Skip to main content Skip to search Skip to header Skip to footer

Vencido o medo à carência

Da edição de junho de 1990 dO Arauto da Ciência Cristã


O dinheiro é, sem dúvida, um artigo extremamente útil, sem o qual a maioria das pessoas não vai longe. Mas será que vale a pena vivermos amedrontados pela questão do dinheiro?

Se nos volvermos às promessas do amor de Deus por nós, contidas nas Escrituras, poderemos vencer certa inquietação pelo dinheiro e o medo de que o ordenado não seja suficiente para satisfazer às nossas necessidades. Desse modo aprendemos a confiar n'Ele e a sentir verdadeiramente Seu cuidado amoroso e constante. Podemos também aprender a contar com Ele quanto ao suprimento necessário ao dia-a-dia, para que possamos satisfazer às nossas despesas legítimas. Isso não se encontra fora do alcance de ninguém, pelo contrário, é muito natural. Afinal de contas, a Bíblia diz-nos que somos os descendentes de Deus, que Ele nos fez à Sua imagem, que Ele ama Seus filhos e que lhes dá tudo o que há de bom. Uma vez que Ele é a fonte do nosso ser e que nossa existência depende d'Ele, não deveríamos hesitar em nos volver a Ele para obter o que se faz necessário para o nosso viver cotidiano. Ninguém precisa se acomodar a uma vida perturbada pelo medo constante ou por uma renda insuficiente, pois todos nós temos um Pai cujo amor é muito envolvente, infinito e eternamente certo.

É na Bíblia que a Ciência Cristã encontra a certeza do abundante desvelo de Deus para conosco. A explicação que ali consta sobre as verdades espirituais, é tão clara que conseguimos compreendê-las e começar a prová-las no nosso dia-a-dia. Essa Ciência do Cristo ajuda a compreender nossa relação com Deus e a perceber que não somos seres materiais incompletos, mas, em realidade, somos Seu reflexo espiritual, tendo já tudo o que Deus possui. A Sra. Eddy disse certa vez a seus alunos, tal como um deles recorda: "Quando você se olha num espelho e vê seu reflexo, este assemelha-se ao original. Ora, você é o reflexo de Deus. Se as mãos d'Ele estão cheias, as suas mãos também estão cheias, pois você é a imagem d'Ele. Você não poderá conhecer nenhuma carência." Citado em We Knew Mary Baker Eddy (Boston: The Christian Science Publishing Society, 1979), p. 134. Um só vislumbre desse fato espiritual tem poder para dispersar o medo e para nos induzir a confiar que Deus atende a toda necessidade humana. Não se trata de palavras vãs, pois eu própria já tenho provas de sua veracidade.

A afirmação de Cristo Jesus, que alguns podem considerar como aviso: "Não podeis servir a Deus e às riquezas," Mateus 6:24. constitui a pedra angular do que provou ser uma cura permanente na minha vida. Um dia, há alguns anos atrás, quando confrontada com o medo em relação ao suprimento, deparei com essas palavras do Mestre, palavras que já tinha visto muitas vezes antes. No entanto, dessa vez elas encerravam um novo significado. De repente, apercebi-me de que eu me preocupava com o pensamento de falta de suprimento. Em vez de colocar a Deus em primeiro plano e de, antes de mais nada, tentar servi-Lo, eu tinha vindo a dar prioridade ao dinheiro, tanto em tempo como em pensamento! Durante vários anos de trabalho diligente no meu negócio, embora às vezes tivesse me saído muito bem financeiramente, sentia, porém, que lá no fundo permanecia a incerteza sobre minha renda.

Bom, naquele dia me dispus a fazer o que as palavras de Jesus pediam: servir a Deus e não às riquezas. Descobri então que um desejo fervoroso de ser obediente a Deus e de seguir as pegadas do Seu Filho, era o suficiente. Foi precisamente nesse momento que o medo à carência desapareceu. Gostaria de encontrar as palavras que exprimissem com justeza a liberdade que senti!

Dar prioridade a "servir a Deus", ou seja, servir a Deus em primeiro lugar, transformou minha vida. A mudança foi tão espetacular que parecia como se eu tivesse me mudado de um lado do país para o outro. O que era de admirar, é que mesmo se tivesse pouco dinheiro, eu não andava preocupada. A libertação da ansiedade foi tão grande, que todas as minhas preocupações com relação a dinheiro já não pareciam ter importância.

Na realidade, o suprimento como que brotava, vindo muitas vezes de fontes surpreendentes e de maneiras que eu nunca imaginara, tal como acontece a muitas pessoas que aprendem essa lição espiritual. Não só perdi o medo à carência, como também deixei de ser demasiado cautelosa em relação à minha generosidade para com os outros. E, tal como a Bíblia nos diz, quanto mais dava, mais recebia. O Novo Testamento registra os ensinamentos de Jesus: "Dai, e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante, generosamente vos darão; porque com a medida com que tiverdes medido vos medirão também." Lucas 6:38.

E se uma pessoa deseja seriamente assumir a responsabilidade de servir a Deus em vez de andar preocupada com o dinheiro, mas, no entanto, pensa que não consegue deixar de ter medo da carência? Felizmente, o que a Ciência Cristã traz à luz acerca da nossa verdadeira natureza como semelhança espiritual de Deus e aquilo que a Bíblia nos mostra como sendo a maravilhosa relação que temos com Ele, habilita-nos a destruir esse obstáculo à obediência total e ao progresso espiritual. Compreender quem realmente somos como filhos de Deus, não só traz bênçãos abundantes, como também favorece aos outros.

Um exemplo específico do consolo contido nos ensinamentos de Jesus, pode ser encontrado no seguinte conselho: "Não temais, ó pequenino rebanho; porque vosso Pai se agradou em dar-vos o seu reino." Lucas 12:32. Como poderemos relacionar esse conselho com o receio de não termos renda suficiente? Será que não significa que recebemos diretamente a luz e o amor do Cristo, quando temos tanto o coração como o pensamento voltados para servir a Deus de forma útil e em obediência à Sua vontade? O pensamento em estado de ansiedade e materialista que, por vezes, acompanha a necessidade de ganhar dinheiro, desaparece no momento em que nossos pensamentos são inundados de amor cristão por Deus e pelo homem.

Não será ridículo e desnecessário tentarmos sobreviver à custa de esforços e planos humanos, fazendo previsões e preocupados acerca de onde é que o dinheiro irá aparecer, quando, afinal, os recursos de Deus são infinitos e estão sempre a nosso dispor? Quão ignorante seria de nossa parte a tentativa de arcar com tudo, pois isso constituiria uma falsa responsabilidade que só nos sobrecarregaria, quando Jesus nos assegura que Deus está continuamente e sem esforço a verter bênçãos sobre nós! O que temos a fazer é levar a sério a exigência do Salvador de que coloquemos Deus em primeiro lugar em nossa vida e que O sirvamos com toda a sinceridade, no dia-a-dia.

Qualquer pessoa é capaz de perder o medo à carência por amar e compreender a Deus, o Seu Cristo e a Sua imagem espiritual, ou seja, o homem. Essa é, aliás, a única forma de sermos permanentemente livres. À medida que nos apercebermos de que nossa razão de existir, nossa obrigação número um, é amar a Deus, confiar n'Ele e servi-Lo, seguindo o Cristo, acabaremos por concluir que é impossível não termos aquilo de que realmente necessitamos. Tal como a Sra. Eddy escreve: "... podeis ter certeza de que nunca deixareis de contar com o braço estendido de Deus, enquanto estiverdes a Seu serviço." Message to The Mother Church for 1901, p. 1.

Indo ao encontro da exigência cristã de servir a Deus e não às riquezas, teremos o suprimento de que necessitamos. Além disso, ainda sobrará para podermos ajudar aos outros. Acima de tudo, o medo dará lugar à alegria e à confiança no amor de Deus, o que constitui o maior tesouro que podemos obter.

Para conhecer mais conteúdo como este, convidamos você a se inscrever para receber as notificações semanais do Arauto. Você receberá artigos, gravações em áudio e anúncios diretamente via WhatsApp ou e-mail.

Inscreva-se

Mais nesta edição / junho de 1990

A missão dO Arauto da Ciência Cristã 

“...anunciar a atividade e disponibilidade universal da Verdade...”

                                                                                        Mary Baker Eddy

Conheça melhor o Arauto e sua missão.