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Preservação

Da edição de junho de 1990 dO Arauto da Ciência Cristã


Richard von Weizäcker, Presidente da República Federal da Alemanha, diz que, a seu ver, há um item central na lista de prioridades para o século vinte e um: "a preservação da natureza." " A vida inteira. .. pensamos que a natureza está a serviço da humanidade", lembrou em entrevista para o jornal The Christian Science Monitor, mas, no futuro, "em nossas decisões e comportamento diários, precisaremos compreender que não somos mais que. .. uma parcela ínfima na história da natureza. Ou aprendemos a preservar a natureza. .. ou não sobreviveremos." Rushworth M. Kidder, An Agenda for the 21st Century (Cambridge, Massachusetts: The MIT Press, 1987), p. 185.

Considerado fisicamente, nosso mundo parece mesmo muito vulnerável. Está sujeito a desastres como terremotos, inundações, desertos que se alastram e furacões tropicais. Além dessas calamidades, muitas pessoas, hoje em dia, se preocupam com a forma errada pela qual, em certas partes do mundo, se utilizam e se exploram os recursos naturais: destruição das florestas tropicais, erosão do solo arável por processos agrícolas inadequados, poluição da água potável. Há também os problemas da chuva ácida, da poluição atmosférica e da possível destruição da camada de ozônio, para só citar alguns.

No entanto, a advertência do Presidente Weizäcker e outras de teor semelhante, anunciam algo mais do que negras predições de desastres. Afinal, as circunstâncias físicas não são totalmente novas. A novidade está, isto sim, no senso de responsabilidade por parte dos homens, na tomada de consciência das obrigações morais, no reconhecimento de que todos nós temos parcela de responsabilidade na conservação daquilo que é útil, bom e tão necessário aos habitantes da terra.

O apreço e o cuidado pelo meio ambiente começam no pensamento e nas atitudes de cada indivíduo. A ganância e o esbanjamento são sinais de desrespeito, de insensibilidade, a espoliar os recursos naturais ao invés de cultivá-los para o bem de todos. Contudo, essas atitudes começam a mudar, já que um número maior de pessoas reconhece que os preceitos morais têm significado prático para a sobrevivência da humanidade. A transformação será ainda maior, quando os homens se derem conta do significado profundo do fato de ser Deus o criador de tudo.

Por certo, é possível depreender dos relatos bíblicos o efeito positivo colhido pela sociedade, quando presta obediência à moral e adora um Deus justo e bom como sendo o único poder criador. A história dos filhos de Israel exemplifica a maneira pela qual Deus sustentou e preservou Seu povo, quando habitaram quase quarenta anos no deserto. Séculos mais tarde, após terem retornado do exílio na Babilônia, Neemias relata que liam continuamente no "livro da lei do Senhor seu Deus" e adoravam a Deus como o criador de tudo: "Só tu és Senhor, tu fizeste o céu, o céu dos céus, e todo o seu exército, a terra e tudo quanto nela há, os mares e tudo quanto há neles; e tu os preservas a todos com vida." Neemias 9:3, 6.

Graças ao estudo da Ciência Cristã, muitas pessoas estão aprendendo mais acerca de Deus como a Mente criadora do universo e a fonte de tudo o que é eterno, bom e belo. A Ciência Cristã ensina que Deus é a origem do homem e que este exprime a natureza divina, amando tudo o que Deus criou e regozijando-se nessa criação.

Quando despertarmos para essa maneira mais espiritualizada de ver o homem e a criação, imagine-se o que acontecerá na nossa vida e no mundo em que vivemos! Já não espoliaremos a natureza, pois haverá o reconhecimento de que só conhecemos todo o bem, quando o repusermos, quando devolvermos ao mundo e aos nossos semelhantes aquilo de que nos beneficiamos em nossa própria vida. Preponderará uma ética nova, baseada na capacidade humana de expressar, de refletir, a bondade de Deus. Seremos pessoas mais cuidadosas, mais produtivas, prestando atenção para manter a atmosfera mental livre da poluição causada pela devastação, pela apatia, pelo dano contra o mundo. Essa pureza individual tem impacto imediato no saneamento do meio ambiente. Por certo, semelhante reforma é capaz de proporcionar ao mundo um novo nascimento, tal como a Ciência Cristã propicia à vida do indivíduo.

Viver plenamente como filho de Deus exige que nasçamos de novo do Espírito. Essa renovação acontece em nossa vida gradativamente, à medida que aprendemos a pensar e a viver em conformidade com o exemplo de Cristo Jesus. A Sra. Eddy ressaltou o quanto é importante para nós o que Jesus ensina sobre a necessidade de todos nós nascermos de novo. A Sra. Eddy compreendia que o novo nascimento espiritual começa com o batismo genuíno, que exige a purificação dos motivos e dos desejos.

O batismo foi sempre o símbolo dessa purificação. Os Cientistas Cristãos acreditam sinceramente na importância do batismo íntimo, espiritual. No livro Ciência e Saúde, a Sra. Eddy se refere ao batismo como "purificação pelo Espírito; submersão no Espírito" Ciência e Saúde, p. 581.. A vida de Jesus exemplifica essa total "submersão no Espírito". O Cristo, de que Jesus deu testemunho constante, preservou-o do ódio amargo que o mal nutre pela Verdade.

O Mestre compreendia que, por ser Deus Espírito e por ser Sua criação espiritual, esta é sempre governada pela lei divina. A humilde obediência de Jesus a essa lei e sua disposição de seguir a orientação divina em qualquer circunstância, deu-lhe o domínio proveniente de Deus; Jesus acalmou tempestades violentas, alimentou multidões no deserto e até andou sobre o mar revolto para reencontrar-se com seus discípulos. Trouxe aos assuntos humanos o poder transformador do Cristo. Onde as qualidades crísticas são cultivadas abundantemente, nenhuma carência nem devastação consegue prevalecer. Devemos cultivar e preservar essas qualidades em nós; a inocência, a pureza e o amor criam seu próprio ambiente e não podem ser poluídos pelo egoísmo e pela devastação.

Jesus às vezes se valia de parábolas, para ilustrar como a lei divina opera. Certa vez falou de um semeador que espalhou semente na terra. Ver Mateus 13:3–8, 23. Algumas caíram à beira do caminho, onde as aves as comeram; outras caíram em solo rochoso, onde a terra era pouco profunda e os brotos que logo germinaram, secaram rapidamente; outras sementes caíram entre espinhos, que as sufocaram; outras, contudo, caíram em boa terra, onde as raízes se fortaleceram e houve colheita abundante. Poderíamos comparar esses tipos de solo com as condições de hoje no mundo, com desertos se alastrando, terras rochosas e terras férteis. Mas, de fato, Jesus referia-se a estados mentais que nos chamam a atenção para as necessidades ambientais.

O Mestre disse: "O que foi semeado em boa terra é o que ouve a palavra e a compreende; este frutifica, e produz a cem, a sessenta e a trinta por um." Não estaria Jesus louvando o pensamento receptivo à verdade de que o reino de Deus está aqui na terra? Ao permitirmos que a boa semente plantada pelo Cristo viceje em nossa maneira de pensar e de viver, contribuiremos para enriquecer o mundo, em vez de empobrecê-lo. Como seguidores de Cristo, todos nós podemos cooperar valiosamente para a preservação e o progresso do nosso planeta.

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