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O Amor — solução para o suicídio

Da edição de junho de 1990 dO Arauto da Ciência Cristã


Há pouco tempo atrás, uma jovem senhora minha conhecida veio ter comigo com os olhos marejados de lágrimas, para dar-me notícias maravilhosas. Contou-me que, por meio da Ciência Cristã, tinha sido completamente curada do desejo de cometer suicídio. A gratidão profunda que ela sentia, era evidente.

Eu sabia quais eram os desafios pessoais com que tinha se defrontado. Aquilo que ela disse a seguir, foi quase tão emocionante quanto a notícia que me dera. Embora continuasse a debater-se com alguns desses mesmos desafios e problemas, agora sabia que pôr termo à vida, seria totalmente contraproducente. Estava aprendendo a lidar com as questões por meio da compreensão de Deus.

Sermos capazes de enfrentar nossos problemas, em vez de fugirmos deles, é sinal de força espiritual. Os problemas não desaparecem sem mais nem menos. Só nos tornamos mais fortes à medida que vamos percebendo que conseguimos dominar os problemas por meio do poder e da graça de Deus, a Vida divina.

Ao longo de todas as épocas, as pessoas têm se deparado com o conceito de que a morte poderia ser uma forma de escapar a circunstâncias difíceis. De certa forma, foi um consolo para mim, tomar conhecimento de que o grande profeta bíblico, Elias, Ver 1 Reis, cap. 19. tinha uma vez pedido a Deus que o deixasse morrer. Sempre me sentira culpado pelo fato de a idéia de cometer suicídio me ter ocorrido uma ou duas vezes durante a adolescência. Saber que Elias fora tentado, mas que conseguira vencer seu grande desespero, fez-me ver que tais pensamentos não são, afinal, tão poderosos. Também descobri que quando as coisas não estão a correr da melhor forma e nos sentimos deprimidos e desanimados, não há necessidade de aliar a isso um desejo de autodestruição.

Depois de fazer tudo o que podia para servir a Deus, Elias não conseguira livrar-se do sentimento de autocompaixão e desespero. É possível que tenha pensado que, apesar de ter desempenhado um trabalho muito nobre, os resultados eram por demais insignificantes. Ele dirigiu-se para o deserto e, uma vez lá, sentou-se debaixo de uma árvore. Foi então que, como a Bíblia nos diz, "pediu para si a morte, e disse: Basta; toma agora ó Senhor, a minha alma, pois não sou melhor do que meus pais." Em seu desalento, Elias estava pronto para desistir.

Mas Elias estava prestes a ter uma surpresa. Veio um anjo incitando-o a dirigir-se para Horebe, o monte onde Moisés tinha recebido os Dez Mandamentos. Lá, Deus disse a Elias: "Conservei em Israel sete mil: todos os joelhos que não se dobraram a Baal, e toda boca que o não beijou." Elias aceitou o desafio de ajudar todos aqueles que quisessem conhecer melhor a Deus. Continuou durante muito tempo a servir a Deus com amor, cumprindo a missão de sua vida.

O suicídio não é a solução para os problemas. Apenas constitui mais uma questão a ser debelada, atrasando assim o bem que pode, efetivamente, ser vivido aqui e agora. Compreendermos que, de fato, a vida após a morte não é diferente do que era antes, ajuda-nos a perceber que os problemas precisam ser enfrentados no presente.

Com grande compaixão e realismo prático, Mary Baker Eddy escreve: "Se a mudança chamada morte destruísse a crença no pecado, na doença e na morte, a felicidade seria conseguida no momento da dissolução e duraria para sempre; mas não é assim. A perfeição só se consegue pela perfeição. Os que são injustos continuarão injustos, até que, na Ciência divina, o Cristo, a Verdade, elimine toda ignorância e todo pecado." Ciência e Saúde, p. 290.

Não provou Cristo Jesus que a morte era incapaz de o tornar um homem melhor? Mesmo após a crucificação e a permanência no sepulcro, seu corpo se manteve igual ao que era antes. Jesus mostrou que a vida se mantém inalterada, até que atinjamos a compreensão total de que a vida é espiritual e que o homem é realmente o filho de Deus muito amado, até que o Cristo eterno, ao revelar a presença de Deus, nos cure de todo medo e desespero.

A compreensão crística é baseada no fato de que Deus, a Vida, é auto-existente e indestrutível. Conseqüentemente, o homem, sendo o produto de Deus, nunca pode deixar de viver, nem pode aniquilar sua própria vida. Como a morte não existe na Vida divina, o homem está sempre vivendo. É a realidade eterna do ser. O homem está para sempre nas mãos firmes da Vida eterna. O homem de Deus não é capaz de cometer suicídio ou desistir da Vida, muito embora os mortais pensem o contrário.

O Mestre mostrou que não é através da morte que nossos pensamentos sobre nós mesmos e nosso corpo se tornam melhores. Quando, por exemplo, passamos de um quarto para o outro, continuamos vestidos com a mesma roupa e mantemos os mesmos pensamentos que tínhamos no quarto anterior. Impõe-se uma mudança radical, mudança essa que surge do humilde reconhecimento de Deus como criador e Autor do homem. Essa mudança pode dar-se aqui e agora. Não é, de modo algum, o resultado da morte.

Amar a Deus e a nós mesmos como filhos queridos de Deus, destrói a tendência para a tentativa de auto-aniquilamento. O Amor nunca é destruidor. Ninguém deseja destruir aquilo que realmente ama.

Que tipo de amor será esse, que faz desaparecer a tendência para o suicídio? Tratar-se-á apenas de amor humano? Ou será que é algo mais profundo?

Amar-nos a nós mesmos e aos outros pode ser muito enaltecedor e inspirativo. O afeto e a consideração humanos têm uma base espiritual sólida quando são baseados no amor perfeito que Deus nutre pelo homem e por toda a Sua criação. O amor pelos outros e por nós próprios, quando baseado no bem espiritual, é puro e eterno.

Compreender e expressar esse tipo de amor torna-se um antídoto contra o suicídio, uma vez que nos eleva acima do egocentrismo deprimente, que é tão mesmérico e escravizante.

Quando amamos a Deus, começamos naturalmente a amar-nos a nós mesmos, pois somos, efetivamente, a expressão de Deus. Amar a Deus e a nós próprios desse modo, faz com que tenhamos o desejo de viver com alegria, sem egoísmo e com confiança. O coração repleto do amor de Deus pelo homem e por toda a Sua criação é propenso a expressar esse amor, a viver esse amor e a enfrentar os desafios diários com esperança e realização.

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