o lesse."

Ela começou a ler o livro e, antes mesmo de ter terminado o primeiro capítulo, a respeito da oração, sua filha "já podia descer ao andar térreo, três vezes ao dia, para tomar suas refeições, e dia a dia ela se tornava mais forte". Ela mesma foi, a seguir, curada de problemas de coração e rins, de dores de cabeça contínuas e de problemas mentais.

Depois disso, tendo ouvido uma experiência relatada numa igreja da Ciência Cristã, de como o casamento de outra pessoa fora harmonizado pela oração, ela escreveu da renovação que ocorreu em sua própria família. "Cheia de esperança, tomei minha cruz", escreve ela, "e passo a passo meu fardo se tornava mais leve, à medida que eu continuava meu caminho, dando-me conta da presença do Cristo, a Verdade, que de fato nos liberta. Não foi de repente que se operou uma mudança exterior, mas ao fim de três anos tudo era paz, todos os membros da família freqüentavam juntos a igreja. .. ." Ibid., pp. 633–635.

Tomar a cruz, sacrificar a visão falsa a respeito do homem de Deus — foi isso que propiciou liberdade, paz, alegria, e vida em maior abundância a essa mulher e a sua família. O "desejo de santidade" é um desejo que merece ser acalentado e confiado a Deus. Ajuda a transformar nossa vida naquilo que realmente deve ser.


Eis que te comprazes na verdade no íntimo,
e no recôndito me fazes conhecer a sabedoria.. . .
Não te comprazes em sacrifícios,
do contrário eu tos daria: e não te agradas de holocaustos.
Sacrifícios agradáveis a Deus,
são o espírito quebrantado;
coração compungido e contrito
não o desprezarás, ó Deus.

Salmos 51:6, 16, 17

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