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O homem é sempre novo

Da edição de junho de 1990 dO Arauto da Ciência Cristã


Freqüentemente ouvimos comentários de pessoas que dizem terem encontrado uma nova satisfação na vida, um novo começo, algumas pessoas chegam a afirmar que nasceram de novo ao tomarem consciência da presença de Deus.

Ao aceitarmos a presença de Deus como Vida divina, libertamo-nos de todos os problemas, até mesmo da doença. Pelo estudo e prática da Ciência Cristã, muitas pessoas perceberam que são de fato a expressão completa de Deus, Vida ilimitada. Através dessa Ciência todos aprendemos a alinhar nossas ações com a pureza da presença divina e sentir-nos livres, incontaminados por condições materiais perturbadoras.

Quem ama os ensinamentos da Bíblia, em geral admite que Deus criou o homem à Sua própria semelhança. Por outro lado, a humanidade ainda crê que somos duas pessoas em uma: uma espiritualmente perfeita e outra concebida humanamente. Na verdade, porém, nós não somos uma imagem dupla. Na Ciência Cristã aprendemos que todos fazemos parte da criação perfeita e eterna de Deus, mesmo que a percepção material que temos das coisas, com seus receios, dúvidas e turbulências, às vezes pareça muito mais real.

Não. Nós não estamos divididos em duas pessoas, uma material e outra espiritual, uma ruim e outra boa, uma doente e outra sã. Só existe um homem real, criado pela Mente divina. Esse é o homem que realmente somos. Conseqüentemente, o conceito físico, imperfeito, é na verdade uma noção humana equivocada daquilo que realmente existe. A Ciência revela em nossa própria experiência a compreensão do verdadeiro eu: um ser eternamente novo, manifestando saúde e inteligência. Tira de nossa frente a idéia errada do homem doente, sensual, mortal, mostrando que esse homem é um engano, ou contrafação.

Não temos, às vezes, vislumbres de uma identidade verdadeira, muito melhor do que a contrafação que apresentamos ao mundo em nossas lides diárias? Talvez não tenhamos consciência desse eu o tempo todo, mas, de qualquer forma, sabemos que ele está presente! Esse é o homem real, a semelhança de Deus, a idéia espiritual perfeita — e esse homem é sempre novo, eternamente livre. Nunca está sujeito à deterioração, pois não envelhece nem se torna decrépito.

Em consonância com essa linha de pensamento, a Ciência Cristã nos ensina a relacionar nosso eu humano com aquilo que é divinamente espiritual, com o ser verdadeiro. Ela não nos ensina a relacionar nossa humanidade com a mortalidade física. Podemos continuar a afirmar o fato verdadeiro e a rejeitar a mera aparência exterior das coisas pela purificação de nosso pensamento e de nossos atos. Dessa forma, fazemos com que nossa experiência humana passe a coincidir cada vez mais com o fato divino. Isso é explicado nas palavras da Sra. Eddy: "De acordo com a Ciência Cristã, a perfeição é normal, não é miraculosa. Vestida, e em sua Mente verdadeira, a individualidade do homem é impecável, imorredoura, harmoniosa e eterna. Sua materialidade, envolta em uma falsa mentalidade, empreende uma luta débil contra a sua individualidade: seus sentidos físicos contra seus sentidos espirituais." Miscellaneous Writings, p. 104.

Quando relacionamos nossa existência com a perfeição subjacente, nossa saúde se coaduna mais com o inabalável bem-estar de Deus. Permanecemos livres de ameaças de doenças terminais e percebemos, em contrapartida, que o ser do homem é sempre novo no desdobramento da própria Vida. Nessa compreensão de Deus como a única Vida, a morte é desconhecida, não tem como se expressar.

Segundo a fisiologia, o corpo humano reconstrói-se a si mesmo completamente, em um período de tempo razoavelmente curto. Sobrevivemos a isso ... e nossa vida continua! Por quê? Porque esse processo é apenas uma crença mortal e não a realidade do homem à imagem de Deus. A identidade real do homem permanece eternamente como expressão da Alma. Novamente a Sra. Eddy nos apresenta a explicação para isso nas seguintes palavras: "Mais cedo ou mais tarde, aprenderemos que os grilhões da capacidade finita do homem são forjados pela ilusão de que ele vive no corpo em vez de na Alma, na matéria em vez de no Espírito." Ciência e Saúde, p. 223.

Assim, se no momento estamos enfrentando alguma dificuldade, que talvez possa estar nos afligindo há longo período de tempo, não seria essa uma condição do pensamento e não do corpo? A realidade é que o ser verdadeiro do homem é uma expressão ativa de Deus, a Vida, não um corpo físico, mas a corporificação divina das idéias espirituais. Isso significa que, qualquer que seja a situação, podemos relacionar nosso conceito do ser com a criação perfeita, que Deus está expressando eternamente e ver isso demonstrado em nossos assuntos exatamente onde estamos.

Lembro-me de uma experiência pela qual passei quando visitava a Ilha de Norfolk, que fica próxima à costa da Austrália. No dia anterior à minha partida, enquanto escalava alguns lugares altos com meus amigos, escorreguei e logo percebi que alguma coisa acontecera com uma de minhas pernas. Eu não conseguia mais andar. Mas eu tinha de viajar no dia seguinte para desincumbir-me de um encargo importante. Consegui chegar até o carro saltando numa perna só e então voltei para meu quarto. Na ilha, os aviões decolam do centro do aeródromo. Os habitantes do lugar, com sua habitual hospitalidade, costumam sugerir que todos os que necessitem de cuidados, fiquem hospedados com eles até se sentirem aptos a viajar.

Naquela noite orei fervorosamente, mas pela manhã eu ainda não era capaz de me locomover sem auxílio. Mas era necessário que eu partisse. Consegui chegar ao carro que me levaria ao aeroporto, e, durante o trajeto, recorri a um dos livros que trazia em minha maleta. As palavras da Sra. Eddy pareciam saltar da página: "A progressão infinita é o ser concreto, que os mortais finitos não vêem nem compreendem senão como glória abstrata." Mis., p. 82. E, com as palavras progressão e concreta, a consolidação da minha jornada para o alto ficou assegurada. Todas as dúvidas se desvaneceram à medida que eu ia sentindo o amor e a bondade divinos a permear meu ser. Ao chegarmos ao aeroporto, desci do carro com todo o cuidado. Despedindo-me alegremente de todos à minha volta, peguei minhas coisas e comecei a andar livremente por sobre a grama mais verde e mais bonita que eu jamais havia visto.

Essa experiência transformou-se em um baluarte contra dificuldades que enfrentei posteriormente. Provou, uma vez mais, que o homem existe para sempre na presença de Deus, mantido unicamente pela Vida.

A Ciência Cristã segue o caminho do Cristo, tanto na revelação quanto na demonstração de como a união inseparável do homem com Deus traz cura e libertação. Cristo Jesus deu exemplo disso, quando apresentou seu corpo material mesmo depois de haver morrido e ter sido enterrado. Suas palavras nos fornecem diretrizes claras para seguir esse caminho. No seu Sermão do Monte ele nos dá esta admoestação: "Não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que as vestes?" E ele continua mais adiante: "Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino [o reino de Deus] e a sua justiça, e todas estas cousas vos serão acrescentadas." Mateus 6:25, 33.

A justiça divina se expressa em ação universal incessante, que faz desaparecer toda falsa pretensão do mal. Ao tomarmos consciência disso, mantemos nosso pensamento na presença do Amor divino. Ao vivermos em consonância com a pureza espiritual, estamos conscientes da coincidência do humano com o divino. Isso ilumina nossa vida diária e ajuda a abençoar outros também. Adquirindo a cada dia um discernimento maior do ser verdadeiro do homem, aprendemos que a vida não deteriora, não envelhece nem morre. Por quê? Porque a criação de Deus, que inclui tudo, permanece eternamente nova, exatamente aqui e agora.

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