Fui criada numa religião não cristã. Mas, ainda adolescente, deixei de fazer as minhas orações, cujas frases tinha de decorar, por não compreender o seu significado. No entanto, todos os dias, eu orava à minha maneira e com palavras minhas. Continuei a orar assim até depois dos trinta anos.
A certa altura da minha vida, adoeci gravemente. De acordo com a diagnóstico médico, eu sofria de um estado muito adiantado de câncer. Fui operada duas vezes e fiz tratamento de radioterapia, mas tudo em vão. Meu marido e meus pais foram informados pelos médicos sobre a gravidade do meu estado e que eu não viveria mais do que alguns anos.
Nessa ocasião, uma cunhada minha que começava a interessar-se pela Ciência Cristã e que me visitava todos os dias, falava-me sobre a maravilhosa religião que ela encontrara. Mas essas conversas e suas explicações não me interessavam. Então, certo dia, para calar essa torrente de palavras, perguntei-lhe se me poderia dar um livro da Ciência Cristã, para estudar sozinha. Minha cunhada ficou muito satisfeita com meu pedido e no dia seguinte deu-me o livro Ciência e Saúde de autoria da Sra. Eddy.
Honestamente falando, a essa altura eu não tinha a menor intenção de ler o livro. Meu objetivo era acabar com as conversas de minha cunhada. Guardei o livro numa prateleira e esqueci-o durante algum tempo. Porém, ao agravar-se o meu estado, lembrei-me dele e das palavras de minha cunhada, quando mo entregou: "Este livro te dará uma sensação de paz."
Tirei o livro da prateleira e comecei a ler o primeiro capítulo, interessando-me imediatamente pela introdução, feita com estas palavras de Cristo Jesus: "Em verdade vos afirmo que se alguém disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar, e não duvidar no seu coração, mas crer que se fará o que diz, assim será com ele. Por isso vos digo que tudo quanto em oração pedirdes, crede que recebestes, e será assim convosco." Compreendi, subitamente, que precisamos enfrentar corajosamente todas as montanhas de problemas que se nos deparem, para ficar assim, sem dúvida, aptos a escalar a montanha até ao topo e, desse modo, dominar o problema.
Li, então, na página quatro: "O esforço habitual para sermos sempre bons é oração incessante." Essa foi para mim a resposta sobre o modo de orar que há tanto tempo eu procurava, uma explanação prática daquilo em que, na verdade, consiste a oração. Nesse mesmo momento, prometi sincera e verdadeiramente a Deus que me esforçaria sempre para ser boa. Tanto me interessei para o conseguir, que me esqueci da doença e, pouco tempo depois, fiquei completamente curada. Isso se passou há cerca de trinta anos.
Outra demonstração do grande amor de Deus foi a cura de minhas duas filhas. Uma sofria de asma e a outra de dor de ouvidos. Ambos os padecimentos foram declarados incuráveis pelos médicos. Certo dia, as duas tiveram uma crise simultânea, com essas doenças. Uma chorava com dor de ouvido e a outra respirava com dificuldade. Assustada com o estado das filhas, pedi ajuda por meio de oração a uma praticista da Ciência Cristã.
Enquanto orava silenciosamente: "Por favor, Deus, mostra-me o Teu caminho," peguei Ciência e Saúde, sentei-me na beira da cama de minhas filhas e abri o livro. A primeira passagem em que meus olhos pousaram, afirmava (p. 324): "A não ser que a harmonia e a imortalidade do homem se nos tornem mais evidentes, não estaremos apanhando a verdadeira idéia de Deus; e o corpo há refletir aquilo que o governa, quer seja a Verdade, quer seja o erro, a compreensão ou a crença, o Espírito ou a matéria. 'Reconcilia-te, pois, com Ele, e tem paz.' "
Continuei a ler mais umas páginas, mas esta última frase voltavame persistentemente ao pensamento. Ao absorver-me a pensar no seu significado, senti-me envolvida em muita paz. Quando tornei a olhar para as crianças, estavam ambas a dormir tranqüilamente e ao acordarem, pouco depois, saltaram da cama completamente curadas. Nunca mais tiveram recaída desses males. Essas curas ocorreram há mais de vinte e cinco anos.
Quando conheci a Ciência Cristã e estava lendo um artigo num dos periódicos dessa Ciência, fui, na verdade, tocada pela idéia de que se deve trabalhar e orar pela elevação da raça humana. O impacto que essas palavras me causaram, foi como se Deus, Ele próprio, me outorgasse a sagrada tarefa de auxiliar na elevação da raça.
Vivo na Àsia, num dos países em desenvolvimento, onde ainda é necessário lutar contra o analfabetismo e onde a segurança social e econômica não estão estabelecidas. Muitas famílias têm, até agora, empregados domésticos nos seus lares. Como estes são muito pobres e nunca receberam instrução, deduz-se facilmente que eles não vão conseguir empregos melhores.
A idéia de tomar parte ativa no trabalho da elevação da raça emo-cionou-me e essa idéia espiritual que Deus me concedeu, nunca mais me deixou, mantendo meu pensamento ocupado e tornando-se um poder regenerador na minha vida. Em breve, lançava medidas revolucionárias, como demonstração do meu ideal, dando aos filhos de minha criadagem o mesmo tratamento que eu dava aos meus próprios filhos. O meu primeiro projeto, para a elevação da raça, foi este: partir as cadeias dum círculo aparentemente inquebrantável que assevera que os descendentes dos empregados domésticos se tornam normalmente empregados domésticos, por não possuírem meios que os habilitem a sair e subir para fora da sua camada social, por falta de recursos econômicos para poderem adquirir melhor instrução e assim por diante.
Não julguem que isso tenha sido fácil para mim, pois tive de lutar contra fortes tradições de família e modos de pensar. Foi necessário corrigir descontentamento e ciúme entre as crianças e encontrar os meios para pagar as despesas inerentes, tais como taxas e matrículas nas escolas e universidades. Muitas vezes me senti preocupada diante das dificuldades financeiras e, nessas ocasiões, perguntava-me: "Será que, na verdade, tudo o que estou fazendo está certo? Estarei a privar os meus próprios filhos dos seus direitos?" Não obstante, continuei corajosamente, acreditando que eu era guiada por Deus a dar todos esses passos.
Ao longo desses anos, Deus me foi dando tudo o de que necessitava e, posso assegurar, que em minha própria experiência é, de fato, verdade o que em Levítico 26:5 se afirma: "A debulha se estenderá até à vindima, e a vindima até à sementeira; comereis o vosso pão a fartar, e habitareis seguros na vossa terra." Hoje, todas essas crianças, incluindo minhas filhas, tornaram-se adultas e têm suas próprias famílias; além disso, são ótimas Cientistas Cristãs.
Foi-me possível continuar com esse ideal, concedido a mim por Deus, da "elevação da raça" no meu emprego. Ocupava um cargo, nessa ocasião, como diretora de pessoal, numa grande empresa bancária, que incluía mais de três mil empregados, por toda a Indonésia. Através da prática dos ensinamentos da Ciência Cristã, consegui elaborar uma variedade de regulamentos para benefício dos empregados.
Palavras são inadequadas para expressar minha sincera e profunda gratidão pela Ciência Cristã. Só a posso expressar totalmente, vivendo os seus ensinamentos.
Jakarta, Indonésia
