"Era sábado de manhã e o banco estava cheio; havia mais ou menos oito pessoas aguardando na fila para serem atendidas. .. . Agitavam-se de um lado para o outro e davam mostras de impaciência. Você sabe como são essas coisas. Como sempre, todos estavam com pressa.
"Mas aquela senhora idosa, baixinha,. .. com uma longa capa escura, conversando com a jovem do caixa, era uma exceção. Ela não parecia apressada. Sorria, contava o dinheiro e o separava em pilhas. .. . A jovem. .. também sorria; alegre, nunca olhava para o resto da fila demonstrando impaciência; nem mesmo dava a entender, ainda que por um só instante, que não dispunha de todo o tempo do mundo para atender àquela velhinha simpática.
"Essa cena deixou-me intrigada. Inúmeras vezes eu tinha visto balconistas, caixas e recepcionistas tratarem gente de idade com indisfarçável impaciência.. . .
"Essa jovem, talvez com pouco mais de vinte anos, tratava aquela mulher. .. com delicadeza. Olhava nos olhos dela. Seu sorriso era fácil e transmitia calor humano. Tratava a desconhecida ali em seu guichê como se fosse uma amiga à sua porta, dando-lhe as boas-vindas, mostrando-se solícita, fazendo com que se sentisse bem.
"A transação demorou um pouco. A cliente estava fazendo um depósito na poupança, ao mesmo tempo em que sacava alguns cheques, mas estava se confundindo muito com os formulários que tinha de preencher para cada operação. A jovem do banco a ajudou a separar a papelada. .. e lhe explicou cada detalhe da transação. .. .
"Parece incrível, mas as pessoas da fila tornaram-se mais pacientes e ninguém reclamou da demora. Bem, na verdade, a demora foi pequena. Como havia fila única, aos poucos todos foram sendo atendidos. Além disso, a atitude de interesse da jovem pela senhora acalmou as pessoas que aguardavam. Todos observavam. Haviam percebido o que estava acontecendo e pareciam contagiados por aquela manifestação incomum de respeito. . .
"'Obrigada por sua ajuda,' disse a mulher ao retirar-se. Ao que a jovem respondeu: 'Não há de quê.' Nós que a observávamos, sabíamos que estava sendo sincera.
"Depois que aquela senhora saiu, a funcionária não se juntou aos colegas para rir-se do ocorrido.. .. Não suspirou de alívio nem sacudiu a cabeça. Simplesmente continuou trabalhando.
"Uma história com um final feliz, para variar. Uma história de competência e cortesia no trabalho. Tal qual uma pedrinha jogada num lago, um pequeno gesto bondoso irradia e alcança a todos."
Reimpresso com permissão do Boston Herald.
O amor é paciente, é benigno,
o amor não arde em ciúmes, não se ufana,
não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente,
não procura os seus interesses, não se exaspera,
não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça,
mas regozija-se com a verdade; tudo sofre,
tudo crê, tudo espera, tudo suporta.. . .
Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três:
porém o maior destes é o amor.
1 Coríntios 13:4–7, 13
